EMPURRANDO
ANO 01 – Nº 150
Sábado passado tinha uma festa para participar. Era o aniversário de um amigo que foi comemorado num restaurante, um pouco longe da minha casa. Minha esposa e eu nos arrumamos, apanhamos o presente e tomamos o carro. Precisava seguir por uma das mais movimentadas avenidas da cidade. Como é meu hábito, acelerei o veículo até atingir uma velocidade de cruzeiro compatível com a segurança e, como o tráfego estava razoável, me mantive assim. Pelo retrovisor percebi que um veículo vinha forçando a ultrapassagem[1]. Quase grudado ao cano de escapamento dava umas aceleradas fortes como se quisesse empurrar o meu carro. Quando o movimento permitiu, ele ultrapassou e se foi numa disparada perigosa. Menos de um minuto depois, o encontrei parado quando o semáforo fechou.
A ânsia de alcançar os objetivos, perseguir as metas impostas pelas estratégias de produção é capaz de desenvolver cenas jocosas de quem perdeu a noção das possibilidades. Acelerar fortemente o carro numa avenida não aumenta a velocidade de cruzeiro por causa dos outros carros, dos semáforos, dos pedestres etc. Acredito que aquele motorista sabia de tudo isso, mas a pressão dos prazos o fazia parecer irracional, acrítico, antiético.
Essa sociedade de consumo, altamente competitiva, por vezes nos faz perder a racionalidade. A ansiedade torna-se combustível para a irresponsabilidade. A pressa alimenta insegurança. A disputa por espaços movimenta o desrespeito e coloca em risco a civilidade. Com facilidade retornamos à era em que os humanos habitavam cavernas e enxergavam seus semelhantes como ameaças. A cada instante precisavam superar os outros para impor sua prevalência, matar sua caça, conquistar sua parceira(o).
Fiquei me questionando: teremos retornado na história sem nos dar conta de que a contemporaneidade não passa de uma nova versão de antigas práticas selvagens?
DESTAQUE DO DIA
Criação da Cruz Vermelha[2] (148 anos).
A organização foi fundada por iniciativa de Jean Henri Dunant, em 1863, sob o nome de Comitê Internacional para ajuda aos militares feridos, designação alterada, a partir de 1876, para Comitê Internacional da Cruz Vermelha[3].
A assistência aos prisioneiros de guerra teve grande avanço a partir de 1864, quando foi realizada a Convenção de Genebra, para a melhoria das condições de amparo aos feridos, e em 1899, quando foi realizada a Convenção de Haia, que disciplinava as "normas" de guerra terrestre e marítima.
Atualmente, o CICV não tem se limitado apenas à proteção de prisioneiros militares, mas também a detidos civis em situações de guerra ou em nações que violem os Estatutos dos Direitos Humanos. Preocupa-se ainda com a melhoria das condições de detenção, a garantia do suprimento e distribuição de alimentos para as vítimas civis de conflitos, a prover assistência médica e a melhorar as condições de saneamento especialmente em acampamentos de refugiados ou detidos.
Também tem atuado em assistência a vítimas de desastres naturais, como enchentes, terremotos, furacões, especialmente em nações com carência de recursos próprios para assistência às vítimas.
[1] Ilustração disponível em http://www.orevolucionario.org/opiniao.php?ID=2162 acesso em 8 ago 2011.
[2] Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz_Vermelha_Internacional acesso em 7 ago 2011.
[3] Ilustrações disponíveis em http://manmessias21.blogspot.com/2010/08/dia-22-de-agosto-na-historia.html; http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u107548.shtml. acesso em 7 ago 2011.
Meu caro Garin,
ResponderExcluirobrigado por estares sempre atendo às cotidianidades e com elas nos trazeres lições.
Uma muito boa segunda-feira que se faz chuvosa,
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluiré sempre triste perceber como as incompreensões se fazem presente no cotidiano. Hoje também estou chocado com a bolgada que trazes sobre a fome na Somália. A história se repete e a impotência do ser humano também: falta de vontade política.
Um abraço,
Garin
Todos estes que ai estão, apressando no caminho... eles passarão... eu passarinho!
ResponderExcluirAbraço tio
Matheus Canfield
Oi Mateus,
ResponderExcluirpois é, dá muito bem para a gente lembrar do velho Quintana. Vai dia, vem dia e o pessoal não aprende, não tem jeito.
Um abraço,
Garin