terça-feira, 7 de agosto de 2012

A BABÁ - ANO 02 – Nº 513


A BABÁ

Sábado passado estávamos almoçando no Buffet no qual fazemos as refeições quase todos os dias. De repente, percebi que entrou uma família no restaurante trazendo consigo uma criança de mais ou menos dois anos e meio. Procuraram uma mesa próxima da nossa e começaram a “montar o acampamento”.

Chamou a atenção quando a criança começou a resmungar. Tenho certeza de que não era choro. Era um pré-choro. Imediatamente uma mulher, a quem imagino que era a mãe, tirou de sua enorme bolsa um equipamento, que ligado, revelou-se um DVD player onde começou a exibir um filme infantil de desenho.

A criança debruçou-se sobre a cadeirinha e permaneceu fixa com os olhos quase encostados na tela do aparelho. Ficou ali quietinha, comendo de vez em quando, enquanto os demais componentes da família almoçavam acompanhados de uma cerveja e conversavam animadamente.

Fiz vários questionamentos. Claro que não foram dirigidos à família, nem em público. Foram para mim mesmo. Será que a companhia da criança é apenas aquele aparelho? Como será que a criança está construindo a imagem de um almoço de família? Qual é o lugar da criança no contexto daquela família? Seria essa a melhor forma de estabelecer uma conversa entre os adultos e a criança? Teria a criança entendido que a vida é uma questão exclusivamente de interesses individuais? Teria entendido que tudo é apenas uma questão de prazer?

Não sei as respostas!

Votos de uma terça-feira de convívio e reflexão!

4 comentários:

  1. Meu garo Garin,
    a partir do título e da situação descrita, infiro que há mais uma profissional desempregada: a babá (pessoa) perde para a babá (eletrônica.
    Estamos na mesma direção da blogada de ontem.
    Com admiração,
    attico chassot

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amigo Chassot,
      percebo que as crianças estão cada vez mais abandonadas diante da parafernália eletrônica. Um dia desses, no Aeroporto de Congonhas, SP, assisti a uma cena em que a mãe tinha que insistir com a filhinha para essa largasse o tablet porque precisavam embarcar e não poderiam fazer com o aparelho ligado.

      Um abraço,

      Garin

      Excluir
  2. É... A crise não é tecnológica, não é científica. A crise atual é de relacionamento humano.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Filho,
      os meios para se estabelecer um relacionamento se ampliaram na mesma proporção que as relacionamentos encolheram.
      Um beijo,
      Pai

      Excluir