domingo, 13 de novembro de 2011

O PECADO E O PERDÃO

ANO 01 – Nº 247

Quarta-feira passada debatia com um aluno sobre o pecado e o perdão. O centro da contenda era sobre a possibilidade de alguém cometer um pecado, não se arrepender e como ficaria o seu status diante de Deus.

Como ele fosse de outra denominação cristã, disse-lhe que na teologia da minha Igreja, Cristo havia morrido para pagar todos os pecados e, portanto, pela Graça dele, todos os seus seguidores estavam redimidos.

Nesse momento o aluno construiu uma hipótese e levantou uma nova dúvida: se alguém, que é alcançado pela Graça, cometer novos pecados e não se arrepender, continuará sendo justificado?

Disse-lhe então que se isso acontecer, essa pessoa não seria mais seguidora de Cristo e, portanto, não estaria mais sob o manto da sua Graça. Antes de ser uma questão teológica era uma questão de lógica filosófica. Só posso me servir dos benefícios de um status se permaneço naquele status. Não há como ser um cristão e não se arrepender de seus erros, esse é um dos alicerces da teologia e da ética cristãs.

Outro equívoco que cometemos frequentemente é confundir perdão com esquecimento. Quando cometemos nossos erros, e os fazemos muito, a consciência nos denuncia o deslize. No caso dos cristãos, o erro é perdoado, mas a falta permanece em nossa consciência até o final dos nossos dias.

O perdão proporcionado pela Graça apaga o nosso pecado posto que foi pago pela crucificação de Cristo. Porém, em nossa consciência ele continuará presente por diversas razões. Uma delas é para sinalizar que a Graça não é uma vacina que me imunize diante da possibilidade do erro. Outra é que, apesar de sua gravidade, ela já foi paga em definitivo. Outra ainda é que, permanecendo em minha consciência, serve de sinalização para que não venha a incorrer na mesma falta. A diferença é que já não sinto mais o seu peso diante de Deus.


DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Agostinho de Hipona (1657 anos)

Agostinho é batizado por
 Ambrósio
Em 28 de agosto, deste ano, comentei aqui a morte de Agostinho de Hipona[1]. Hoje menciono a virada de sua vida[2]. Aurélio Agostinho de Hipona, também conhecido como Santo Agostinho nasceu em Tagaste a  13 de novembro de 354 e morreu em Hipona, onde foi bispo da Igreja Cristã, a 28 de agosto de 430. Foi um dos principais teólogo e filósofo da história da Igreja.

No verão de 386, após ter lido um relato da vida de António do Deserto, de Atanásio de Alexandria, que muito inspirou-lhe, Agostinho sofreu uma profunda crise pessoal. Decidiu se converter ao cristianismo católico, abandonar a sua carreira na retórica, encerrar sua posição no ensino em Milão, desistir de qualquer ideia de casamento, e dedicar-se inteiramente a servir a Deus e às práticas do sacerdócio. A chave para esta transformação foi à voz de uma criança invisível, que ouviu enquanto estava em seu jardim em Milão, que cantava repetidamente, "Tolle, lege"; "tolle, lege" que em português significa "toma e lê"; "toma e ler". Ele tomou o texto da epístola de Paulo aos romanos, e abriu ao acaso em Rm 13.13-14, onde lê-se: "Não caminheis em glutonarias e embriaguez, nem em desonestidades e dissoluções, nem em contendas e rixas, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis a satisfação da carne com seus apetites". Ele narra em detalhes sua jornada espiritual em sua famosa Confissões, que se tornou um clássico tanto da teologia cristã quanto da literatura mundial. Ambrósio batizou Agostinho, juntamente com seu filho, Adeodato, na vigília da Páscoa, em 387, em Milão, e logo depois, em 388 ele retornou à África. Em seu caminho de volta à África sua mãe morreu, e logo após também seu filho, deixando-o sozinho, sem família.


[1] MORTE DE AGOSTINHO DE HIPONA. Disponível em http://norberto-garin.blogspot.com/2011/08/anteceder-ano-01-n-170-certa-vez-li-um.html. Acesso em 12 nov 2011.
[2] AGOSTINO DE HIPONA (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona. Acesso em 12 nov 2011.

2 comentários:

  1. Meu prezado amigo Garin,
    sobre o assunto pecado e perdão: silencio. Quanto a Agostinho, admiro esta figura (e também sua mãe, santa Monica). Só não entendi porque adjetivas o cristianismo do século 4º de católico.
    Um muito bom domingo primaveril para ti ai nas margem do Atlântico na tuas Torres de São Domingos

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    foi um cochilo de minha parte. Como estou fazendo uma citação da Wikipédia, o texto aparece assim mesmo. Em algumas ocasiões, como se trata de uma citação livre, tenho feito alguns ajustes (não acadêmica), mas dessa vez... deixei passar.

    Obrigado, um abraço,

    Garin

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