A VIAGEM
Não conseguia distinguir bem a estrada. Aliás,
nem era estrada. Bem que podia ser classificado como um caminho. Havia mais
buracos do que terrenos planos. Chovia bastante e o lusco-fusco confundia as
poças com os terrenos mais empedrados. O farol da moto estava com defeito: ora
acendia ora apagava e na maior parte do tempo emitia um facho amarelado que
mais confundia do que iluminava. Tentava olhar mais adiante buscando ver se
estava longe. Só conseguia enxergar a mata que se fechava sobre o caminho
quando um relâmpago iluminava o barro.
Fiz um esforço para andar mais depressa,
mas mesmo com todo o acelerador aberto a moto parece que não desenvolvia. De repente
a roda da frente entrou num buraco mais profundo, cheio d’água e lá fomos, a
moto e eu para o chão.
Levantei com dificuldade e tentei continuar
a viagem. Na queda, o guidão entortou de modo que precisava andar de lado para
conseguir avançar. Tudo ficava cada vez mais escuro e a chuva apertava. Os pingos
gelados batiam nas mãos quase enrijecidas como se fossem pedaços de gelo. Estava
sem abrigo e sem luvas.
Quando consegui andar um pouco mais a moto
atolou de vez e o barro chegava a encostar nos eixos das rodas. Virei para trás
e percebi o volto de motoqueiros estranhos, de forma ameaçadora, vindos em
minha direção. Não consegui tirar a moto do atoleiro e os motoqueiros se
aproximavam rapidamente.
Ufa, finalmente acordei, olhei no celular
era quinta-feira, 2 de agosto! Fuuu!!! Ainda bem!
Forte abraço!
Meu caro Garin,
ResponderExcluirtambém o Motociclista!
ufa: quão tênue são os limites ficção/real!
Um bom 2 de agosto desde o aeroporto de Guarulhos com POA no horizonte
attico chassot
Amigo Attico,
Excluirespero que tenhas feito uma boa viagem. Estou na expectativa de nos encontrarmos na aula inaugural do Stricto Sensu hoje à noite.
Um abraço,
Garin