sexta-feira, 20 de abril de 2012

Caras tortas - ano 02 - nº 404


CARAS TORTAS
ANO 02 – Nº 404

O I Diálogo Federativo Rumo à Rio+20 promovido pela Secretaria de Relações Institucionais do Palácio do Planalto debateu ontem parte dos problemas enfrentados pelo mundo atual, relacionado ao clima. O evento que teve a participação de representantes de ministros de estados, representantes de governos estaduais, municípios e da sociedade civil, como universidades, foi preparatório ao evento que o Brasil estará hospedando em junho próximo. Até lá, outros três diálogos serão promovidos com a mesma preocupação, mas abordando subtemas distintos.

Entretanto, o que mais me chamou a atenção nesse I Diálogo foi a reflexão promovida pelos participantes em torno do fato de que a sociedade de consumo não tem interesse no debate em torno do clima. Este é um tema que não interessa à mentalidade consumista porque todas as medidas que carregam essa preocupação atingem a necessidade de mudanças na cadeia produtiva. O mercado precisa vender aquilo que é produzido em massa, não interessa em que parte do mundo. Só que qualquer produto envolve, hoje, meios poluidores do meio ambiente. São poluidores no que diz respeito às matérias primas, ao processo de produção, ao transporte, à cadeia de distribuição e de vendas e ao consumo como tal. Na ponta final, como resíduo de toda a produção, é depositado o lixo dentro da casa do cidadão que necessita dar um jeito.

Infelizmente, a sociedade baseada no mercado não se dá conta de que somos passageiros de uma nau avariada. Não tomar atitudes efetivas que mudem essa mentalidade terá como resultado o sucateamento da nau Terra e, consequentemente, o fim de todos os processos vitais, inclusive, o mercado.

Virar a cara como que se a preocupação ambiental fosse a inimiga fulcral do mercado é como se diz popularmente, “dar um tiro no pé”. Enquanto os processos produtivos e de distribuição e a mentalidade atual for mantidos assim como está, andaremos todos numa direção perigosa comprometendo o presente por catástrofes diversas e o futuro irremediavelmente.

Com votos de uma sexta-feira mais consciente!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Miró (119 anos)

Joan Miró i Ferrà nasceu em Barcelona a 20 de abril de 1893 e morreu em Palma de Maiorca a 25 de dezembro de 1983. Foi um importante escultor e pintor surrealista catalão. Quando jovem frequentou a Escola de Belas Artes da capital catalã e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, visitou Paris, onde entrou em contacto com as tendências modernistas como os fauvismo e dadaísmo. No início dos anos 20, conheceu o fundador do movimento em que trabalharia toda a vida, André Breton, entre outros artistas surrealistas. A pintura O Carnaval de Arlequim, 1924-25, e Maternidade, 1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia naïf, sem as profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925. Em 1928, viajou para a Holanda, tendo pintado as duas obras Interiores holandeses I e Interiores holandeses II. Em 1937, trabalhou em pinturas-mural e, anos depois, em 1941, concebeu a sua mais conhecida e radiante obra: Números e constelações em amor com uma mulher. Mais tarde, em 1944, iniciou-se em cerâmica e escultura. Em suas obras, principalmente nas esculturas, utiliza materiais surpreendentes, como a sucata. Três anos depois, rumou pela primeira vez aos Estados Unidos. Já nos anos seguintes; durante um período muito produtivo, trabalhou entre Paris e Barcelona. No fim da sua vida reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto, ficando esta ainda mais naïf.[1]


[1] JOAN MIRÓ. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Joan_Mir%C3%B3. Acesso em 20 abr 2012.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    em tua postagem frui o benefício de me ver em ti representado no I Diálogo Federativo Rumo à Rio+20; obrigado!
    Miró é dos artistas de nosso século que mais curto,
    attico chassot

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    1. Amigo Chassot,
      certamente, não era o Garin que estava lá: todos nós porque comungamos de semelhantes ideias. Também admiro muito Miró.
      Um abraço,

      Garin

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