ALIENAÇÃO NA TELINHA
ANO 01 – Nº 165
Não há como escapar, todos(as) estamos envolvidos com os meios massivos de comunicação. Uns se maravilham com o poder das mídias contemporâneas, outros o detestam pela pobreza de programação e pela falta de ética na proposta de muitos programas. É importante ficar atento para a maneira como a TV entra nos lares e manipula a mente das pessoas, especialmente a mente das crianças, cujos valores morais ainda estão em formação. Nessa terça-feira, trago um artigo da Profª. Mércia Falcini com essa preocupação que também é minha, na proporção em que as novas gerações acabam sendo prejudicadas na formação de sua consciência moral. Transcrevo a seguir o seu texto:
Educação, televisão e alienação[1]
(publicado no dia 20 de agosto de 2011)
Mércia Falcini
A incapacidade de indignação induz o homem a viver a vida, assim, como quem não quer nada com nada. “Há um ponto em que a tolerância significa indiferença. Quem tolera tudo é porque não se importa com nada”, diz Rubem Alves em uma de suas crônicas.
O que pode explicar essa capacidade, quase um fenômeno do comportamento humano, de olhar o mundo com tanto desdém e descaso?
A ausência da educação moral, reflexiva e intencionada da ética é um ponto importante e determinante na compreensão do “vale tudo nesta vida em que nada vale”.
E é nesse espaço vazio que a televisão encontra poder e força. Não há como negar que a “telinha” invade nossos dias com absoluta influência. Até os mais críticos e conscientes admitem assistir televisão nos momentos de relaxamento e inércia mental. Não, não sou contra a televisão, podem ficar tranqüilos. Sinto-me apenas desafiada a refletir sobre os poderes, sobretudo os ideológicos, quando o alvo é frágil e indefeso: as nossas crianças.
Pesquisas recentes mostram que os pequenos passam, em média, três horas por dia assistindo a programas de TV. Em muitas casas, onde a jornada de trabalho dos pais é integral, esse tempo supera o tempo que os pais passam com os filhos.
Por isso me incomodo. A preocupação não é a televisão, mas a ausência do mediador e guardião dos valores morais e éticos num período importante da formação humana. A educação demanda tempo, cuidado, reflexão e intencionalidade. E esse processo não é responsabilidade isolada das escolas. Gosto de um ditado africano que diz que “é preciso toda uma aldeia para educar uma criança”.
Precisamos cuidar da educação além das escolas. A cidade educa; a família, o comerciante e a televisão também. Somos todos educandos e educadores ao mesmo tempo; mestres e aprendizes. Não estamos prontos: não nascemos prontos.
A escola deve assumir o compromisso com a aprendizagem, garantir os conhecimentos básicos, condição primeira para a formação da cidadania. Mas a sociedade toda precisa assumir o compromisso com a educação de valores, zelar pelo desenvolvimento salutar das crianças. E isso tem que ser discutido, encarado, refletido em campanhas sociais. Não podemos achar que tudo é natural e que o mundo é assim mesmo...
Antônio Faundez - calma: não é o Fagundes da Globo -, filósofo chileno, nos facilita a compreensão quando diz que “o poder de domínio de uma ideologia reside basicamente no fato de que ela se encarna na ação cotidiana”. Ou seja, a inexorabilidade de um fenômeno se explica quando o homem já não é mais capaz de perceber o que presta do que não presta, o que é bom do que não é bom, o que serve do que não serve.
A nossa televisão não presta; é um escândalo: nela tudo pode!! O sucesso do programa Big Brother, por exemplo, comprovado pelo alto índice de audiência, é um exemplo típico do quanto um povo é capaz de se alienar. Que bom seria se o dinheiro arrecadado com as ligações telefônicas da participação popular fosse destinado aos projetos educacionais do país. Pelo menos haveria uma justificativa plausível para o tempo perdido com “tamanha bobeira”.
Mas como esse desejo não tem a mínima possibilidade de se concretizar; penso eu que talvez as palavras possam chegar mais longe... Abrir a mente e alertar, alguns pelo menos, sobre o perigo da alienação social, sobretudo para nossas crianças: frágeis e indefesas.
DESTAQUES DO DIA
Dia do Ferroviário[2]
O transporte ferroviário[3] é uma parte fundamental da cadeia logística que facilita as trocas comerciais e o crescimento econômico. É um meio de transporte com uma elevada capacidade de carga e energeticamente eficiente, embora careça de flexibilidade e exija uma contínua aplicação de capital. Está particularmente vocacionado para o transporte de cargas de baixo valor total, em grandes quantidades, entre uma origem e um destino, a grandes distâncias, tais como: minérios, produtos siderúrgicos, agrícolas e fertilizantes, entre outros. Os trabalhadores do transporte ferroviário são fundamentais para a eficiência da logística: a eles, nossa homenagem no seu dia!
ATENÇÃO: devidamente notado pelo Prof. Attico Chassot, o Dia do Ferroviário não acontece hoje. A data correta é 30 de abril. Houve um equívoco de minha parte, peço desculpas, mas a Homenagem aos Ferroviários permanece!
ATENÇÃO: devidamente notado pelo Prof. Attico Chassot, o Dia do Ferroviário não acontece hoje. A data correta é 30 de abril. Houve um equívoco de minha parte, peço desculpas, mas a Homenagem aos Ferroviários permanece!
[1] Educação, televisão e alienação. (texto e ilustração) Disponível em http://www.itu.com.br/colunistas/artigo.asp?cod_conteudo=31388. Acesso em 22 ago 2011.
[2] Transporte Ferroviário. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio. Acesso em 22 ago 2011.
[3] Ilustração disponível em http://bfphoto-fineart.blogspot.com/2009_09_04_archive.html. acesso em 23 ago 2011.
Meu caro mestre Garin,
ResponderExcluirmesmo que o assunto da ‘formatação’ pela telinha seja com oportunidade trazido pela professora Mércia Falcini, é a comemoração do dia do ferroviário. Isto de datas comemorativas não se vincula a uma ortodoxia. Lembro de comemorações em 29 de outubro. Não importa.
Ainda ilustras o texto com uma ‘maria fumaça’. O guri que te escreve, nasceu e viveu sete anos de sua infância ao lado dos trilhos em estação Jacuí. Depois em Montenegro, ainda como filho de ferroviário, ainda por pelo menos mais alguns anos esteve ligado a trens. Devo ter andado de ônibus a primeira já grandinho. Antes só trem: Quando meu pai estava de féria tínhamos passe livre e durante o resto do tempo 75%.
Assim obrigado por na madrugada chuvosa fazeres saudades e lembrar os trens e vibrar com os ferroviários.
Com estima
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirquando encontrei na minha lista, o Dia do Ferroviário, lembrei logo de ti. A minha convivência com trens, também foi muito expressiva. Os trens estiverem presentes, por muito, tempo nas minhas viagens e nas minhas fantasias infantis. Muitas vezes me imaginei maquinista dirigindo uma maria fumaça conduzindo passageiros nas suas viagens de sonhos.
Mas tens razão, a minha pesquisa está equivocada, mas a homenagem continua. Segundo os sites da internet, em pesquisa realizada hoje, o Dia do Ferroviário é 30 de abril.
Um grande abraço.
Garin