OS ESQUECIDOS
ANO 01 – Nº 382
A rotina conturbada de todos nós acaba por provocar vítimas aqui e ali. São compromissos vários que tomam o tempo e a atenção preenchendo a totalidade do dia-a-dia. Nessa esteira de atingidos pela loucura da contemporaneidade estão familiares, amigos, colegas, conhecidos e por aí afora. Entretanto, a vítima mais frequente dessa rotina enlouquecida está bem mais perto de cada um do que se possa imaginar.
Por causa dessa proximidade, normalmente é o último a ser considerado na atenção e no carinho que deveríamos dedicar. No imaginário pessoal achamos que, apesar de merecer cuidados especiais, pode esperar mais um pouco. Afinal de contas, estamos tão perturbados pelo acúmulo de compromissos que, com certeza, seremos compreendidos nessa ausência diária. Em alguns casos, semanais.
A reflexão que fazemos caminha pela tortuosa estrada de que ele tem a obrigação de entender a nossa dificuldade e considerar a ausência, muitas vezes prolongada. Como estão tão próximos e por isso nos acompanha diuturnamente, não é o caso de um telefonema ou de um SMS com palavras doces ou até mesmo para pedir uma dilatação de prazos. Ligações, torpedos, e-mail, redes sociais a gente usa para quem está a certa distância, mas assim, tão perto, não cabe esse tipo de modernismo.
O impressionante é quando a situação se torna insustentável e nesse momento acontece o ‘estouro’. Surpresos e estarrecidos cobramos aquela fidelidade incondicional assumida há tanto tempo. Não adianta. Quando o estouro acontece ninguém segura a revolta, ninguém o acalma no meio do furacão.
Os gestos se descontrolam, os argumentos se dissipam no nada e a voz sobe de tom ao escutar o nosso eu reclamar do antigo e repetido esquecimento de nós mesmos.
Antes de desejar uma boa terça-feira, votos para que te lembre de ti mesmo. Ele quase sempre é a maior vítima da correria e da loucura dos afazeres do dia e se constituiu do maior esquecido!
DESTAQUE DO DIA
Morte de Bruno Kiefer (25 anos)
Bruno Kiefer nasceu em Baden-Baden, Alemanha a 9 de abril de 1923 e morreu em Porto Alegre, Brasil a 27 de março de 1987. Foi um músico teuto-brasileiro ativo no Rio Grande do Sul.
Emigrou para o Brasil aos 11 anos de idade, junto com a família, fugindo do Nazismo, indo fixar-se em Santa Catarina e logo após em Porto Alegre. Ali estudou música no Instituto de Belas-Artes e posteriormente lecionou na mesma instituição. Foi também compositor, musicólogo e crítico. Sua produção musical abrange cerca de 150 obras, e seus escritos incluem vários títulos de musicologia. Recebeu menção honrosa nos concursos de composição da Rádio MEC, da FUNARTE e da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea. Fundou o Seminário Livre de Música de Porto Alegre em 1966 e ocupou importantes cargos na UFRGS, sendo um dos criadores do Curso de Pós-Graduação em Música, e no governo estadual, como membro do Conselho Estadual de Cultura. Também deu aulas da Universidade Federal de Santa Maria. A Casa de Cultura Mario Quintana tem um teatro com seu nome.[1]
Meu caro Garin,
ResponderExcluirprimeiro me associo à homenagem ao Prof. Bruno Kiefer que conheci e admirei. Depois, obrigado pelo conselho de não NOS esquecermos.
Uma sumarenta terça-feira
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluirde certa maneira, este sempre foi um esquecido por mim.
Obrigado pelas observações.
Um abraço,
Garin