O FIM
ANO 01 – Nº 295
Pois é, todos estamos celebrando o fim do ano. A questão que se levanta é se há mesmo um fim, de ano. Sabemos que se trata apenas de uma convenção social. Nada mais do que mudar de calendário, de 2011 para 2012, isso na nossa cultura.
Enquanto viajava hoje, ouvia no rádio do carro, uma astróloga falando sobre essa data tão comemorada na festa que costumamos chamar de Réveillon, definido como “um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo.”[1], alguma coisa que, em português, quer dizer despertar. Quando ela começou a falar, imaginei que fosse se referir às conjugações dos astros e a influência que exercem sobre a vida dos humanos. Entretanto, sua fala referiu-se muito mais à convenção social que essa mudança representa na cultura ocidental. Fiquei surpreso porque ao invés de enveredar pelo caminho do misticismo, concentrou-se na racionalidade dos eventos que envolvem o fim de ano.
Chamou-me mais a atenção a sua conclusão de que o verdadeiro Réveillon é aquele que acontece todos os dias, em nossas vidas: sempre experimentamos um repetido fim e um sempre novo começo. Juntamos essas percepções num dia simbólico, do calendário, para dizer a nós mesmos, que o fim e o começo são exatamente iguais ao começo e ao fim, porque ambos se colam existencialmente na experiência do cotidiano. Adicionamos a essa festa, promessas e votos que, intimamente, sabemos que valem apenas como componentes de uma festa. Não quero dizer com isso que, votos e promessas de fim/início de ano, não são verdadeiros ou não se destinam a ser cumpridos. Digo apenas que são parte da nossa alegria por celebrar o eterno ciclo do morrer e ressurgir que em nós se faz presente.
Hoje está morrendo um ano e também está ressurgindo outro, diferente e igual àquele que sepultamos no calendário jogado no lixo. Talvez, nossa comemoração não se reporte ao fim e nem ao começo, mas à convicção de que o ciclo se repete para o qual somos convidados a oferecer respostas/alternativas de acordo com as demandas que surgirem no decorrer do novo ano. Não se trata de fatalismo, mas da certeza/esperança de que o Sol se porá a cada tarde e que se mostrará brilhante a cada alvorada. Se um dia perdermos essa dimensão, é melhor procurar ajuda especializada!
DESTAQUE DO DIA
Morte de Wycliffe (627 anos)
John Wycliffe nasceu em Yorkshire na Inglaterra em 1324 (?) e morreu em 31 de dezembro 1384. Foi professor da Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso inglês, considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI. Wycliffe se retirou para sua casa em Lutterworth, onde reuniu sábios que o auxiliaram na tarefa de traduzir a Bíblia do latim para o inglês. Enquanto assistia à missa em Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384, foi acometido por um ataque de apoplexia, falecendo três dias depois, no último dia do ano.
Os escritos dele, em seus seis últimos anos, incluem contínuos ataques ao papado e à hierarquia eclesiástica da época. Na questão relacionada ao cisma da Igreja, com papas reivindicando em Roma e Avignon a liderança da Igreja, Wycliffe entendia que o cristão não precisa de Roma ou Avignon, pois Deus está em toda parte. "Nosso papa é o Cristo", sustentava. Em sua opinião, a Igreja poderia continuar existindo mesmo sem a existência de um líder visível, por outro lado os líderes poderiam surgir naturalmente, desde que vivessem e exemplificassem os ensinamentos de Jesus[2].
Muito estimado parceiro e amigo Garin,
ResponderExcluirHoje nada mais que desejar para ti e para os teus: feliz 2012.
Não resisto e preciso dizer que me encantei com a frase de J. Wycliffe: ”Nosso papa é Cristo!”
Repito, feliz 2012
Attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Caro Chassot,
ResponderExcluirobrigado pelo teu comentário.
Também te desejo votos de um Feliz 2012.
Um abraço,
Garin