HÁ 3,4 BILHÕES DE ANOS
ANO 01 – Nº 167
Enquanto tomava meu chimarrão, como de hábito, escuto as primeiras notícias, no radinho de pilhas[1]. De repente uma informação me chamou a atenção: uma equipe de cientistas descobriu uma forma de vida fossilizada, na Austrália, que pode ter cerca de 3.400.000.000 de anos. Isso mesmo, três bilhões e quatrocentos milhões de anos. É só olhar para o tamanho do número acima, contar quantos zeros possui, para se ficar deslumbrado com tamanha idade. É claro que, há época, as condições para a vida no planeta eram desfavoráveis para a vida com base no oxigênio. Sua subsistência dependia do enxofre, mas era vida. Outra coisa que nos causa espanto é como as formas de vidas evoluíram no decorrer dos bilênios[2]. O ser humano é uma evolução dessas primitivas formas. Desde lá, essa fantástica forma de existir vem se modificando e se complexificando[3] ao ponto de ser capaz de planejar o futuro, alterar estruturas, melhorar condições biológicas, evitar enfermidades, etc. Como cristão, acredito que tudo foi criação divina, mas a evolução aconteceu pela vontade e determinação da vida. Essa descoberta acrescenta muito mais responsabilidade sobre essa forma mais complexa, o ser humano, sobre as demais espécies biológicas do planeta.
Quem sabe, mais essa descoberta pode mudar a forma de pensar daquelas pessoas que gostam de brincar irresponsavelmente com os recursos naturais de nossa nave maior e parem de sujar o mundo por onde passa essa senhora de três, vírgula quatro bilhões de anos! Quem sabe poderemos ajudar a preparar bolo de comemoração dos quatro bilhões, para que alguém assopre suas velinhas, hein?
Reproduzo a seguir, a reportagem sobre o assunto:
ACHADOS NA AUSTRÁLIA MICRÓBIOS
FOSSILIZADOS DE 3,4 BILHÕES DE ANOS[4]
Equipe encontra micróbios mais antigos da Terra que viveram sem oxigênio e proliferaram graças a compostos a base de enxofre
Uma equipe científica encontrou nas rochas do oeste da Austrália micróbios fossilizados que viveram há 3,4 bilhões de anos em um mundo sem oxigênio e proliferavam graças a compostos à base de enxofre, segundo um estudo publicado neste domingo na revista científica Nature Geoscience.
"Temos por fim uma boa prova de vida com mais de 3,4 bilhões de anos. Isso confirma que na época havia bactérias que viviam sem oxigênio", declarou o professor Martin Brasier, da Universidade de Oxford, que participou dessas pesquisas dirigidas por David Wacey, da Universidade da Austrália Ocidental. "São os fósseis mais antigos achados na Terra", afirmou a Universidade de Oxford em um comunicado.
A Terra tem 4,5 bilhões de anos. A vida surgiu entre 3,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos. Os fósseis descobertos por David Wacey e sua equipe em uma das praias mais antigas da Terra, em um lugar chamado "Strandley Pool", estão incrustados em microscópicos cristais de pirita, de minerais à base de sulfeto de ferro, segundo o estudo.
Esses cristais seriam o efeito da atividade biológica (metabolismo) dos microorganismos fósseis. Os cientistas acreditam estar certos sobre a idade dos fósseis, já que as rochas sedimentares onde os encontraram foram formadas entre dois episódios vulcânicos.
"Isso limita a algumas dezenas de milhões de anos o intervalo de tempo no qual os fósseis puderam se formar", afirma o professor Brasier. Ele enfatiza que os microfósseis foram submetidos a provas que demonstram que as formas detectadas na rocha são de natureza biológica e não são o resultado de um processo de mineralização.
Foram observadas estruturas similares a células. "Pela primeira vez achamos em rochas arqueanas uma associação direta entre uma morfologia celular e subprodutos do metabolismo", concluem os pesquisadores.
Há 3,4 bilhões de anos, a Terra era um lugar quente, com uma forte atividade vulcânica, e a temperatura dos oceanos alcançava os 40°C a 50°C. Atualmente, afirma o professor Brasier, continua havendo bactérias que utilizam mais enxofre do que oxigênio para obter energia e proliferar. São encontrados principalmente em lugares quentes como chaminés hidrotermais, no fundo dos oceanos.
