Hoje reproduzo aqui uma reflexão que recebi do meu colega, Pastor Marcelo M. Haygertt publicado no Boletim Dominical de Igreja Metodista Institucional, falando sobre a fragilidade da paz. A fotografia que acompanha esta postagem é do casal, Marcelo e Rosa, publicada no seu perfil do Facebook.
Fazer a Paz...e a Justiça...por AMOR
Ninguém gosta de problemas. Você também, não é verdade? Tampouco eu. Porém os problemas vêem. Às vezes de fora. André (6 anos) está brincando sozinho com seus carrinhos, tranqüilo. Chega sua irmãzinha Natalia (4 anos). Rapidamente se arma uma briga. Perdeu-se a paz...Na rua alguns meninos jogam futebol, alegres. Quando um menino maior interfere, em instantes se desestrutura a paz daquela rua. Porém às vezes os problemas vêm de dentro de nós. Gonzalo tenta resolver problemas de matemática. Passa o tempo e ele não consegue. Os problemas são mais fortes. Ele se enoja, grita, perde a paz.
A paz é frágil como uma flor. Pode romper-se, cortar-se, machucar-se em qualquer momento. Porque toda a paz depende da harmonia e da perfeita conjugação de vontades e interesses distintos. Não somos refrigerantes em garrafas iguais. Somos humanos, com vontades e interesses diferentes. Às vezes um ou muitos querem mais para si e tiram dos outros. Às vezes um grupo quer que os demais pensem, sintam e ajam como ele. Então se quebra a paz porque se acabou com a justiça e o respeito.
A paz é algo mais que ausência de guerras e problemas. Ninguém prefere a paz dos cemitérios. Isso é morte. E a paz é vida. A paz foi inventada por Deus. Porém os humanos meteram o pé onde não deviam, e caíram. Não deixam viver os outros e não estão contentes consigo mesmo. Trouxeram o pecado para o mundo. Isso se passou nas conquistas e colonizações, com tantos massacrados, anulados, desumanizados.
Repetiu-se com as ditaduras aqui e ali há algumas décadas. Passa-se hoje no Afeganistão, Iraque, porque o petróleo vale mais que vidas humanas. O pensamento dos poderosos é único: os diferentes têm de ser descartados. Passam também no cotidiano do machismo violento e discriminatório frente ás mulheres. Com os pobres, com os inocentes.
O pecado é isso. Perder a paz e dar às costas a justiça. Engendrar morte perante a vida. A paz é como o ar que Deus respira. É vida, é amor. É Shalom, bem-estar entre muitos. Os antigos hebreus chamavam isso de “criação”, Jesus chamou de “Reino”: projeto de vida para todos e todas.
Nós metodistas temos um legado de Wesley. Não podemos escondê-lo, nem nos calar. Tolerância, liberdade. Mas com um respeito que é o começo do amor.
Não ficam dúvidas: Wesley viveu “a paz que deu e deixou Jesus”.
Pastor Marcelo M. Haygertt
Domingo, 26 de junho de 2011
Meu caro colega Garin,
ResponderExcluirquando olho o mundo ocidental – e esse é recorte que usualmente não destacamos, pois nossa vertente eurocêntrica sempre parece ser o umbigo do mundo –e nele o nosso tríplice DNA: o grego, o judaico, o cristão e credito respectivamente o saber, a lei e o amor a cada um, respectivamente, parece que há na no legado cristão a marca que acentua o Pastor Marcelo.
No limiar do domingo, quando as chamas da lareira dão adeus ao sábado, votos de uma estreia no primeiro dos cinco domingos julinos.
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirconcordo contigo que o nosso olhar é muito marcado pela visão eurocêntrica e nela, o olhar soteriológico a partir do cristianismo. Isso não se refelte apenas nos conceitos e vivências ligados à solidariedade religiosa, mas se estende à maior parte do nosso fazer humano: a saúde, a pesquisa, a ciência, a filosofia etc. Às vezes imagino que romper essa tendência, considerando o lócus ocidental, é quase impossível. Mesmo quando realizamos nossas incursões pelo pensamento oriental fazemo-lo de uma forma que se adapte à nossa forma de pensar.
Com os votos de um bom domingo, com frio, mas com o primeiro jogo da Seleção Brasileira na Copa América.
Garin
Meu amigo Garin,
ResponderExcluiracredito que mais uma vez tua pré-postagem falhou ou te integraste aos irmãos do Norte e aderiste ao feriado estadunidense. Deixa-nos mal acostumado com tuas pílulas na madrugada. E quando elas faltam há um vazio.
Um abraço numa madrugada fria, com 3ºC
attico chassot