segunda-feira, 26 de março de 2012

A fila - ano 01 - nº 381

A FILA
ANO 01 – Nº 381

Aproveitamos a bonita e tranquila manhã de domingo para fazer um passeio pelo parque. Havia muito movimentação, afinal de contas, foi o domingo de comemoração dos duzentos e quarenta anos de Porto Alegre. A Ana queria procurar algumas coisas no brique e, de quebra, acabei encontrando um boné que procurava há tempo.

Depois fomos ao encontro de uma apresentação de piano, andando pelo centro do Parque da Redenção. A certa altura havia uma fila de pessoas aguardando a oportunidade de ganhar uma caneta, distribuída por uma operadora de TV da cidade. Entrei na fila e aguardei a minha vez. De repente, logo atrás, uma moça falou para mim: “Estou aqui na fila, mas não sei para o que é mesmo? Tu sabes me dizer o que a gente vai ganhar?”.

Depois de apanhar o meu brinde saí comentando com a Ana sobre a mania que nós, os brasileiros temos, de entrar em filas. Onde houver uma, não suportamos ficar de fora. Não interessa para que fim, consideramos importante fazer parte dela. Seria por causa da noção de ordem, conforme as inscrições que se encontram na faixa branca de nossa bandeira?

Na verdade, nem somos tão ordeiros assim! Talvez seja pela necessidade de nos sentirmos incluídos. O longo período do status de colônia de Portugal ajudou a formar em nosso imaginário esse sentimento de sermos um apêndice. O mundo real acontecia na matriz onde estava o rei e toda a sua corte. Era lá onde as decisões eram tomadas e nós, aqui na colônia ficávamos dependentes dos acontecimentos da capital. Ficávamos de fora! Quando éramos incluídos, isso normalmente representava um sacrifício a mais que tínhamos que pagar para que o nosso rei pudesse gozar dos privilégios concernentes ao usuário de uma coroa real.

Será que esse fato teria gerado em nós a disposição de entrar em todas as filas possíveis? Depois de passar tanto tempo de fora das decisões reais, queremos estar incluídos e a fila pode ser um caminho? Quem sabe seria a curiosidade de ver o que está acontecendo lá na frente, a partir do que a fila se forma?

De qualquer maneira a questão permanece em aberto: o que nos faz desejar estar em tantas filas?

Vou parar por aqui porque não posso me atrasar para a fila da padaria, preciso buscar o pão quentinho para o café!

Com votos de uma ótima segunda-feira!
DESTAQUE DO DIA

Aniversário de Porto Alegre (240 anos)

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/86/Montagem_de_porto_alegre_2.jpg/280px-Montagem_de_porto_alegre_2.jpg
Porto Alegre é um município brasileiro e a capital do estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul. Com uma área de quase 500 km², possui uma geografia diversificada, com morros, baixadas e um grande lago, o Guaíba, distando 2027 quilômetros de Brasília, a capital nacional.

A cidade constituiu-se a partir da chegada de casais açorianos em meados do século XVIII. No século XIX contou com o influxo de muitos imigrantes alemães e italianos, recebendo também espanhóis, africanos, poloneses e libaneses. Hoje abriga mais de 1,4 milhões de habitantes.

É uma das cidades mais arborizadas e um polo regional de atração de migrantes em busca de melhores condições de vida, trabalho e estudo.
Localizada em uma região habitada pelo homem desde 11 mil anos atrás, Porto Alegre estabeleceu-se como cidade somente no século XVIII. Até então o território do Rio Grande do Sul ainda pertencia legalmente aos espanhóis, mas desde o século XVII os portugueses começaram a dirigir esforços para a conquista, e foram progressivamente penetrando no território pelo nordeste, chegando através do Caminho dos Conventos, uma extensão da Estrada Real, à região da Vacaria dos Pinhais, e dali descendo para Viamão. A penetração foi realizada por bandeirantes que vinham em busca de escravos índios e por tropeiros que caçavam os grandes rebanhos de gado bovino, mulas e cavalos que viviam livres no estado. Mais tarde os tropeiros passaram a se radicar no sul, transformando-se em estancieiros e solicitando a concessão de sesmarias. A primeira delas foi outorgada em 1732 a Manuel Gonçalves Ribeiro na Parada das Conchas, onde hoje é Viamão. Outra via de penetração foi através do litoral, fundando-se em 1737 uma fortaleza onde hoje é Rio Grande, com o objetivo dar assistência à Colônia do Sacramento, no Uruguai.

Depois da assinatura do Tratado de Madrid (1750) o rei de Portugal determinou que fosse reunido um grupo de quatro mil casais dos Açores para povoar o sul, mas efetivamente foram transportados apenas cerca de mil casais, que se espalharam pelo litoral entre Osório e Rio Grande, e um pouco pelo interior. Cerca de 500 pessoas se fixaram em 1752 à beira do lago Guaíba, no chamado Porto de Viamão, o primeiro nome da futura Porto Alegre. Os conflitos locais entre portugueses e espanhóis, porém, não foram contidos pelo Tratado. Rio Grande foi invadida por espanhóis em 1763, a população portuguesa fugiu e o governo da Capitania do Rio Grande de São Pedro se mudou às pressas para Viamão. O Porto de Viamão foi elevado a freguesia, com o nome de Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, em 26 de março de 1772, hoje estabelecida como data oficial da fundação da cidade. Em vista da sua melhor situação geográfica e estratégica, em 25 de julho de 1773 o governador da Capitania, Marcelino de Figueiredo, determinou a transferência da capital de Viamão para lá, quando a freguesia já tinha cerca de 1.500 habitantes.[1]



[1] PORTO ALEGRE. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Alegre. Acesso em 26 mar 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    linda a homenagem que fazes ao aniversário de nossa cidade (da qual, no primeiro texto, subtraíste 100 anos). Nossa por adoção: viemos dois meninos das barrancas do Jacuí e aqui nos aquerenciamos. Parece que fizemos uma boa opção. É viver aqui.
    Da minha meia grosa de vida, mais de meio século já vivi aqui.
    Então me uno aos teus votos e dou parabéns a Porto Alegre no dia de seus 240 anos.
    attico chassot

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    1. Caro Chassot,
      assim como tu, fui bem acolhido por essas bandas e não tenho inteções de abandoná-la nos próximos anos.
      Um abraço,

      Garin

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