quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Verdade absoluta - ano 01 - nº 355

VERDADE ABSOLUTA
ANO 01 – Nº 355

Entre os anseios humanos está aquele de um dia encontrar a ‘verdade absoluta’ sobre todos os assuntos. Aliás, há quem considere a sua versão como tal. É comum ouvir tais pessoas afirmarem, com total sinceridade, que têm absoluta certeza sobre o que estão dizendo.

No seminário sobre História e Filosofia da Ciência, o colega Prof. Attico Chassot[1], com quem compartilhei a última edição oferecida há dois semestres, nos mestrados do IPA, sempre reafirma: o século XIX terminou considerado como o século das certezas e o final do XX, como o século da dúvida.

Quando me apresento a uma nova turma, a cada semestre, tenho o cuidado de explicitar como estou olhando a Ética, a disciplina que ministro atualmente. São pelo menos duas lentes que me fazem enxergar o mundo. A primeira é a lente da Teologia, minha primeira formação e na qual cursei o mestrado e o doutorado. A outra lente é a da Filosofia, na qual fiz minha Licenciatura.

Depois de seis décadas de caminhada fico impressionado como essas lentes têm influenciado significativamente a forma de olhar a realidade que me cerca. São duas lentes relacionadas às humanidades e isso tem me feito colocar as pessoas como prioridade na hora de fazer julgamentos.

Já convivi com pessoas que, ao estabelecerem seus argumentos sobre a realidade, o fazem a partir de números e de estatísticas. As lentes, através das quais enxergam o contexto, estabelecem relações matemáticas e comparações relativas entre uns e outros números. Quando conversamos com quem está sempre lidando com a saúde é possível perceber que seus julgamentos partem sempre de processos vitais como células, neurônios, fluxos sanguíneos etc. Outros fazem seus julgamentos contextualizando historicamente cada aspecto do existir, localizando os fatos em diferentes períodos da trajetória da humanidade.

Cada pessoa tem o seu ponto de partida para enxergar o mundo e por isso, seu olhar representa uma faceta da realidade. O conjunto desses olhares humanos nos permite uma aproximação do conhecimento, mas nunca a verdade absoluta. Quando descobrimos as lentes, através das quais contemplamos o universo, fica bem mais fácil fazer qualquer afirmação sobre a realidade que nos cerca.

Há apenas uma verdade absoluta: a dúvida sobre qualquer verdade!

Com os votos de uma quarta-feira com muitas realizações humanas!
DESTAQUE DO DIA

O bissexto

Chama-se ano bissexto o ano ao qual é acrescentado um dia extra, ficando ele com 366 dias, um dia a mais do que os anos normais de 365 dias, ocorrendo a cada quatro anos. Isto é feito com o objetivo de manter o calendário anual (gregoriano) ajustado com a translação da Terra e com os eventos sazonais relacionados às estações do ano. O presente ano (2012) é bissexto. O último ano bissexto foi 2008 e o próximo será 2016.

A origem do nome bissexto advém da implantação do Calendário Juliano em 45 a.C. que se modificou evoluindo para o Calendário Gregoriano que hoje é usado em muitos países a todos os quais ocorrem os anos bissextos.

Dentro de um contexto histórico, a inclusão deste dia extra, dito dia intercalar, ocorreu e é feita em calendários ditos solares em diferentes meses e posições. No Calendário Gregoriano é acrescentado ao final do mês de Fevereiro, sendo seu 29º dia.

Hoje, a expressão “bissexto”, vez ou outra é associada ao duplo seis (66) da expressão 366, o que expressa uma coerência mnemônica popular, porém, aos estudiosos é um grande e histórico equívoco.[2]

Quando crianças, meus irmãos e eu gostávamos de brincar com o aniversário de pessoas que nasciam em 29 de fevereiro afirmando que eles só poderiam comemorá-lo a cada quatro anos.


[1] Blog do Mestre Chassot: http://mestrechassot.blogspot.com
[2] ANO BISSEXTO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ano_bissexto. Acesso em 29 fev 2012.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Muitas felicidades! - ano 01 - nº 354

MUITAS FELICIDADES!
ANO 01 – Nº 354

Ontem foi a primeira noite de aulas nos cursos de licenciatura do IPA. Tive as duas últimas aulas da noite com turmas da Pedagogia, Educação Física e Música. A disciplina que estou trabalhando nesse semestre é a mesma do anterior: Ética, Sociedade e Meio Ambiente. Depois de expor o Plano de Ensino, iniciamos a aula propriamente dita, conversando sobre noções básicas de ética e moral.

Em uma das lâminas, apresentei a imagem de um coração sob a palavra ‘bem’, e perguntei à turma como a gente cumprimenta as pessoas que fazem aniversário. Logo uma aluna respondeu: “muitas felicidades, muitos anos de vida!”. A partir dessa conversa iniciamos um diálogo sobre o que, de fato, deveríamos dizer nessas circunstâncias.