DESTAQUES DO DIA
Morte de Hume (235 anos)
David Hume[5] nasceu em Edimburgo, Escócia, a 7 de Maio de 1711 e faleceu na mesma cidade a 25 de Agosto de 1776. Filósofo, historiador e ensaísta escocês que se tornou célebre por seu empirismo radical e seu ceticismo filosófico. Ao lado de John Locke e George Berkeley, Hume compõe a famosa tríade do empirismo britânico, sendo considerado um dos mais importantes pensadores do chamado iluminismo escocês e da própria filosofia ocidental. Hume opôs-se particularmente a Descartes e às filosofias que consideravam o espírito humano desde um ponto de vista teológico-metafísico. Assim Hume abriu caminho à aplicação do método experimental aos fenômenos mentais. Teve profunda influência sobre Kant, sobre a filosofia analítica do início do século XX e sobre a fenomenologia.
Morte de Faraday (144 anos)
Michael Faraday[6] nasceu em Newington, Surrey, a 22 de setembro de 1791 e faleceu em Hampton Court, a 25 de agosto de 1867. Físico e químico inglês, sendo considerado um dos cientistas mais influentes de todos os tempos. Suas contribuições mais importantes e seus trabalhos mais conhecidos foram nos intimamente conectados fenômenos da eletricidade e do magnetismo, mas ele também fez contribuições muito importantes em química. Faraday foi principalmente um experimentalista, e descrito como o "melhor experimentalista na história da ciência". Suas descobertas em eletromagnetismo deixaram a base para os trabalhos de engenharia no fim do século XIX por pessoas como Edison, Siemens, Tesla e Westinghouse, que tornaram possível a eletrificação das sociedades industrializadas, e seus trabalhos em eletroquímica são agora amplamente usados em química industrial.
Morte de Nietzsche (111 anos)
Friedrich Wilhelm Nietzsche[7] nasceu em Röcken a 15 de outubro de 1844 e faleceu em Weimar a 25 de Agosto de 1900. Filólogo e influente filósofo alemão do século XIX, Nietzsche nasceu numa família luterana filho de Karl Ludwig e neto de dois pastores. Chegou a pensar em seguir a carreira de pastor. Entretanto, Nietzsche rejeitou a "fé" durante sua adolescência, e os seus estudos de filosofia afastaram-no da carreira teológica. Iniciou seus estudos no Inverno de 1864 na Universidade de Bonn em Filosofia Clássica e Teologia evangélica. Por diferentes motivos transferiu-se para a Universidade de Leipzig, mas isso se deve, acima de tudo, à transferência do Prof. Friedrich Wilhelm Ritschl, uma figura paterna para Nietzsche. Durante os seus estudos na universidade de Leipzig, a leitura de Schopenhauer iria constituir as premissas da sua vocação filosófica. Aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, Nietzsche é nomeado aos 24 anos professor de Filologia na universidade de Basileia.
[1] Pequeno receptor de ondas de rádio AM e FM montados em uma base com transistors.
[2] Esse termo não é dicionarizado, mas em analogia ao milênio, significa mil milênios.
[3] Um gerúndio inventado por mim para se juntar aos milhares que são gastos todos os dias por aí.
[4] ACHADOS NA AUSTRÁLIA MICRÓBIOS FOSSILIZADOS DE 3,4 BILHÕES DE ANOS. Disponível em http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/achados+na+australia+microbios+fossilizados+de+34+bilhoes+de+anos/n1597168859944.html. acesso em 23 ago 2011.
[5] David Hume (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Hume. acesso em 24 ago 2011.
[6] Michael Faraday (ilustração e texto) Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Michael_Faraday . acesso em 24 ago 2011.
[7] Friedrich Nietzche (ilustração e texto) Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Wilhelm_Nietzsche. acesso em 24 ago 2011
Muito estimado Garin,
ResponderExcluirobrigado por brindares com o texto e reflexões acerca da descoberta de fósseis de idades bilionárias, aditando a previa que deste na fala de abertura da celebração do natalício do Reitor.
Quanto as três evocações de aniversário de morte, os dois filósofos me são próximos e por David Hume tenho grande admiração intelectual. De Faraday muito ensinei as leis da eletrólise e aplique seuas descobertas na elucidação do conceito de mol.
Um boa chuviscosa quinta-feira, recordando com saudade a tarde e noite de ontem.
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirna verdade eu é que devo agradecer a aula preciosa que transmitiste para as minhas turmas de Ética. Pela participação da turma da manhã e pela concentração do pessoal da noite deu para avaliar o quanto foi importante.
Um abraço,
Garin