EDUCAÇÃO CORRETA
ANO 01 – Nº 356
Ontem tive a minha primeira aula do semestre nas turmas Licenciaturas do IPA para Ciências Biológicas e Música. O interessante foi perceber como o pessoal está focado no seu curso, demonstrando uma especial maturidade. É gente que está vislumbrando o exercício da profissão de docente e, através dos estágios que já realizou, percebendo a importância de cada particularidade do currículo.
Depois da habitual apresentação do Plano de Ensino, começamos a conversa sobre o conteúdo da disciplina, no caso, a Ética. Como é da natureza da disciplina, há sempre muito debate. As posições são diversas e, mesmo num grupo restrito, acostumado à convivência diária de sala de aula, há debates com posições antagônicas, o que só enriquece o diálogo.
A certa altura um aluno perguntou sobre a minha posição em relação à educação; qual seria a forma correta de educar uma criança? Acostumado aos debates acadêmicos, nem sempre espero uma questão sobre posição pessoal. Acho que estou equivocado, pois elas sempre aparecem aqui ou ali, no decorrer de uma aula.
Antes de oferecer a minha resposta remeti a pergunta à turma para que, também na particularidade da questão, houvesse a participação do debate coletivo. Foi muito interessante perceber que as posturas diante da educação das crianças tem se alterado significativamente nos últimos tempos.
Lembro de debates sobre isso no passado recente, nos quais a posição era quase unânime na direção de uma total autonomia à criança, sem qualquer preocupação com os limites. Isso tem mudado, tanto pela posição de teóricas da educação quanto pela observação prática. Quando não são oferecidos limites, as crianças se desenvolvem tão ou mais inseguras como no caso de uma educação repressiva. Entretanto, a posição dos jovens em relação à palmada (agressão física), a despeito dos esclarecimentos sobre as marcas que isso pode deixar na personalidade da pessoa, continua dúbia.
Do debate suscitado pela pergunta do aluno apareceu a construção de posições significativas sobre o tema e fiquei feliz em perceber como a escuta e o respeito às posições contrárias permitem um crescimento pessoal e coletivo diante de assunto tão fundamental: a forma adequada de educação das crianças. Esse povo tem futuro!
Com votos de uma ótima quinta-feira, repleta de oportunidades!
DESTAQUE DO DIA
Nascimento de Simmel (154 anos)
Georg Simmel nasceu em Berlim, 1° de março de 1858 e morreu em Estrasburgo a 28 de setembro de 1918. Foi um filósofo e sociólogo alemão. Professor universitário admirado pelos seus alunos, sempre teve dificuldade em encontrar um lugar no seio da rígida academia do seu tempo. Muito antes do grande tratado sociológico de Max Weber - Economia e Sociedade -, a Alemanha já conhecia o desenvolvimento consistente de uma discussão epistemológica voltada para a determinação do objeto, métodos e temas da ciência sociológica: reunindo diversos escritos produzidos em momentos anteriores, Georg Simmel apresentou sua "Soziologie" em 10 capítulos (e diversos outros excursos) no ano de 1908 e contribuiu decisivamente para a consolidação desta ciência na Alemanha. Simmel desenvolveu a sociologia formal, ou das formas sociais, influenciado pela filosofia kantiana (o neokantismo era uma corrente muito forte na Alemanha da época) que distinguia a forma do conteúdo dos objetos de estudo do conhecimento humano. Tal distinção pretendia tornar possível o entendimento da vida social já que no processo de sociação (Vergesellschaftung, termo que cunhou para o estudo da sociologia) o invariante eram as formas em que os indivíduos se agregavam e não os indivíduos em si.[1]
Meu caro Garin,
ResponderExcluirestas interrogações dos estudantes sobre nossas posturas são exigentes: elas exigem transparência.
Chegamos a Março, quando a 29 celebraremos um ano deste blogue.
Viva!
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirespero atingir a data. Tu sabes o desafio que isso representa, sem contar aqueles dias que a gente não tem vontade de continuar.
Obrigado pela torcida.
Um abraço,
Garin