Atualmente, a sociedade da qual fazemos parte, incentiva a aquisição de bens, como objetivo de realização. Seguidamente ouvimos as pessoas dizerem: “meu sonho de consumo é...!”. Na ponta final da sua realização está um objeto ou serviço, pelo qual ela está disposta a pagar uma alta soma. Não resta dúvida de que o ‘bem’ maior, a felicidade suprema, reside sobre o consumo de alguma coisa que se possa comprar.

Dessa forma concluímos que, ao invés de dizer “muitas felicidades, muitos anos de vida!”, deveríamos abraçar o aniversariante e lhe desejar: “muitas compras, saldo rechonchudo no banco e muito crédito!”. O ‘bem’, enquanto realização maior de nossas vidas deixou de ser um ‘valor’ humano pelo qual estamos dispostos a sacrificar nossos dias: agora é o consumo de alguma coisa pela qual estamos dispostos a pagar “os olhos da cara!”.

A maioria sabe dessa hipocrisia que alimentamos todos os dias, mas nem sempre paramos para repensar o engodo que isso representa. O ‘sonho de consumo’ logo se transforma em tormento e o existir passa a ser uma sucessão de compras e descartes. Fazemos assim com as coisas e também com as nossas relações humanas do cotidiano!

Com votos de uma ótima terça-feira!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Montaigne (479 anos)

Michel Eyquem de Montaigne nasceu em Saint-Michel-de-Montaigne a 28 de fevereiro de 1533 e morreu na mesma cidade a  13 de setembro de 1592. Foi um escritor e ensaista francês, considerado por muitos como o inventor do ensaio pessoal. Nas suas obras e, mais especificamente nos seus "Ensaios", analisou as instituições, as opiniões e os costumes, debruçando-se sobre os dogmas da sua época e tomando a generalidade da humanidade como objeto de estudo. É considerado um cético e humanista.

Montaigne começou a sua educação com o seu pai. Este tinha um espírito por um lado vigilante e metódico e por outro aberto às novidades. Após estes estudos enveredou pelo Direito. Exerceu a função de magistrado primeiro em Périgoux (de 1554 a 1570) depois em Bordéus onde travou profunda amizade com La Boetie.

Retirou-se para o seu castelo quando tinha 34 anos para se dedicar ao estudo e à reflexão. Levou nove anos para redigir os dois primeiros livros dos Essais. Depois viajou por toda a Europa durante dois anos (1580-1581). Faz o relato desta viagem no livro Journal de Voyage, que só foi publicado pela primeira vez em 1774.[1]


[1] MICHEL DE MONTAIGNE. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Eyguem_de_Montaigne. Acesso em 28 fev 2012.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O batom - ano 01 - nº 353

0 BATOM
ANO 01 – Nº 353

O cair da tarde do domingo estava lindo aqui em Porto Alegre. Ana e eu resolvemos dar uma volta pela cidade e passar pela Usina do Gasômetro[1] onde se realizava o 1º Fórum Mundial da Bicicleta. Era surpreendente a quantidade de bicicletas e a diversidade de modelos. Como se pode observar, houve uma participação maciça de ciclistas de diversos lugares.

Enquanto sorvíamos o nosso chimarrão vespertino, sentados na barranca do rio, nos divertíamos olhando os barcos que se preparavam para deixar o ancoradouro. O cenário do entardecer naquele lugar era magnífico e as pessoas se divertiam fazendo exercícios físicos, namorando, passeando, conversando em grupos etc.

Quando já estávamos retornando, passou por nós, um casal pedalando suas respectivas bicicletas. De repente, a mulher tirou da pochete um batom e, sem parar de pedalar, começou a se maquiar. Na medida em que avançava sua viagem retocava o colorido dos lábios.

Ana e eu ficamos conversando e refletindo sobre aquela atitude. Ela dispunha de um veículo de equilíbrio precário, cuja força motriz dependia dela e mesmo assim usava uma das mãos para aperfeiçoar sua apresentação pessoal.

O ser humano é formidável quando se trata dos elementos culturais. É capaz de arriscar o próprio equilíbrio para satisfazer um capricho pessoal demandado pelos costumes da sociedade. É comum ver os intelectuais se debruçarem sobre as necessidades fundamentais das pessoas, apelando para os grandes temas ligados à segurança e ao bem estar. Entretanto, alguém é capaz de arriscar a própria integridade física para se manter nos padrões mínimos de beleza.

Quando nos debruçamos sobre temas cruciais esquecemos-nos de dar uma voltinha pela realidade circundante. Se tivéssemos esse cuidado, certamente mudaríamos o foco dos debates. Nem sempre o que os intelectuais determinam que sejam os temas mais importantes, são de fato, as preocupações mais significativas das pessoas. Pode ser que um detalhe da beleza de uma mulher seja mais importante do que seu equilíbrio dinâmico sobre a bicicleta e o risco de uma queda com graves consequências.

