Entre os divertimentos da minha infância estava o caminhar pelo meio da mata nativa. A propriedade de meus pais pssuia uma boa reserva de mata ciliar, palco de muitas descobertas do meu meninar[1]. Para quem ainda não teve essa esperiência, posso dizer que se trata de um passeio repleto de surpresas. Repentinamente pode se estar diante de uma serpente, pisar sobre um escorpião, enfrentar uma aranha etc. Por outro lado, o silêncio da mata permite ouvir os pássaros, as árvores balançando à ação do vento, os insetos fazendo seu zunido, os animais se movimentando, o barulho da água correndo, enfim, uma sinfonia de sons que compõem a natureza.
Entretanto, há outros aprendizados que acontecem num passeio pela mata. É possível observar a maneira como as árvores procuram frestas em busca do sol. As folhas se viram, os galhos se torcem, os troncos entortam e todo o conjunto se modifica para buscar os espaços necessários. Algumas árvores adquirem uma forma tão retorcida que parecem esculturas construídas artificialmente. É a luta pela sobrevivência, pelo espaço de vida.
Não é diferente com ser humano. Ninguém tem o direito de esperar que, alguém irá lhe presentear um lugar pronto para o seu viver. Isso não cai do céu. Quem busca essa perspectiva, constrói a sua própria mortificação, desiste de viver.
Todos(as) precisamos de espaços para viver e lutar pelo seu lugar na ‘mata’ do cotidiano é uma obrigação e responsabilidade da cada pessoa. Buscar o seu espaço de vida faz parte do existir e dá sentido ao viver da cada um(a). Nessa busca, assim como as árvores da mata, a pessoa necessita encontrar as ‘frestas’ por onde encontrar o sol da oprtunidade. É nessa luta que se constrói o próprio existir na proporção em que se constrói o existir do outro(a).
Um cuidado é necessário: há quem confunda a luta por um lugar ao sol com a ação de enganar a boa fé das pessoas. Para esses há um nome: cafajeste!
DESTAQUE DO DIA
Revisão da condenação pós-morte
Joana d'Arc, francesa nasceu em 6 de janeiro 1412 e foi executada em 30 de maio 1431, trambém chamada de donzela de Orléans, foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses. Descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva. Joana foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas dezenove anos. A cerimônia de execução aconteceu na Praça do Velho Mercado (Place du Vieux Marché), às 9 horas, em Ruão. O processo que condenou Joana d’Arc à fogueira foi revisto em 7 de julho de 1456, quando foi considerada inocente pelo Papa Calisto III, que considerou seu processo inválido. Em 1920, Joana d'Arc é canonizada pelo Papa Bento XV. [Joana d'Arc. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Joana_d%27Arc. Acesso em 06 jul 2011].
Meu caro parceiro de madrugares,
ResponderExcluirno meu meninar [gostei do verbo] não tinha mata nativa próxima. Havia um mato de acácia nas vizinhanças era lá que tínhamos nosso mundo de criança. Recordo dos esconderijos nas brincadeiras e das eleições da ‘minha árvore’. Tua foto não parece ser – pelo alinhamento das arvores – mata nativa.
Quanto a introdução do destaque do dia cumprimento pela escolha e pela excelente diagramação. Joana D’Arc é uma figura muito controvertida e talvez lendária. É a impressionante que a França, dos mais laicos dos países, fazê-la sua patrona (e de seus exércitos) com dia feriado.
No posso deixar de editar algo de minha infância. Estava em cartaz no cinema de minha cidade “Joana D’Arc”. Um gaiato, que já assistira o filme e sabia da hora que ela de costa para a plateia, marchava solene ao local da fogueira, voltava-se e olhava para traz. O dito, no momento mais emocionante, grita no cinema silencioso: “Joana!” e ela se volta para a plateia. Podes imaginar a perturbação no público.
Uma boa quinta-feira, quando agora só esta 4º C.
Caro Attico,
ResponderExcluirna casa da minha avó tinha uma porção de figueiras grandes, dessas que nascem no meio do campo (plantada por passarinhos). Seus galhos eram tão longos que nos balançávamos alegremente. Quem corria mais escolhia o galho mais longo (o que, na impulsão ia mais alto).
Boa quinta para ti!
Garin
Caro professor,
ResponderExcluirProcurar "seu" espaço, aí talvez esteja um dos pontos que leva a maioria a estar perdida. Qual é o meu espaço? Qual é o seu espaço?
Muitas vezes procurar o seu espaço é tirar o espaço do outro, pois não há tempo para se encontrar e então procurar o SEU espaço.
O tempo se tornou escasso. Não há tempo para "experenciar". Olhar ao redor tornou-se algo inusitado e ouvir sons, se restringiu aos fones de ouvidos, que acredito, ser uma forma de se isolar entre os outros.
Quando observávamos despreocupadamente, levantávamos inúmeras hipóteses e assim íamos construindo nossas aprendizagens. Tinhamos tempo...
É preciso aprender a desfrutar melhor do nosso tempo e resgatar a possibilidade de procurar o nosso espaço de uma forma enriquecedora, em que possamos aprender e compartilhar experiências que tornem nossa vida mais significativa e consciente.
Abraço,
Rosana
Cara Rosana,
ResponderExcluiré preciso aprender a encontrar o espaço sem invadir o espaço de outra pessoa. Também precisa ser a consequência de nosso existir prazeroso, da forma sábia de curtir a vida.
Obrigado pelo teu comentário: é um estímulo para mim.
Um abraço,
Garin