O ZERO
ANO 01 – Nº 273
Quando ligo o meu computador tenho à frente uma porção de programas à minha disposição. Entre esses programas está uma calculadora com nove números inteiros e um zero. Esse é um número que não tem valor em si e, em muitos sistemas nem era considerado. É costume dizer-se pejorativamente, que quando uma pessoa não é importante que ela representa um zero à esquerda. Na verdade o zero é o número que precede o inteiro positivo um, e todos os números positivos, e sucede o um negativo, e todos os números negativos. Ele é definido como a cardinalidade de um conjunto vazio, e o elemento neutro na adição. Três povos utilizavam o zero na antiguidade: os hindus, os maias e os babilônicos.
Na Europa, a definição do símbolo zero ocorreu durante a Idade Média, após a aceitação dos algarismos arábicos, que foram divulgados no continente europeu por Leonardo Fibonacci. Esta descoberta representou na época um paradoxo, pois era difícil imaginar a quantificação e a representação do nada, do inexistente. A sua representação demorou cerca de quatrocentos anos até que fosse incorporada ao sistema decimal indo-arábico. Por muito tempo ele era representado como uma casa vazia.[1]
Portanto, o zero evoluiu de um vácuo para uma casa vazia ou a um espaço em branco para enfim transformar-se em um símbolo numérico usado pelos hindus e pelos árabes antigos. No início dos anos de 1600, ocorreu uma importante modificação no formato da grafia do décimo número ou do zero, que inicialmente era pequeno e circular “o” evoluindo para o atual formato oval “0” o que possibilitou sua distinção da letra “o” minúscula ou da “O” maiúscula.
Entre a antiguidade e a contemporaneidade uma diferença é gritante em relação ao uso do zero. Enquanto lá representava a vácuo, a casa vazia, hoje é desejado pela sociedade de consumo. Quanto mais zeros houver no saldo da conta bancária, depois de algum algarismo inteiro, tanto maior é o prestígio do seu titular. De completamente insignificante, passou a um lugar de destaque: é impossível representar a era digital sem zeros. Este texto que agora escrevo aqui é representado no sistema de computador por uma imensidade de 01010101010.
Com os votos de uma boa sexta-feira e de reflexão sobre a insignificância e os significados do zero!
DESTAQUE DO DIA
Dia do Alcoólico Recuperado
Alcoólicos Anônimos[2], ou AA são uma comunidade, com caráter voluntário, de homens e mulheres que se reúnem para alcançar e manter a sobriedade através da abstinência total de ingestão de bebidas alcoólicas. Estes grupos autônomos que surgiram inicialmente nos Estados Unidos da América do Norte tiveram a sua raiz quando em 1935 um corretor da bolsa de Nova Iorque e um cirurgião de Ohio com um grave problema de alcoolismo decidiram criar uma comunidade de mútua ajuda para apoiar os que sofrem deste problema e para se manterem eles próprios sóbrios. Eventualmente os AA difundiram-se por todo o globo. Sem caráter religioso, embora tenha incorporado muitos princípios de diversas religiões, a comunidade recebe pessoas de todas as doutrinas. Sobrevive financeiramente através dos seus próprios membros que contribuem espontaneamente, não aceitando financiamento proveniente de fora da própria Irmandade.
Meu querido amigo Garin,
ResponderExcluirdepois desta magnífica aula mostras que és mesmo um zero...a direita.
Com admiração
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirfico feliz por me considerares um zero à direita: isso melhora a autoestima. Votos de um bom final de sexta-feira.
Um abraço,
Garin