O que seria determinante quando se fala de necessidades fundamentais do ser humano?

Com os votos de uma ótima semana de realizações humanas!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Ricoeur (99 anos)

Paul Ricoeur nasceu em Valença a 27 de Fevereiro de 1913 e morreu em Châtenay-Malabry, perto de Paris a 20 de Maio de 2005. Foi um dos grandes filósofos e pensadores franceses do período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial.

O sentido do trabalho filosófico de Ricoeur deve ser visto em uma teoria da pessoa humana; conceito - o de pessoa - reconquistado no termo de longa peregrinação dentro das produções simbólicas do homem e depois das destruições provocadas pelos mestres da "escola da suspeita". Eis, a propósito, um pensamento do próprio Ricoeur (1983): "Se a pessoa voltar, isso se dará porque ela continua o melhor candidato para sustentar as batalhas jurídicas, políticas, econômicas e sociais".

Ainda Ricoeur: "Consciência? Como se poderia ainda crer na ilusão de transparência associada a este termo, depois de Freud e da psicanálise? Sujeito? Como se poderia alimentar ainda a ilusão de uma fundação última em algum sujeito transcendental, depois da crítica das ideologias efetuadas pela Escola de Frankfurt? O eu? Mas quem não sente com força a impotência do pensamento para sair do solipsismo teórico [...]? Eis a razão - conclui Ricoeur - pela qual prefiro dizer pessoa em vez de consciência, sujeito, eu". E a pessoa é atenazada na dialética entre liberdade e culpa, e se sente só diante de Deus, como o cavaleiro da fé de que fala Kierkegaard, cavaleiro que, diante de Deus, "não dispõe em todo caso a não ser de si próprio, em um isolamento infinito.[2]


[1] A Usina do Gasômetro, ou simplesmente Gasômetro, é uma antiga usina de geração de energia de Porto Alegre. Apesar do nome, era uma usina movida a carvão. Hoje é um Centro Cultural no qual acontece diversos eventos e um local de passeio tradicional e turístico da capital gaúcha.
[2] PAUL RICOEUR. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Ricoeur. Acesso em 27 fev 2012.r

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O tempo está cumprido - ano 01 - nº 352


O TEMPO ESTÁ CUMPRIDO

ANO 01 – Nº 352

Tenho acompanhado algumas pregações falando que o tempo está próximo. Normalmente, são mensagens catastrofistas sobre a degradação moral do ser humano, as catástrofes naturais como vulcões, tempestades, inundações etc. Quase sempre os pregadores partem de textos bíblicos retirados do Evangelho. Com isso, tentam amedrontar as pessoas sobre o seu comportamento e apontam a sua fé religiosa como a porta de salvação para escapar aos tormentos do fim dos tempos.

É bom pararmos um pouco e pensarmos sobre as consequências do que dizem esses pregadores. Em primeiro lugar, quando o Evangelho se refere ao cumprimento do tempo ou que o fim dos tempos está próximo, se refere a uma época histórica específica, como o fim de um reinado de algum imperador, a queda do Império Romano e assim por diante. Outro aspecto importante é notar que esses textos foram editados após o acontecimento dos fatos. Não podemos confundir revelação divina com adivinhação. O Evangelho é um conjunto de narrativas sobre fatos que já haviam acontecido e nunca um manual de previsões catastrofistas.

Quando o Evangelho fala sobre “o tempo está cumprido” está se referindo a chegada de uma nova era na compreensão do relacionamento do ser humano com Deus. A pregação, vida e morte de Cristo, inauguram essa nova era. Ao contrário do que se pensava antes, a divindade não estava mais circunscrita ao templo e manifesta apenas a alguns iluminados. Em Cristo, a compreensão dessa relação de Deus com as pessoas é direta: não está longe, mas em cada pessoa através do que a teologia cristã chama de Espírito Santo.

É preciso esquecer o medo do fim dos tempos até mesmo porque se houver uma catástrofe capaz de destruir a vida sobre a Terra, ninguém se salvará por ter essa ou aquela crença.

Com os votos de um bom primeiro domingo da quaresma!

