quarta-feira, 22 de junho de 2011

O ENTULHO

Quando fizemos o mutirão para limpeza do condomínio e dos apartamentos, para quem quisesse se desfazer e velhas coisas, alugamos dois contêineres e fizemos um mutirão. Conforme fazíamos a faxina, colocávamos tudo no seu interior.
No final do dia, já cansados, paramos para olhar o que havíamos recolhido. Nossa admiração veio da descoberta de quanta coisa a gente vai juntando, que não tem mais nenhuma serventia. Pedaços de cadeiras, restos de mesas, sobras de fios, vassouras velhas, armários carcomidos de cupim, pedaços de placas etc. Percebemos quanto lixo vai sendo guardado, com aquela mesma desculpa: “um dia, quem sabe, pode ser útil!”.
Não é só no condomínio e nas moradias que as coisas que não servem mais se acumulam. Isso se repete no trabalho, no computador, dentro do carro etc. De repente, sobre a mesa do escritório já não cabe mais nada, o disco rígido do nosso equipamento está abarrotado, o porta-luvas do carro já não fecha mais e assim por diante.
Pior que isso, vamos guardando ‘coisas’ imprestáveis dentro da gente, coisas que não servem para nada: ressentimentos, ódios, ranços, rancores, velhas idéias, posições ultrapassadas, preconceitos, enfim, lixo do intelecto e lixo sentimental. São entulhos que atrapalham a vida. Coisas do passado que deveriam ser jogadas no ‘contêiner’ do arrependimento e despachadas no ‘caminhão’ do perdão. Coisas que deveriam ser descartadas no ‘entulho’ do ultrapassado.
Tenhamos uma certeza: tudo isso nunca mais nos fará falta!


3 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    uma recordação que trago da saudosa casa paterna: morávamos no perímetro urbano, mas jamais usávamos ‘o caminhão do lixo’. Tudo era aproveitado: resto de comida, para as galinhas; água da primeira lavagem de louça, porco; matéria orgânica, horta. Jornais, eram sucedâneo ao papel higiênico. Claro que então não havia tanto plástico.
    Acredito que ter dificuldade de descartar é uma ‘mania’ do previdente que pensa na possibilidade de uma necessidade de uso o futura.
    Imagino que meu hábito de coletor possa esta ligado a ter sido lixeiro em vida passada, se é que ela existiu.
    Obrigado pela parceria intelectual e fazer deste espaço local de reflexão,

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    na minha casa de infância, nos campos da Parada Cunha, não havia lixo. Da mesma forma como aconteceia contido, nada sobrava - tudo era reaproveitado. Hoje, entretanto, fico apavorado: compro um pedaço de carne que vem embalado com um invólucro de plástico resistente; por baixo desse, um rótulo com informações e propagandas do frigorífico; protegendo essa embalagem, mais um invólucro de plástico mais fino, adicionado pelo vendedor; depois, ao passar pelo caixa, nova sacola de plástico (a gente quase sempre esquece de levar nossa sacola descartável) e aí, em casa, tudo precisa ter uma destinação. para cerca de 700g de carne temos mais ou menos 150g de lixo (ainda bem que há coleta seletiva). O problema maior é o lixo da consciência.

    Obrigado pelos teus prontos e sábios comentários!

    Garin

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  3. realmente ótima idéia ,e eu tenho uma ótima tambem mas não tenho nenhum incentivo nem apoio de ninguem , tenho area de 100×100 ,pá carregadeira ,caminhão , tudo isso pronto para montar uma usina de reciclagem de entulho em Porto Alegre, com todas estas obras arena ,aeromovel ,duplicações de estradas ,projeto cais Maua etc, tudo isto e voces esquecem da produção de entulho que é gerado , preciso de apoio da prefeitura ,BNDS ,alguma empresa , que queira ser correta e seguir a CONVENÇÃO DO CONAMA 307 que não é seguida aqui !!!me ajudem por favor a nos ajudar!! Gabriel Calsing 91996529-grupm3@gmail.com

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