E A GAITA
ANO 01 – Nº 213
O tema da aula de sábado era sobre aborto, dentro da disciplina de Bioética. Posso assegurar que foi uma aula de constante debate e não poderia ser diferente. Tudo o que envolve a vida, e a vida humana especialmente, não consegue ficar circunscrito ao campo da racionalidade, o emocional se manifesta. Não tem como ser diferente, estamos vivos e nos sentimos responsáveis por essa chama tão tênue quanto envolvente.
Durante os debates surgiu a informação sobre as placas penduradas em árvores e postes da cidade há algum tempo, sobre conserto de gaitas. Corria o comentário de que esse misterioso anúncio referia-se a clínicas clandestinas de abortos. Confesso que ainda não tinha escutado essa associação e minha curiosidade me levou à pesquisa. Descobri, e compartilho com vocês, um trabalho realizada pela jornalista Cláudia Aragón, sobre o assunto.
A matéria é de agosto de 2008, mas vale pela informação e trabalho de pesquisa da jornalista:
Terça-feira, 12 de agosto de 2008
Promessa é dívida. Consegui a página da revista Wonderful que, em 1995, fez o perfil da família que espalhou mais de 500 placas dizendo “Conserta-se gaita” em Porto Alegre. Muito antes do marketing viral, os Ameijeiras descobriram um jeito baratésimo de divulgar seu ganha-pão.
A coisa funcionou tão bem que até hoje, apesar das placas terem sumido, ainda se fala no assunto. No Orkut, há uma comunidade onde os jovens batem boca e não conseguem chegar a uma conclusão – seria tráfico de drogas ou fachada de clínica de aborto? Como vocês podem ver, não era uma coisa, nem outra.
Norberto, Eclemira e Cândido, que também era médico
Conheço o Paulo Pitanga, autor da foto. Além do Ricardo Baptista e da Claudia Tajes, que resolveram conferir o endereço de perto. Na virada dos anos 90, meus amigos bateram na casa da rua Tapuias com uma gaita de boca, mas não conseguiram dar jeito no mini-instrumento. Com sangue portenho nas veias, a família só arrumava acordeons.
Para quem quer saber por que o endereço não está no meu livro: liguei para o Norberto em 2006, no início das pesquisas, horas antes de voltar para São Paulo. Feliz da vida, o consertador combinou a entrevista para dois meses depois e contou que seus pais tinham falecido recentemente. Quando liguei de novo, atendeu um homem que se dizia chileno e que eu só sei que era mal educado - me mandou esquecer o assunto, quase desligou na minha cara. Com o Norberto, criador da propaganda eficientíssima, consegui falar um tempo depois. Ele desistiu do ofício. E negou qualquer contato.
Mas que consertava-se gaita, consertava-se.
DESTAQUE DO DIA
Morte de Zwinglio (480 anos)
Ulrico Zuínglio[2], em alemão Ulrich (ou Huldrych) Zwingli, nasceu em Wildhaus, Cantão de São Galo a 1 de Janeiro de 1484 e faleceu em Kappel am Albis a 10 de Outubro de 1531,um teólogo suíço e principal líder da Reforma Protestante na Suíça, foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças. Independentemente de Martinho Lutero, que era doctor biblicus, Zuínglio chegou a conclusões semelhantes pelo estudo das escrituras do ponto de vista de um erudito humanista. Zuínglio não deixou uma igreja organizada, mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas.
Muito estimado colega Garin,
ResponderExcluirfiquei surpreso com minha ingenuidade acerca dos anúncios. Lamento, mas o texto da jornalista Cláudia Aragon não me esclareceu.
Digo como Goethe: “Mais Luzes!”;
Uma boa segunda-feira.
Attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirpois eu também não tinha feito qualquer conexão entre 'gaita' e 'ventre' de mulher grávida. Pelo jeito, criou-se uma lenda urbana sobre isso que aquela plaqueta que indicava a Rua Tapúias, 135m seria uma possível clínica clandestina de abortos. A matéria da Jornalista esclarece que não se tratava de lenda, mas de uma oficina de conserto de sanfonas.
Um abraço,
Garin