quinta-feira, 24 de novembro de 2011

IRREGULARIDADE DO PISO

ANO 01 – Nº 258

Quando terminei minhas atividades na sala de pesquisa desci até a portaria da IPA para devolver a chave da porta e assinar a lista de franquia. Chave entregue, lista assinada, tudo certo, retomo a subida em direção ao estacionamento para apanhar meu carro. Entre a portaria e o estacionamento há um trecho de calçamento pavimentado com pedras irregulares. Foram colocadas ali na década de 1920 após a construção dos prédios. Eram sobras das pedras de fundação com as quais se construíram as paredes dos prédios principais do Centro Universitário. Como são lascas que sobraram dessas pedras maiores, formaram uma pavimentação irregular.

Caminhando sobre elas a gente sente os altos e baixos sob os pés. É preciso ter cuidado para não acontecer um acidente. Caso alguém se descuide pode acabar torcendo um pé. Mas as pedras estão ali como testemunhas de uma época. Em dias de chuva são ótimas, pois a água escoa entre elas e não molha os sapatos dos caminhantes.

Pensando sobre elas estabeleci uma analogia com a trajetória do nosso existir. Não há quem sempre trilhe caminhos lisos e planos. Nossos trajetos incluem esses pisos, mas também encontram subidas e pisos irregulares. Sempre que passo por esse caminho recordo e reflito sobre o caminhar de cada dia. Há momentos nos quais a vida é um verdadeiro deslizar sobre pavimentos ‘aveludados’. Mas há outros, e alguns diriam que são os mais frequentes, nos quais é necessário equilibrar-se cuidadosamente para não ocorrer uma queda. Nesses instantes são necessários todos os esforços para que o nosso avançar consiga atingir os objetivos buscados. Deslizar pelos pisos aveludados nos traz satisfação e prazer. Precisamos disso e esses momentos nos impulsionam na batalha do dia-a-dia. São tão gratificantes que até desejamos transformar todos os caminhos em pisos assim. Os pisos irregulares são metafóricos de nossas lutas cotidianas mais ferrenhas. Nelas precisamos investir o melhor das energias e toda a atenção. Contraditoriamente, são esses trajetos sobre a irregularidade dos caminhos que nos ensinam as maiores lições e constroem boa parte de nossa sabedoria. Sempre que pendo para um lado ou para outro sobre as pedras recordo como é importante considerar mais de uma perspectiva dos desafios e dificuldades. Essa ‘insegurança’ do avançar nos permite avaliar com maior cuidado o trajeto que estamos percorrendo.
DESTAQUE DO DIA

Morte de John Knox

John Knox[1] nasceu em Haddington, East Lothian em 1514 e morreu em Edimburgo a 24 de novembro de 1572, foi um religioso reformador escocês que liderou uma reforma religiosa na Escócia segundo a linha calvinista. Seu lugar e data de nascimento continuam a ser debatidos, sendo Gifford Gate, nas proximidades da cidade de Haddington (20 quilômetros a leste de Edimburgo) o mais provável local. Knox professou pela primeira vez a fé protestante em finais de 1545. Antes disso já tinha mostrado sinais de simpatia por essas ideias, sem o ter declarado explicitamente. De acordo com Thomas Guillaume Calderwood, nativo de East Lothian, a Ordem de Blackfriars em 1543, foi a primeira a "dar ao Sr. Knox um cheirinho da verdade". A sua mudança de opinião original tem sido atribuída ao seu estudo de Agostinho e Jerônimo, na sua juventude, como referido.


[1] JOHN KNOX (ilustração e texto). Disponível http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Knox. Acesso em 23 nov 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    primeiro obrigado por me apresentares a JohnKnox. Este reformador nunca aparecera antes em minha paróquia. Este calçamento do Centro Universitário Metodista, do IPA faz que seja determinado o tipo de sapato que vou usar. Quando tenho aula no Campus central, elejo sapatos de solado mais grosso.
    Bonita reflexão que trazes. Aquelas pedras são testemunha de palmilhares a quase um século. Há se as pedras falassem...
    Um bom ‘dia de ação de graças’.

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    obrigado pela tua visita e comentários à postagem de hoje. Eu também caminho com cuidado por aquelas pedras, principalmente nos dias de chuva.

    Um abraço,

    Garin

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