Precisava visitar um colega, mas estava com pouco tempo. Tomei o carro e saí apressadamente. Quando cheguei ao endereço, estacionei rapidamente e quando estava chaveando a porta me dei conta de uma placa, há poucos metros do carro. Voltei e verifiquei o que ela determinava. Lá estava – proibido estacionar.
Depois de movimentar o carro me veio uma reflexão instigante. Com facilidade, ‘estacionamos’ a nossa reflexão sobre alguns parâmetros e os transformamos em dogmas. Isto mesmo. Colocamos nosso ‘carro da razão’ num local seguro, para que as convicções não sejam roubadas por ninguém, e nos pomos a descansar, languidamente como se os nossos parâmetros racionais fossem uma ‘estação’ de absoluta verdade. Só voltamos para retirá-lo do estacionamento quando alguém nos confronta com uma nova possibilidade. Não estou me referindo ao estacionamento dos nossos pressupostos cotidianos, mas daqueles, de onde partimos para a investigação e para a pesquisa de novos conhecimentos. Nossa razão não necessita de placas de ‘proibido parar e estacionar’ no decorrer de toda a nossa trajetória acadêmica e de investigação.
Na trajetória do conhecimento não há placas de permitido estacionar. Também não há ruas asfaltadas por onde podemos transitar sem solavancos. Cada metro de reflexão é uma nova ‘picada’ no meio do desconhecido que precisa ser aberta com coragem e determinação. Coragem porque quase sempre encontramos quem estacionou há muito e crê que suas convicções são as últimas às quais o ser humano pode alcançar. Determinação porque na conquista de novos conhecimentos quase não há caminhos e os que há, podem conduzir a conhecimentos equivocados.
É proibido estacionar! Não apenas estacionar, é proibido parar!
DESTAQUE DO DIA
Dia do trabalho doméstico
Os trabalhadores(as) domésticos[1] são constituídos, na sua maioria de mulheres e, boa parte delas, que não teve acesso à educação superior, por motivos sócio-econômicos. Constituem-se no suporte indispensável à sociedade contemporânea. São responsáveis pelas atividades básicas ligadas ao lar e, em muitos casos, à educação das novas gerações.
Nossa homenagem a todos(as) os trabalhadores(as) domésticos, no seu dia.
[1] Ilustração disponível em http://www.acessemaranhao.com.br/economia-2/trabalho-domestico-realizado-tres-vezes-na-semana-cria-vinculo-de-emprego/. Acesso em 21 jul 2011.
Meu caro Garin,
ResponderExcluirsaúdo na tua blogada desta sexta-feira algo que cada vez mais aprendemos a valorizar e que nem sabia que merecia data comemorativa: O TRABALHO DOMÉSTICO. Numa viagem como que ora realizo, cabem-me fazeres que usualmente são outras e outros que (me) fazem.
Obrigado por ensinares a valorizar os trabalhos mais humildes.
Desejo uma muito ‘doméstica’ sexta-feira na curtição dos filhos que estão contigo.
Sigo dentro de mais um momento a um local de cerca de 300 habitantes, onde neste fim de semana viverei algo inédito: estarei, provavelmente, sem internet.
Assim abençoa meu silêncio e talvez até segunda-feira,
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluiracredito que a tua viagem para um local assim será uma experiência muito significativa, pois para quem passa quase que cotidianamente conectado à rede mundial de computadores, ficar um período sem esse acesso deverá ser motivo de profundas reflexões e de experiências distintas.
Boa viagem!
Garin