RAZÃO E SENSIBILIDADE
ANO 01 – Nº 220
Não! Não vou escrever aqui sobre o romance de Jane Austen publicado, em 1811 sob o pseudônimo "A Lady", que virou filme homônimo belissimamente estrelado por Emma Thompson, Kate Winslet, Hugh Grant, James Fleet. Acontece que ‘razão e sensibilidade’ se repetem no cotidiano de cada pessoa. É uma questão de percepção!
Depois de alguns dias de chuvas contínuas, os vidros das janelas estavam sujos, manchados por obra da poluição mais a água da chuva. Aproveitando o feriado resolvi me voluntariar para limpá-los. Minha esposa agradeceu, pois pretendia fazer isso e me preveniu: “não é fácil, limpar vidro requer habilidade!”
Preparei os equipamentos, dei de mão no balde, panos e escada e me pus a fazer a faxina. Foi muito rápido e ficou tudo brilhando. A Ana me estimulou dizendo que estava muito melhor do que antes. Senti nessa avaliação, uma suspeita de que o meu trabalho não tinha sido completo, mas agradeci o estímulo e o elogio.
Não deu outra. Quando o sol se projetou sobre as janelas, apareceu o resultado do meu trabalho: uma ‘nata’ embaçada em círculos e outros desenhos demonstrando toda a falta de habilidade para aquele tipo de trabalho.
A razão havia se manifestado na advertência que ela fizera antes de iniciar a tarefa. Com a sua experiência, sabia que um neófito, só iria borrar os vidros, mas sua contribuição estava ali, no aviso ao incauto faxineiro. A razão também se manifestara no estímulo e na autonomia que me concedera para realizar a tarefa.
A sensibilidade veio à tona ao dizer que estava muito melhor. Com seu olhar ‘viajado’, percebera o resultado, porém, elogiou na medida certa: muito melhor! Limpos não estavam, pelo menos ficaram mais transparentes. Não dava para negar que a visão, através dos vidros, ficara favorecida depois de retiradas as manchas das constantes chuvas misturadas aos efeitos da poluição urbana.
Temos a tendência a constantes sentinelas da razão. O filosofar nos empurra à análise crítica permanente. Claudica nossa sensibilidade em estimular, apoiar, elogiar. Não se trata de diminuir a razão, mas de aumentar nossas manifestações de sensibilidade. O reconhecimento também faz parte do viver.
Votos de uma boa segunda-feira!
DESTAQUE DO DIA
Dia de Inácio de Antioquia
Inácio (35 - 110 d.C.) foi Bispo de Antioquia da Síria, discípulo do apóstolo João, também conheceu Paulo de Tardo. Foi sucessor do apóstolo Pedro na igreja em Antioquia fundada pelo próprio apóstolo. Segundo Eusébio de Cesaréia, Inácio foi o terceiro bispo de Antioquia da Síria e segundo Orígenes teria sido o segundo bispo da cidade. Inácio foi detido pelas autoridades e transportado para Roma, onde foi condenado à morte no Coliseu, e martirizado por leões. Sua viagem a Roma ofereceu-lhe a oportunidade de conhecer e ensinar os conceitos cristãos, e no seu percurso, Inácio escreveu seis cartas para as igrejas da região e uma para o colega bispo Policarpo.
A Igreja Católica Apostólica Romana consagra o 17 de outubro à Inácio de Antioquia.
Meu caro Garin,
ResponderExcluirprimeiro cumprimentos pelo teu aniversário. Que este 17 de outubro e cada dia seja oportunidade de celebrar a Vida.
Dou-me conta que é primeira vez que celebro contigo esta data. Vejo que nossa amizade, catalisada pela gostosa pareceria no seminário de Historia e Filosofia da Ciência é adventícia.
Tenho expectativa de esta tarde depois da aula na Universidade do Adulto Maior poder te cumprimentar ao vivo.
Mais uma vez uma crônica do cotidianos nos leva a densas reflexões, especialmente do significado da sensibilidade da Ana na ‘skineriana’ avaliação da Ana.
Muito bem posto o título da prédica matinal.
Uma vez mais parabéns pela data.
Com estima e admiração
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Caro Chassot,
ResponderExcluirobrigado pelos cumprimentos. Acho que está se tornando um vício tentar construir uma reflexão sobre as pequenas coisas do dia a dia. Isso tem me ajudado a construir/descobrir sentidos onde antes só via rotinas.
Um abraço,
Garin