O tempo está cumprido,
e o reino de Deus está próximo;
arrependei-vos e crede no evangelho. (Mc 1.15)


DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Helvétius (297 anos)

Claude Adrien Helvétius nasceu em Paris a 26 de fevereiro de 1715 e morreu na mesma cidade a 26 de dezembro de 1771. Foi um filósofo e literato francês, filho de um médico de Luís XV, estudou com os jesuítas no colégio Louis-le-Grand. Aos 23 anos, obteve o cargo de caseiro geral, com uma boa renda que lhe permitiu levar uma vida sem problemas, frequentando os meios literários e artísticos. Casando-se, retirou-se para o campo, onde se dedicou à literatura. Hesitou muito tempo antes de encontrar o gênero literário que lhe convinha, até apresentar sua obra filosófica “Do espírito”. Influenciado pelas idéias de John Locke e Condillac, Helvétius pretendeu ampliar o empirismo às questões morais e políticas. Considerava que todas as idéias eram apenas afecções dos sentidos, não havendo qualquer faculdade especial de reflexão que fosse distinta das sensações. Essa fonte única de todo conhecimento servia de base para a doutrina ética e social segundo a qual todos os homens eram iguais e teriam as mesmas aspirações. Todos os comportamentos humanos seriam fundamentados no interesse - impulso para a obtenção do prazer e a eliminação da dor. Através da educação, os homens deveriam ser levados a fazer com que seus interesses individuais coincidissem com os interesses da coletividade. Mas para isso era indispensável combater os grandes obstáculos constituídos pelas superstições e preconceitos religiosos, fomentados, segundo Helvétius, pelo egoísmo da classe sacerdotal.[1]


[1] CLAUDE ADRIEN HELVÉTIUS Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Adrien_Helv%C3%A9tius. Acesso em 26 fev 2012.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A gaveta - ano 01 - nº 351

A GAVETA
ANO 01 – Nº 351

Enquanto tomávamos o chimarrão da tarde, Ana e eu resolvemos remexer nas gavetas do escritório, coisa que há tempo desejávamos enfrentar. Mas sabem como é, abríamos a gaveta, dávamos uma olhadinha, quase explodindo de tanto treco, perdíamos a coragem, empurrávamos a gaveta de volta. Ontem aconteceu algo inusitado. Abrimos a gaveta e, quando a coragem acabou, e tentamos fazer o mesmo, a dita cuja, tão abarrotada, ficou nos espiando por uma fresta. Aí o jeito foi enfrentar a fera!

Não imaginam o que havia lá dentro? Nem nós imaginávamos encontrar tanta coisa! Cada objeto, papel, documento, clipe, borracha (aquela do tempo em que a gente escrevia a lápis sobre papel), grampeador, retrato (aquele do tempo em que a gente ainda não chamava de fotografia, muito antes da imagem digital), atilho para dinheiro etc. (e foram muitos et ceceteras).

Quem já fez limpeza em gavetas ‘antigas’ sabe muito bem do enrosco de que estou falando. Claro, fazer uma limpeza é coisa fácil. Basta despejar tudo dentro de um saco de lixo e colocar à frente da casa para o lixeiro levar. Todo mundo sabe que não é assim que funciona. Cada coisinha minúscula carrega consigo uma história. Um pedaço de papel com poucas coisas escritas; anotações de um episódio (e aí o episódio passa de novo na mente); apontador de lápis (o que é lápis, mesmo?); caneta-tinteiro (será que alguém ainda sabe o que é?), que serviu para escrever centena de textos; fotografia dos meus filhos ainda bebês; furador de papel (esse, com certeza, ninguém lembra) enfim, vou deixar o resto por conta dos et ceteras.

Aprendi mais uma coisa: é melhor não ter gavetas. Quando estão cheias a gente não sabe como se livrar delas. Pior, elas não duram muito tempo vazias: logo ficam abarrotadas de coisas do tipo “depois eu vejo isso!”. O engraçado é que “o depois”, logo vira “nunca”.

Não pensem que não enfrentamos o monstro. Entretanto, uma tarefa que não demoraria mais que meia hora, durou o resto da noite. Em cada particularidade havia um universo de lembranças e jogá-la fora significava abrir mão de parte importante da memória.

Esvaziar gavetas não corresponde apenas a jogar lixo fora, significa reviver alegrias, re-sentir antigas dores, re-sonhar planos, re-visitar significados esquecidos e por aí afora. Sem coragem, ninguém enfrenta uma ‘antiga’ gaveta lotada. Por outro lado, quem não as enfrenta, também não se  desprende de “certos passados” que perderam o sentido diante de novos tempos.

Como votos de um ótimo sábado, com coragem para enfrentar suas ‘antigas’ gavetas!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Renoir (171 anos)

Pierre-Auguste Renoir nasceu em Limoges a 25 de fevereiro de 1841 e morreu em Cagnes-sur-Mer a 3 de dezembro de 1919. Foi um dos mais célebres pintores franceses e um dos mais importantes nomes do movimento impressionista. Desde o princípio sua obra foi influenciada pelo sensualismo e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza de seu ofício anterior como decorador de porcelana. Seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de fato, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, por sua beleza e sensualidade.[1]


[1] PIERR-AUGUSTE RENOIS. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre-Auguste_Renoir. Acesso em 25 fev 2012.