BORDADO

ANO 01 – Nº 240

Vamos, Bordado, vamos...! Era assim que eu tocava o boi de osso, parte de minha tropa imaginária da infância. Apanhava os ossos descarnados, de bois e porcos e os reunia num grande rebanho que povoava as estâncias imaginárias do meu tempo de guri. Nessa tropa, os bois, as vacas, os cavalos e os porcos possuíam nomes, a exemplo daquilo que meu pai fazia com os animais que pastavam em seu campo. Na minha imaginação, esses ossos descarnados e secos eram ressignificados, com os quais conversava e convivia.

Em nossa aula de Bioética de ontem, debatíamos com os mestrandos sobre as significações que atribuímos aos mais variados componentes do nosso existir. Depois de assistirmos juntos ao filme “Mar adentro”, estabelecemos um diálogo sobre o significado que o personagem Ramón atribuiu à sua vida após o acidente no mar, que o deixou paraplégico. Sua família e seus amigos o cercaram de atenção e carinho. O irmão abandonou a profissão, ligada também ao mar, e passou a se dedicar ao cuidado dele. Da mesma forma, sua cunhada e sobrinho passaram a focar suas vidas para que Ramón gozasse do conforto possível mesmo que preso a uma cama no andar superior da casa.

Entretanto, para ele, o único significado que encontrou para o seu viver foi a possibilidade de morrer. Determinado a por fim à vida, empreendeu todos os esforços possíveis, dentro da lei do seu país, para que pudesse se suicidar. Os apelos e ajudas que recebeu não foram capazes de ajudá-lo a ressignificar sua existência de tal sorte que o viver pudesse representar algum valor para si.

No decorrer de nossa existência vamos atribuindo significados às diferentes etapas desse existir. Percalços e acidentes de percurso podem ser motivos para que ressignifiquemos cada momentos, cada relação, cada objeto. O existir não está determinado a priori, mas depende das significações que lhe atribuímos. No estabelecimento dessas significações contribuem os fatores que envolvem nosso contexto, tais como família, crenças, formação, cultura etc. Caso aconteça algo que faça alguma coisa perder seu significado é mister que lhe mudemos a sua significação. Dessa capacidade de ressignificar o existir depende boa parte da realização humana de cada pessoa.  

DESTAQUE DO DIA

Revolução Russa (94 anos)

Quadro da Revolução Russa

A Revolução Russa[1] de 1917 foi uma série de revoltas políticas na Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, teve uma série de guerras e conflitos antes mesmo de começar a Revolução. O Governo Provisório propôs uma alienação entre os partidos Menchevique e Bolchevique e (Tataks), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, o primeiro país socialista do mundo, que durou até 1991.

A Revolução compreendeu duas fases distintas:

A Revolução de Fevereiro (março de 1917, pelo calendário ocidental), que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II da Rússia, o último Czar a governar, e procurou estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal.

A Revolução de Outubro[2] (novembro de 1917, pelo calendário ocidental), na qual o Partido Bolchevique, liderado por Lênin, derrubou o governo provisório e impôs o governo socialista soviético.

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[1] REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Russa. Acesso em 5 nov 2011.

[2] Ilustração disponível em http://mestresdahistoria.blogspot.com/2011/05/entenda-importancia-da-revolucao-russa.html. Acesso em 5 nov 2011.