sexta-feira, 29 de julho de 2011

NOSSA BAGUNÇA

No chaveiro da cozinha apanhei o molho de chaves. Desci as escadas apressadamente, pensando nos compromissos do dia. Atravessei o estacionamento e quando cheguei ao box, fui logo colocando a chave na fechadura do carro.
Quando me sentei ao volante, fui toma­do de súbito por uma reflexão: estou aqui no controle de um veículo que pode colocar em risco tanto a minha vida com a vi­da de muitas pessoas.
Nossos atos, no cotidiano, são tão mecânicos que quase não nos damos conta de suas conseqüências. Movemos nossos passos, articulamos palavras, assumimos atitudes, fazemos gestos simbólicos sem atentarmos para o fato de que, em torno de cada uma dessas ações um mundo inteiro de relações se move e nós somos seus sujeitos.
Nossa tentação é pensar que alguém de repente deve se tornar o responsável por nossas ações, ser nosso padrinho, proteger-nos quando nos damos mal. Muita gente quer fazer de Deus um patrocinador as­sim, mas ele não é "quebra-galho". Nossos atos, palavras e atitudes são de nossa responsabilidade e temos que escolher, cada vez, sobre o que devemos fazer. A ação de Deus está na fé, no amor, na busca da justiça que acompanha nossas ações, mas não pode ser reconhecido como aquele que sai por aí arrumando nossa "bagunça"[1]. A responsabilidade pelos nossos atos, palavras e atitudes é só nossa.





DESTAQUE DO DIA

Morte do filosofo Herbert Marcuse (32 anos)



Herbert Marcuse[2] (1898 —1979) foi um influente sociólogo e filósofo alemão naturalizado norte-americano, pertencente à Escola de Frankfurt. Foi membro do Partido Social-Democrata Alemão entre 1917 e 1918, tendo participado de um Conselho de Soldados durante a revolução berlinense de 1919, na seqüência da qual deixou o partido. Marcuse se preocupava com o desenvolvimento descontrolado da tecnologia, o racionalismo dominante nas sociedades modernas, os movimentos repressivos das liberdades individuais, o aniquilamento da Razão .



[2] Herbert Marcuse (ilustração e texto) disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_Marcuse. acesso em 28 jul 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro colega,
    obrigado pelo alerta à bagaunça e especialmete por lembrar Marcuse.
    Saudações moscovitas,
    achassot

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  2. Caro Chassot,

    quando escrevo, parto da minha realidade, dos meus pecados. São eles que me impulsionam à boa parte da inspiração.

    Um forte abraço torrense.

    Garin

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