A BABÁ
Sábado passado estávamos almoçando no Buffet
no qual fazemos as refeições quase todos os dias. De repente, percebi que
entrou uma família no restaurante trazendo consigo uma criança de mais ou menos
dois anos e meio. Procuraram uma mesa próxima da nossa e começaram a “montar o
acampamento”.
Chamou a atenção quando a criança começou a
resmungar. Tenho certeza de que não era choro. Era um pré-choro. Imediatamente uma
mulher, a quem imagino que era a mãe, tirou de sua enorme bolsa um equipamento,
que ligado, revelou-se um DVD player onde começou a exibir um filme infantil de
desenho.
A criança debruçou-se sobre a cadeirinha e
permaneceu fixa com os olhos quase encostados na tela do aparelho. Ficou ali
quietinha, comendo de vez em quando, enquanto os demais componentes da família almoçavam
acompanhados de uma cerveja e conversavam animadamente.
Fiz vários questionamentos. Claro que não
foram dirigidos à família, nem em público. Foram para mim mesmo. Será que a
companhia da criança é apenas aquele aparelho? Como será que a criança está
construindo a imagem de um almoço de família? Qual é o lugar da criança no
contexto daquela família? Seria essa a melhor forma de estabelecer uma conversa
entre os adultos e a criança? Teria a criança entendido que a vida é uma
questão exclusivamente de interesses individuais? Teria entendido que tudo é
apenas uma questão de prazer?
Não sei as respostas!
Votos de uma terça-feira de convívio e
reflexão!
Meu garo Garin,
ResponderExcluira partir do título e da situação descrita, infiro que há mais uma profissional desempregada: a babá (pessoa) perde para a babá (eletrônica.
Estamos na mesma direção da blogada de ontem.
Com admiração,
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirpercebo que as crianças estão cada vez mais abandonadas diante da parafernália eletrônica. Um dia desses, no Aeroporto de Congonhas, SP, assisti a uma cena em que a mãe tinha que insistir com a filhinha para essa largasse o tablet porque precisavam embarcar e não poderiam fazer com o aparelho ligado.
Um abraço,
Garin
É... A crise não é tecnológica, não é científica. A crise atual é de relacionamento humano.
ResponderExcluirOi Filho,
Excluiros meios para se estabelecer um relacionamento se ampliaram na mesma proporção que as relacionamentos encolheram.
Um beijo,
Pai