SUFOCO DO CRESCIMENTO
ANO 01 – Nº 340
Sufocado pelos arranha-céus que cresciam nas cidades brasileiras na década de 1970, o Bispo Isac Aço[1], inspirou-se para fazer a sua declaração poética contrária ao crescimento desordenado das cidades, impedindo a visão do sol, da lua, do arrebol etc. Faz seu desabafo contra aquilo que entendia ser reflexo do crescimento:
FLORESTA DE CIMENTO[2]
Isac Alberto Rodrigues Aço
Cimento!
Trama o drama
com o ferro;
no momento
em que encerro
o pensamento,
chega um berro
da floresta
de cimento!
Não agüento
quando enterro
meu pensamento
no tormento
desta rua:
já não vejo o sol
já perdi a lua
não vejo arrebol;
mas sorvo o veneno
do drama terreno
sem alvorecer.
Chega de crescer!
Chega de morrer!
sem chegar a ser.
[1] O Bispo Isac Alberto Rodrigues Aço foi Bispo da Igreja Metodista no Rio Grande do Sul no período compreendido entre 1983 e 1991, quando faleceu tragicamente em um acidente na BR 386 no município de Montenegro, RS.
[2] AÇO, Isac. Floresta de cimento. In: A Razão. ano 41, vol. 98, Santa Maria: 09 fev 1975, p. 15. 15]
Meu caro Garin,
ResponderExcluiro brado de Dom Aço é oportuno, aqui e agora, quando se fala em liberar o gabarito para construção de prédios de Porto Alegre.
Teu blogue faz oportuno alerta.
Vibro com isso,
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirobrigado pelo teu comentário.
Um forte abraço,
Garin