VISITANDO LIVROS
ANO 01 – Nº 302
Precisava buscar um certificado, de participação em evento, em outra instituição. Como havia participado juntamente com o meu colega Prof. Dr. Edgar Timm, o convidei para irmos juntos. Dirigimo-nos ao setor competente e apanhamos nossos ‘comprovantes’ de participação, que serão devidamente registrados no Currículo Lattes. Como já fosse próximo ao meio-dia, convidei o colega para almoçarmos juntos por ali mesmo e depois visitarmos as livrarias da instituição.
Após a sobremesa iniciamos o tour em busca das novidades de publicações. Foi o melhor do programa: uma das atividades prazerosas para mim, numa livraria, é localizar as obras que me interessam e começar a consultá-las. Enquanto o colega fazia uma verdadeira varredura nas estantes e prateleiras do estabelecimento eu me acomodava em uma poltrona ou cadeira (que sempre existe nas boas livrarias) e iniciava a minha viagem pelas obras escolhidas. Nem sempre compro algo (como aconteceu ontem), mas aproveito para vasculhar os lançamentos com os olhos de águia.
De repente, um livro me chamou a atenção. Abordava a questão da sustentabilidade na perspectiva do novo milênio. O tema me interessou bastante, mas a obra se restringia a uma abordagem propedêutica, não aprofundava os temas propostos. Outra obra que consultei focava diretamente a minha disciplina, a Bioética, mas já tinha mais de cinco anos e, no caso dessa temática, é tempo demais – fica desatualizado.
Quase terminando o périplo, encontrei uma obra que ainda não li, mas que me chamou a atenção. Trata-se de A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas, de Zygmunt Bauman, edição de 2009. Numa sinopse que encontrei na internet diz que “a obra afirma que a individualização se tornou o destino de todo habitante de uma grande cidade contemporânea, não uma opção, pois a sociedade estimula os indivíduos a agirem em função dos problemas e medos que surgem diariamente. E, ao tentar fazer com que as vidas tenham sentido, os homens tendem a culpar suas próprias falhas e fraquezas pelos desconfortos e derrotas que enfrentam. Para o autor, a reação só leva a mais isolamento. Bauman se baseia nessa teoria e tenta mostrar como a sociologia pode contribuir para conectar as decisões e ações individuais aos medos e questionamentos do ser humano.”.[1] Os indivíduos isolados se encontram, mas isso não provoca aproximações, mas um isolamento ainda mais evidente, quase imposto pelo sistema de vida contemporâneo.
Como disse, não o li, apenas examinei algumas páginas, mas fiquei entusiasmado com o tema e, como é do Bauman, não há risco: está na minha lista de compras. Valeu o tour pelas livrarias, aliás, é um passeio que recomendo para as férias.
Com votos de um ótimo sábado!
DESTAQUE DO DIA
Dia do leitor
Ler é viajar. Esta frase é bastante conhecida não deixa de ser verdade, pois foi (e ainda é) através da leitura que o homem passou a conhecer lugares onde nunca esteve, se remeter ao passado histórico ou criado e até mesmo, projetar o futuro. [...] É importante lembrar que não se nasce leitor, o aprendizado da leitura é um processo infinito de capacitação que é fomentado pelo contato com livros. Pouco a pouco, a prática da leitura nos faz buscar cada vez livros mais complexos, sejam eles literários ou não, o que indica nosso crescimento na capacidade de interpretação e de abstração. Ler nunca é uma atividade passiva. Através da leitura, o leitor identifica e cria lugares, personagens e estórias. Muitas vezes, se projeta no que está lendo.[2]
[1] Disponível em http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=2629944&sid=899444251131228313165062532. Acesso em 6 jan 2012.
[2] DIA DO LEITOR. Disponível em http://www.jornalvivabrasil.com.br/datas_comemorativas/index.php?option=com_content&view=article&id=116:dia-do-leitor-&catid=422:dia-07&Itemid=32. Acesso em 6 jan 2012.
Fiquei intrigado pelo livro... Mas discordo, com o mais simples argumento: a minha individualização se dá na alegria e satisfação plena da pessoa amada. Seja uma pessoa amante ou seja parte da "família". A satisfação pessoal ainda se dá na felicidade do outro ou da outra, o sentido ainda se constroi na relação estabelecida entre os indivíduos. Então, acho que o autor limita-se muito no conceito de "problema", como se ele fosse capaz de saber o quê constitui o problema de cada um.
ResponderExcluirVale lembrar que moro em uma grande cidade brasileira contemporanea, Rio de Janeiro.
Oi Iguatemi,
ResponderExcluiro autor trabalha coma ideia de que nossa intencionalidade, no encontro do outro, é a satisfação individual. Ele trabalha com a perspectiva geral da sociedade contemporânea de consumo. A tua posição de que a satisfação pessoal só se realiza na alteridade também é a do autor. Há uma entrevista com o Bauman que ajuda a entender sua posição: http://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A
Muito cotidianista ( o neologismo quer significar ‘Profeta do cotidiano’) Garin,
ResponderExcluirbela associação do périplo pelas livrarias com o dia do leitor, marcado por foto que diz tudo.
Um bom sábado, que se anuncia tórrido e sequioso de chuvas
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Caro Chassot,
ResponderExcluirRefletir sobre o cotidiano tem me desafiado, mas acho que não chego a ser um cotidianista - não tenho essa competência, ou seria habilidade (entendes, não?); tua blogada de hoje também contemplou, como quase todo o sábado, a 'tribo dos leitores'.
Um abraço,
Garin