terça-feira, 17 de abril de 2012

Amigo e amigo - ano 02 - nº 401


AMIGO E AMIGO
ANO 02 – Nº 401

A amizade é uma predisposição recíproca
que torna dois seres igualmente ciosos
da felicidade um do outro.

Esse pensamento é atribuído a Platão (427-347 a.C.) e nos fala sobre o perfil do amigo verdadeiro. É comum alguém se aproximar da gente invocando a amizade que nos une com o objetivo de fazer um pedido, seja de dinheiro ou de ajuda. Na mente do filósofo, a amizade tem outro fluxo: manifesta o desejo de que o outro se sinta melhor. Como ao seu tempo, a ética consistia na busca do bem supremo, uma amizade caminhava na direção de proporcionar ao outro as melhores condições para o seu existir.

No caminho contrário está quem invoca a amizade para pedir favores. Nesse fluxo devemos incluir a distorção do hedonismo, corrente filosófica atribuída aos filósofos gregos  Aristipo de Cirene e Epicuro, cujo fundamento era alcançar o prazer do maior número de pessoas e da sociedade como um todo. Contemporaneamente, tem-se utilizado dessa visão, mas num círculo restrito e egoísta, no qual o valor buscado é o prazer individual.

É importante fazer a diferença entre o amigo, que se doa para proporcionar a felicidade ao outro e o amigo que nos busca para construir o seu prazer egoísta.

Uma boa terça-feira de amizades verdadeiras!
DESTAQUE DO DIA

Morte de Proclo (1527 anos)

Proclo Lício nasceu em Constantinopla a 8 de fevereiro de 412 e morreu a 17 de abril de 485, chamado de Proclo Diádoco (em grego, o sucessor: Πρόκλος ὁ Διάδοχος), foi um filósofo neoplatônico grego do século V. Teve o mérito de desenvolver a corrente de pensamento baseada em Platão, iniciada por Plotino e depois expandida por Porfírio e Jâmblico. Proclo combinava os seu próprios pontos de vista com os de seus mestres: Plutarco, Siriano, Porfírio e Jâmblico.

Sua obra pode ser dividida em duas partes. Na primeira parte estão os seus Memoranda ou comentários sobre o pensamento platônico, o primeiro deles escrito quando Proclo tinha 28 anos. Dizem respeito aos diálogos platônicos (A República, Timeu, Alcebíades, Parmênides e Crátilo). Nesses trabalhos, Proclo analisa e reafirma o pensamento de Platão, que, na época, era muitas vezes mal interpretado.

A segunda parte é de conteúdo teológico, destacando-se os seis livros que constituem a Teologia Platônica, Chrestomatheia, Hymni, Epigrammata e outros. Em razão da perseguição cristã, o conhecimento da religião grega estava fadado ao desaparecimento. Proclo ensinou o simbolismo dos mitos gregos e analisou-os com grande cuidado e sabedoria. Afirmou, por exemplo, que nos mitos gregos o "casamento é a união indivisível de forças criativas".[1]


[1] PROCLO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Proclus. Acesso em 17 abr 2012.

3 comentários:

  1. Muito estimado amigo Garin,
    julgo-me privilegiado por poder chamar-te de amigo, diferente daquele milhar 'ditos amigos no Facebook,
    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      essa comunidade do Facebook parece muito mais a daquele outro tipo de amigo, concordo contigo.
      Um abraço,
      Garin

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  2. Certamente é uma bela definição de casamento.

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