quinta-feira, 29 de dezembro de 2011


NÃO É NATAL, NEM ANO BOM

ANO 01 – Nº 293

O dia estava chuvoso e não favorecia um passeio de bicicleta, como habitualmente faço nesses dias de recesso acadêmico. Resolvi adiantar algumas coisas no computador com a expectativa de que mais tarde o sol mostrasse a cara e animasse para algum programa na rua. De repente, comecei a ouvir uma música conhecida. A Ana tinha ligado o rádio numa emissora local que tocava “Só Chamei Porque Te Amo (I Just Called To Say I Love You)”, de Gilberto Gil. Acho que todo o mundo já a escutou em diferentes circunstâncias, mas ontem estava pensando no fim de ano.

Enquanto ouvia a voz do cantor comecei a pensar sobre esse interregno entre o Natal e o Ano Novo, ou como diz o Gil, Ano Bom. É um tempo no qual planejamos/imaginamos o próximo ano com as cores da fantasia e do desejo. Brotam muito mais sonhos do que possibilidades na mente dos humanos. Quem imagina diferente há que se questionar sobre a sua humanidade. Somos levados a construir um ano bom porque nossa mente exige um mundo arrumado no qual haja realizações. Nesta época não pensamos em dificuldades, em fracassos, em derrotas etc. Como diz o poeta, é o ‘Ano Bom’ que povoa a mente até porque somos tomados de um impulso generoso.

Refletindo melhor sobre o tema, percebi que, apesar da letra falar de uma canção romântica de dois apaixonados, ela fala de um telefonema de quem se ama e isso não envolve apenas as pessoas apaixonadas, mas também aquelas que se amam fraternalmente, que são capazes de expressar esse sentimento que sustenta as relações sociais.

Amamos aquelas pessoas que convivem conosco no trabalho, que conspiram nas mesmas lutas, que compõem a mesma fraternidade etc. Mesmo que não seja Natal, nem Ano Bom, nem São João, nem Carnaval e por aí afora, sempre é um dia para dizer àqueles que conosco partilham da mesma caminhada... “eu te amo!”.  Não é difícil descobrir que todo o ser humano necessita ser aceito e quer ter certeza de que essa aceitação é espontânea, sem contrapartida, sem pagamentos, sem preços... A sociedade contemporânea, fundamentada no consumo, acostumou-se a declarar sua afeição apenas àquelas pessoas que podem lhe retribuir com alguma coisa, mas essa declaração não contempla a aceitação... apenas um negócio. Querer bem, e declarar isso, faz parte do humano que em nós habita.

Como hoje, 29 de dezembro, não é Natal, nem Ano Bom, quero falar da minha afeição às pessoas que têm me acompanhado nesse blog, têm lido e apreciado as reflexões, quem tem discordado e criticado o seu conteúdo, que têm comentado as ideias e mensagens aqui postadas. Não sei quantas são, nem conheço suas faces, mas fazem parte dessa comunidade virtual que me visita digitalmente.

Se dispuser de tempo, confira o vídeo:

[http://www.youtube.com/watch?v=RyTYqHzTtfA&feature=youtube_gdata_player].


DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Portinari (108 anos)

Cândido Portinari[1] nasceu em Brodowski, SP, a 29 de dezembro de 1903 e morreu no Rio de Janeiro a 6 de fevereiro de 1962. Foi um artista plástico brasileiro. Portinari pintou quase cinco mil obras, de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão como O Lavrador de Café à gigantescos murais, como os painéis Guerra e Paz, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956 e que em dezembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Portinari hoje é considerado um dos artistas mais prestigiados do país e foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.




[1] CÂNDITO PORTINARI. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Candido_Portinari. Acesso em 28 dez 2011.

2 comentários:

  1. Estimado colega e amigo Garin,
    obrigado pelas manifestações de amor fraterno;
    Sinto-me incluído nesta pareceria de quase um ano.
    Dei-me tempo para ver o vídeo.
    Um bom quase ano novo
    Attico chassot

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  2. Amigo Chassot,

    tenho contado com a tua visita e os teus comentários em praticamente todas as postagens. Sou muito agradecido, pois representa o estímulo de que necessito para continuar.

    Pois é, vamos para as duas últimas folhinhas do calendário de 2011: que 2012 possa ser construído com parcerias semelhantes, sempre tendendo ao melhor!

    Garin

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