É absoluta verdade: “deu na TV!” Com certeza, além da TV tinha notícia nos jornais, as revistas semanais abordaram isso e o rádio falou toda a semana. Quem não viu ou leu se tudo ficou escancarado, “tá lá prá todo o mundo ver!”
Pois é, se “deu na TV” é fato! Isso basta para nos dar a certeza de que alguma coisa tem sua existência comprovada? Para ser considerada “verdade”? Caso alguma coisa que não tenha “dado na TV”, ou nos jornais, ou publicada pelas revistas ou veiculada nas rádios pode ser dada como certa, que é fato? Um exemplo trivial – o seu último aniversário, no qual compareceram seus familiares e amigos, “deu na TV”? Algum jornal publicou? Foi assunto de reportagem nas rádios?
Sábado passado aconteceu mais uma edição do Café Filosófico (fotos de alguns participantes, abaixo), promovido pelo Curso de Licenciatura em Filosofia do Centro Universitário Metodista, do IPA em parceria com a Livraria Nova Roma, de Porto Alegre. O tema foi “Mídia e Sociedade”, apresentado, com competência, pela Profª. Dra. Laura Maria Glüer. A linha de reflexão foi tão significativa que os participantes começaram a se perguntar sobre o que, de fato, constitui a existência dos elementos que fazem parte do nosso contexto físico e social.
Por um lado, as determinações das coberturas da mídia[1] se impõem sobre as pessoas de tal sorte, que apenas aquilo que “aparece” se torna fato. O que não aparece, nem existiu. Entretanto, percebe-se que a verdade não pode estar vinculada exclusivamente a esse tipo de cobertura. Consta-se que há matérias veiculadas na mídia, que não correspondem aos fatos e que outras matérias são propositalmente “editadas” para favorecer determinados setores, ou por interesse dos seus proprietários ou de seus patrocinadores.
De outra sorte, a reflexão andou no sentido de que há uma nova maneira de veicular fatos e verdades, independente da mídia, que cada vez mais toma espaço na sociedade contemporânea: a internet. Salienta-se a importância das chamadas “redes sociais” nos episódios sócio-políticos do norte da África, recentemente. Sente-se, por outro lado, o risco que esses modernos meios de comunicação correm por não estarem sob o “controle” de qualquer organização, bem como o “banco de dados” que é formado pelos perfis das redes sociais, mas exalta-se o viés democrático da internet.
[1] Entende-se por mídia, os meios de comunicação social de massas não diretamente interpessoais (como p.ex. as conversas, diálogos públicos e privados) [Abrangem esses meios o rádio, o cinema, a televisão, a escrita impressa (ou manuscrita, no passado) em livros, revistas, boletins, jornais, o computador, o videocassete, os satélites de comunicações e, de um modo geral, os meios eletrônicos e telemáticos de comunicação em que se incluem tb. as diversas telefonias. [Houaiss]
Meu caro colega Garin,
ResponderExcluirsó agora quando a fria e chuvosa segunda-feira se faz noite adito um comentário aqui. Li antes de ir para a Academia, mas depois havia que burilar a aula de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa da manhã. No intervalo do meio-dia era tempo de mais uma preparada na aula da Universidade do Adulto Maior.
As segundas-feiras são sumarentas.
O Café filosófico, pelo teu relato, se fez excelente sabatina. Foi bom ver ali a Iona, a Gabriela, o Cleiton.
¿Aonde? No blogue do Garin, o recurso mediático que se não falou do Bin Laden fez filosofia.
Até a madrugada de amanhã
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Caro Chassot,
ResponderExcluirde fato, o Café foi uma excelente sabatina. Sempre tive muito carinho com esta atividade da qual estive afastado por um bom tempo.
Não comentei nada sobre o Bin Laden porque não considerei que poderia acrescentar alguma coisa à multidão de comentários no decorrer do dia.
Um abraço e até a próxima madrugada.
Garin