terça-feira, 23 de abril de 2019


TOCAR A LEMBRANÇA
Nº 519

Após o almoço comecei a escutar o vento passando entre as construções. Não se tratava de vento forte. Não era uma brisa. Um vento de outono passeando entre os edifícios.

Marcava o ambiente com rastro palpável, na forma de som. A viagem do vento tocou meu espírito. Inconscientemente peguei carona nas tortuosas andanças. Numa esquina, antigas imagens que apareceram na face de lembranças. Quando criança, me perdia ouvindo o vento galopar às coxilhas, roçando a relva ou deitando arbustos.

Tudo muito rápido. Cavalguei sessenta anos ou mais, numa fração de tempo. As imagens de um guri campesino brotaram vivas. Repletas de cores, de sons, de aromas. Épocas vividas, carregadas de expectativas.

Voltei para o agora. Percorri a trajetória. Comparei com os sonhos de menino. Coisas foram assim. Outras não chegaram nem perto. Umas eram planos. Outras, histórias de cores, de sons e de aromas. Encheu o peito uma sensação de bem-estar. Senti satisfação por estar aqui e poder tocar a lembrança!

5 comentários:

  1. E que bons ventos trouxeram teus escritos de volta, mestre!! Muito bom te (re)ler por aqui! Abraço!!!

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  2. Da pra matar a saudade deste professor muito estimado por aqui! Grande abraço

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