sábado, 17 de março de 2012

A perspectiva - ano 01 - nº 372

A PERSPECTIVA
ANO 01 – Nº 372

Quando há afetividade, o reencontro sempre traz alegria. Foi isso que senti ao me reencontrar ontem com a turma (2011) de mestrandos do Curso de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista do IPA. Nesse semestre vou trabalhar em duas disciplinas. A de ontem foi Estudos sobre Inclusão Laboral e Saúde do Trabalhador, que divido com a colega Profa. Dra. Luciane Wagner.

Durante a apresentação do programa da disciplina iniciamos uma reflexão sobre a causalidade do adoecimento do trabalhador. Evidentemente, essa causalidade não é única, mas boa parte dela tem origem na espiritualidade. Nesse contexto, contei uma antiga e apropriada ilustração sobre a entrevista que certo cidadão faz com três operários de uma mesma obra:

“O cidadão aproximou-se do primeiro operário, que quebrava uma pedra de alicerce para construir o fundamento de uma parede e lhe perguntou: ‘O que estás fazendo?’. O operário olhou indignado para o entrevistador e respondeu rispidamente: ‘Ora bolas, não vês que estou quebrando pedras?’. Noutra parte da construção encontrou outro operário que preparava massa com cimento e areia e fez o mesmo questionamento: ‘Que estás fazendo?’. Recebeu como resposta uma explicação utilitarista: ‘Estou ganhando o meu salário!’. Para um terceiro obreiro da mesma construção, afastado daqueles dois primeiros colegas repetiu a mesma questão: ‘Que estás fazendo?’. Esse parou o que vinha fazendo, olhou fixamente para o entrevistador de tal sorte que foi possível reparar um brilho intenso no seu olhar e deu a seguinte resposta: ‘Olha moço, estou ajudando a construir aqui com o pessoal, uma escola. Quero ver as crianças estudando neste lugar futuramente e até os meus filhos que terei no futuro, sonho que eles aprendam aqui nesse colégio!’.

Os três operários recebiam o mesmo salário e trabalhavam na mesma construção fazendo, praticamente, a mesma coisa. O primeiro enxergava apenas o sacrifício de um trabalho que lhe pesava como uma masmorra. O segundo percebia apenas o seu interesse exclusivo e egoísta. Somente o terceiro conseguia perceber a dimensão do que fazia. Enxergava a importância de seu obrar e a perspectiva do futuro. Para ele, a dimensão da espiritualidade determinava a alegria do obrar para o amanhã.

Com os votos de um sábado de realizações, com a dimensão da espiritualidade!
DESTAQUE DO DIA

Morte de Brentano (95 anos)

Franz Clemens Honoratus Hermann Brentano nasceu em Marienberg am Rhein a 16 de Janeiro de 1838 e morreu em Zurique a 17 de Março de 1917. Foi um filósofo alemão. Sobrinho do poeta alemão Clemens Brentano, lecionou em Würzburgo e na Universidade de Viena. Em 1864 foi ordenado padre, mas envolvendo-se em controvérsias sobre a doutrina da infalibilidade papal, abandonou a Igreja em 1873. Sua filosofia evoluiu em direção de um aristotelismo moderno, nitidamente empírico em seus métodos e princípios. Os trabalhos mais importantes de Brentano são no campo da psicologia, por ele definida como ciência dos fenômenos psíquicos. Os objetos de seus estudos não foram, porém, os estados, mas sim os atos e processos psíquicos. Segundo Brentano, o fenômeno psíquico distingue-se dos demais por sua propriedade de referir-se a um objeto, bem como a um conteúdo de consciência, através de mecanismos puramente mentais. À psicologia caberia, então, estudar as diversas maneiras pelas quais a consciência institui suas relações para com os objetos existentes nela mesma, descrever a natureza desta relação, bem como o modo de existência deste objeto. Foi o mestre de filosofia de Edmund Husserl, sendo a sua obra uma das origens da fenomenologia.[1]


[1] FRANZ BRENTANO. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Brentano. acesso em 17 mar 2012.

2 comentários:

  1. Meu estimado colega Garin, privelegiado os alunos que podem fruir da sabedoria de uma dupla como "Luciane & Norberto". Encantou-me a parábola do(s) construtor(és) de Escola.
    Com admiração
    Attico Chassot
    PS: Releva erros pois não domino a plataforma que uso ausente de meu notebook!

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    1. Amigo Chassot,
      obrigado pelos elogios; espero conseguir corresponder às expectativas da turma, aliás, uma excelente turma.
      Um abraço,
      Garin

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