sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O ZERO

ANO 01 – Nº 273

Quando ligo o meu computador tenho à frente uma porção de programas à minha disposição. Entre esses programas está uma calculadora com nove números inteiros e um zero. Esse é um número que não tem valor em si e, em muitos sistemas nem era considerado. É costume dizer-se pejorativamente, que quando uma pessoa não é importante que ela representa um zero à esquerda. Na verdade o zero é o número que precede o inteiro positivo um, e todos os números positivos, e sucede o um negativo, e todos os números negativos. Ele é definido como a cardinalidade de um conjunto vazio, e o elemento neutro na adição. Três povos utilizavam o zero na antiguidade: os hindus, os maias e os babilônicos.

Na Europa, a definição do símbolo zero ocorreu durante a Idade Média, após a aceitação dos algarismos arábicos, que foram divulgados no continente europeu por Leonardo Fibonacci. Esta descoberta representou na época um paradoxo, pois era difícil imaginar a quantificação e a representação do nada, do inexistente. A sua representação demorou cerca de quatrocentos anos até que fosse incorporada ao sistema decimal indo-arábico. Por muito tempo ele era representado como uma casa vazia.[1]

Portanto, o zero evoluiu de um vácuo para uma casa vazia ou a um espaço em branco para enfim transformar-se em um símbolo numérico usado pelos hindus e pelos árabes antigos. No início dos anos de 1600, ocorreu uma importante modificação no formato da grafia do décimo número ou do zero, que inicialmente era pequeno e circular “o” evoluindo para o atual formato oval “0” o que possibilitou sua distinção da letra “o” minúscula ou da “O” maiúscula.

Entre a antiguidade e a contemporaneidade uma diferença é gritante em relação ao uso do zero. Enquanto lá representava a vácuo, a casa vazia, hoje é desejado pela sociedade de consumo. Quanto mais zeros houver no saldo da conta bancária, depois de algum algarismo inteiro, tanto maior é o prestígio do seu titular. De completamente insignificante, passou a um lugar de destaque: é impossível representar a era digital sem zeros. Este texto que agora escrevo aqui é representado no sistema de computador por uma imensidade de 01010101010.

Com os votos de uma boa sexta-feira e de reflexão sobre a insignificância e os significados do zero!


DESTAQUE DO DIA

Dia do Alcoólico Recuperado

Alcoólicos Anônimos[2], ou AA são uma comunidade, com caráter voluntário, de homens e mulheres que se reúnem para alcançar e manter a sobriedade através da abstinência total de ingestão de bebidas alcoólicas. Estes grupos autônomos que surgiram inicialmente nos Estados Unidos da América do Norte tiveram a sua raiz quando em 1935 um corretor da bolsa de Nova Iorque e um cirurgião de Ohio com um grave problema de alcoolismo decidiram criar uma comunidade de mútua ajuda para apoiar os que sofrem deste problema e para se manterem eles próprios sóbrios. Eventualmente os AA difundiram-se por todo o globo. Sem caráter religioso, embora tenha incorporado muitos princípios de diversas religiões, a comunidade recebe pessoas de todas as doutrinas. Sobrevive financeiramente através dos seus próprios membros que contribuem espontaneamente, não aceitando financiamento proveniente de fora da própria Irmandade.



[1] ZERO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Zero. acesso em 9 dez 2011.
[2] ALCOÓLICOS ANÔNIMOS. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Alco%C3%B3licos_An%C3%B3nimos. Acesso em 8 dez 2011.

2 comentários:

  1. Meu querido amigo Garin,
    depois desta magnífica aula mostras que és mesmo um zero...a direita.
    Com admiração

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    fico feliz por me considerares um zero à direita: isso melhora a autoestima. Votos de um bom final de sexta-feira.

    Um abraço,

    Garin

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