terça-feira, 30 de agosto de 2011


ROUPAS NO VARAL
ANO 01 – Nº 172
No edifício ao lado do meu, há um apartamento habitado por um grupo de rapazes. É admirável o respeito que têm pelos seus vizinhos. Nunca presenciei algo que pudesse perturbar o pessoal que mora próximo. Entretanto, impressiona a maneira como eles agem em relação às roupas que colocam no varal externo: nunca prendem as peças como os habituais prendedores. Nesses dias ventosos de inverno, invariavelmente, as roupas acabam jogadas no pátio do apartamento térreo, que está desabitado, sempre molhadas, pois faça chuva ou faça sol, as roupas continuam ali.
Enquanto preparava o almoço de domingo, cheguei à janela para observar se o clima, horrível, tinha alguma chance de se modificar. Nesse exato momento, um dos moradores foi até ao varal buscar uma toalha de banho, que jazia lá embaixo no dito pátio abandonado junto a outras tantas peças.
Confesso que é a atitude dos rapazes me intriga, pois sempre repetem a mesma ação que resulta na mesma consequência. Porém fiquei refletindo sobre isso. Ao longo de nosso existir, muitas vezes agimos como aqueles vizinhos. Agregamos conhecimentos e bens importantes para o dia-a-dia, mas por razões incompreensíveis, não os prendemos junto a nós. Muitas vezes trata-se de ferramentas indispensáveis que possibilitam acessos decisivos ao nosso crescimento profissional e humano. Deixamos largados, sem os devidos cuidados para que nos acompanhem e estejam prontos para serem utilizados nas ocasiões necessárias. Habilidades não cultivadas, conhecimentos desprezados, instrumentos deixados de lado, enfim, coisas que podem nos tirar de apertos em situações de risco, ou até mesmo na conquista de uma vaga de trabalho. Como as roupas do varal dos meus vizinhos, não os retemos suficientemente conosco e na hora necessária, percebemos que estão lá longe, abandonados e inacessíveis.
Com os votos de uma ótima terça-feira!

  
DESTAQUE DO DIA
Independência do Timor-Leste (12 anos)
Timor-Leste[1], oficialmente denominada República Democrática de Timor-Leste é um dos países mais jovens do mundo, e ocupa a parte oriental da ilha de Timor no Sudeste Asiático, além do exclave de Oecusse, na costa norte da parte ocidental de Timor, da ilha de Ataúro, a norte, e do ilhéu de Jaco ao largo da ponta leste da ilha. As únicas fronteiras terrestres que o país tem ligam-no à Indonésia, a oeste da porção principal do território, e a leste, sul e oeste de Oecusse, mas tem também fronteira marítima com a Austrália, no Mar de Timor, a sul. Sua capital é Díli, situada na costa norte. Em 30 de Agosto de 1999, cerca de 80% do povo timorense optou pela independência em referendo organizado pela Organização das Nações Unidas. A língua mais falada em Timor-Leste era o indonésio no tempo da ocupação indonésia, sendo hoje o tétum (mais falado na capital). O tétum e o português formam as duas línguas oficias do país


[1] TIMOR-LESTE (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Timor-Leste. Acesso em 29 ago 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro mestre Garin,
    encanta-me a sabedoria trazida de um prosaico varal de roupas. Esse filosofar/teologar o cotidiano é um privilegio dos doutos.
    Uma muito boa terça-feira,

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    o uso do cachimbo acaba por entortar a boca: não consigo 'ver', nem 'ouvir' sem questionar. Sabe que algumas vezes isso me causa problemas, principalmente na hora de relaxar.

    Obrigado pela tua visita em altas horas!

    Garin

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