O Caderno Vida de Zero Hora[1], de sábado passado (2 de jul 2011), trouxe um artigo do Dr. Leandro Minozzo, geriatra e gerontologista, na seção “Palavra de Médico” sobre o sentido na vida. Reproduzo este artigo na postagem de hoje visto que, esse é um tema significativo na atualidade. A cada apuração do IBGE percebemos que a longevidade dos brasileiros e brasileiras está crescendo à medida que o tempo avança.
ENCONTRANDO UM SENTIDO NA VIDA
Dr. Leandro Minozzo
Ao atender pacientes com depressão, no meu caso em especial os idosos, me deparo muito com a queixa do vazio, da vida sem sentido. E o que fazer? Sempre achei complicado encaminhar um senhor octogenário para a psicoterapia mais clássica, em especial a baseada na psicanálise de Freud. Fico imaginando como deve ser a abordagem de questões tipo pai-filho ou mesmo assuntos sexuais tão longínquos. Acredito haver terapias mais adaptáveis à terceira idade, entre elas uma não tão difundida no Brasil: a logoterapia, ou terapia do sentido da vida.
Seu criador, dissidente da psicanálise freudiana, o médico austríaco Viktor Frankl baseou sua teoria na busca constante do homem pelo sentido da vida. Desde a faculdade, Frankl via nessa busca a fonte de equilíbrio e saúde mental. Sua vivência e tragédia familiar durante os campos de concentração reforçaram sua teoria. Segundo ele, o homem pode encontrar sentido na vida por três maneiras: criando um trabalho ou fazendo uma ação, experimentando algo ou encontrando alguém (amor), ou através do sofrimento, encarando-o com a respectiva dignidade.
Algumas pesquisas recentes reforçam a importância do conceito de sentido da vida e seu impacto na saúde de idosos. Em 2009, quatro estudos demonstraram que idosos com maior senso de sentido na vida viveram por mais tempo. O mesmo benefício foi constatado para doenças cardíacas, Alzheimer e depressão. Por sua criação, Frankl recebeu 27 títulos de doutor honoris causa. No Brasil, recebeu tal menção da UFRGS e da PUCRS.
Encontrar um significado para nossa existência e alimentar motivos para estarmos vivos é, sem dúvida, um dos principais pilares para se envelhecer com a saúde em dia.
Considero que a importância da busca do sentido na vida não deve se restringir apenas aos idosos, mas necessita ser encarado por todas as pessoas.
Com votos de uma boa segunda-feira!
[1] PALAVRA DE MÉDICO. Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a3373656.xml&template=3916.dwt&edition=17445§ion=1028. Acesso em 03 jul 2011.
Meu caro Garin,
ResponderExcluiralternar médicos no espaço que era do Moacyr Scliar tem trazido densas reflexões no caderno Vida. A história de Victor Frankl autoriza que este trouxesse contribuições à psicologia, fugindo da ortodoxia.
Mesmo tardiamente postada a blogada aparece com o horário da pré-programação.
Com votos de uma cálida fria segunda-feira, como ensinaste ontem.
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirando brigando com o blogger. Agora, às 9h40 verifiquei que a página havia caído novamente. Não há de ser nada, a gente vai conseguir.
Também tenho achado bastante interessante as reflexões que o caderno Vida pós-Scliar (também gostava dos textos que ele escrevia).
Boa segunda-feira!
Garin
Importante que o nosso saudoso e amado professor Moacir Scliar, tenha deixado seguidores tão competentes.
ResponderExcluirEste texto proporcionou um raro momento de prazer durante a leitura e reflexão da vida.
Fabiana Vieira
São Leoplodo RS.
Cara Fabiana,
ResponderExcluirfui vizinho do Dr. Scliar durante cinco anos. A época, acompanhava de casa, o tec tec da máquina de escrever quando produzia seus artigos e livros. Sempre o admirei muito. Concordo contigo, que bom que pessoas competentes estão continuando a tarefa no jornal ZH.
Um abraço,
Garin