Reposteiro-mor - ano 01 - nº 368

REPOSTEIRO-MOR

ANO 01 – Nº 368

Para os frequentes leitores e leitoras desse blog um alerta antes de continuar a leitura. A postagem de hoje é diferente: mesmo não sendo um feriado, tem um caráter meramente recreativo.

Durante o final de semana estava lendo um livro que fala sobre a história do vinho no Brasil. Para acompanhar essa trajetória é necessário vislumbrar o contexto histórico do nosso país, visto que o vinho acompanhou as diversas etapas desde a colonização. O livro foi um presente que recebi de Natal e cujo exemplar deixei na praia. É uma leitura sem compromissos, mas que sempre que estou por lá dou uma folhadinha.

Dessa última vez li sobre um posto que havia na corte portuguesa ao tempo de Dom João VI. Quando ele teve que vir às pressas para a Colônia, fugido do cerco dos franceses, trouxe no seu navio real, o seu indispensável reposteiro-mor.

Intrigado com esse posto, procurei mais informações sobre tão necessário servidor público real. No caso de Dom João, tratava-se de um funcionário incumbido de achegar a cadeira sempre que o rei esboçasse a intenção de sentar-se. Em suma, tratava-se de um ‘arreda-cadeira’ do rei.

Fiquei pensando sobre a indispensabilidade de tão necessária função e o custo desse funcionário para os impostos da coroa real portuguesa da época. De fato, há coisas que a mais aprimorada filosofia não consegue decifrar.

Depois disso, imaginei quantos resposteiros-mor devem existir por aí afora? Os gestores públicos sempre muito criativos, encontram espaços, postos e cargos nos quais ‘acomodam’ os amigos, os amigos dos amigos e alguns simpatizantes desses últimos. Aquilo que se destinava a ser um ‘servidor’ acaba se tornando um ‘servido’ a custa dos suados impostos pagos, muitas vezes, por uma população sacrificada.

Votos de uma boa terça-feira!

DESTAQUE DO DIA

Morte de Gadamer (10 anos)

Hans-Georg Gadamer (Marburg, Alemanha 11 de Fevereiro de 1900 – Heidelberg, Alemanha 13 de Março de 2002) foi um filósofo alemão considerado como um dos maiores expoentes da hermenêutica filosófica. Sua obra de maior impacto foi Verdade e método (Wahrheit und Methode), de 1960, ao que se seguiram diversos artigos e participação em debates, dos quais os mais renomados aqueles que desenvolveu junto a Emilio Betti, Jürgen Habermas e Jacques Derrida. Depois de retirar-se oficialmente, realizou diferentes viagens e passou algum tempo nos Estados Unidos como professor visitante em diferentes universidades e recebeu diversos prêmios, entre eles o mais alto reconhecimento acadêmico da Alemanha, Cavaleiro da Ordem de Mérito. Gadamer atravessou todo o conturbado século XX e morreu em Heidelberg, em 13 de Março de 2002, com 102 anos, sendo considerado o pensador mais longevo da história da filosofia ocidental.[1]

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[1] Hans-Georg Gadamer. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Hans-Georg_Gadamer. Acesso em 13 mar 2012.