CARAS TORTAS
ANO 02 –
Nº 404
O I Diálogo Federativo Rumo à Rio+20
promovido pela Secretaria de Relações Institucionais do Palácio do Planalto
debateu ontem parte dos problemas enfrentados pelo mundo atual, relacionado ao
clima. O evento que teve a participação de representantes de ministros de estados,
representantes de governos estaduais, municípios e da sociedade civil, como
universidades, foi preparatório ao evento que o Brasil estará hospedando em
junho próximo. Até lá, outros três diálogos serão promovidos com a mesma
preocupação, mas abordando subtemas distintos.
Entretanto, o que mais me chamou a atenção
nesse I Diálogo foi a reflexão promovida pelos participantes em torno do fato
de que a sociedade de consumo não tem interesse no debate em torno do clima. Este
é um tema que não interessa à mentalidade consumista porque todas as medidas
que carregam essa preocupação atingem a necessidade de mudanças na cadeia
produtiva. O mercado precisa vender aquilo que é produzido em massa, não interessa
em que parte do mundo. Só que qualquer produto envolve, hoje, meios poluidores
do meio ambiente. São poluidores no que diz respeito às matérias primas, ao
processo de produção, ao transporte, à cadeia de distribuição e de vendas e ao
consumo como tal. Na ponta final, como resíduo de toda a produção, é depositado
o lixo dentro da casa do cidadão que necessita dar um jeito.
Infelizmente, a sociedade baseada no
mercado não se dá conta de que somos passageiros de uma nau avariada. Não tomar
atitudes efetivas que mudem essa mentalidade terá como resultado o sucateamento
da nau Terra e, consequentemente, o fim de todos os processos vitais,
inclusive, o mercado.
Virar a cara como que se a preocupação
ambiental fosse a inimiga fulcral do mercado é como se diz popularmente, “dar
um tiro no pé”. Enquanto os processos produtivos e de distribuição e a
mentalidade atual for mantidos assim como está, andaremos todos numa direção perigosa
comprometendo o presente por catástrofes diversas e o futuro irremediavelmente.
Com votos de uma sexta-feira mais
consciente!
DESTAQUE DO DIA
Nascimento de Miró
(119 anos)
Joan
Miró i Ferrà nasceu em Barcelona a 20 de abril de 1893 e morreu em Palma de
Maiorca a 25 de dezembro de 1983. Foi um importante escultor e pintor
surrealista catalão. Quando jovem frequentou a Escola de Belas Artes da capital
catalã e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos,
visitou Paris, onde entrou em contacto com as tendências modernistas como os
fauvismo e dadaísmo. No início dos anos 20, conheceu o fundador do movimento em
que trabalharia toda a vida, André Breton, entre outros artistas surrealistas.
A pintura O Carnaval de Arlequim, 1924-25, e Maternidade, 1924, inauguraram uma
linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia naïf, sem as profundezas das
questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição
surrealista em 1925. Em 1928, viajou para a Holanda, tendo pintado as duas
obras Interiores holandeses I e Interiores holandeses II. Em 1937, trabalhou em
pinturas-mural e, anos depois, em 1941, concebeu a sua mais conhecida e
radiante obra: Números e constelações em amor com uma mulher. Mais tarde, em
1944, iniciou-se em cerâmica e escultura. Em suas obras, principalmente nas
esculturas, utiliza materiais surpreendentes, como a sucata. Três anos depois,
rumou pela primeira vez aos Estados Unidos. Já nos anos seguintes; durante um
período muito produtivo, trabalhou entre Paris e Barcelona. No fim da sua vida
reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns
símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto,
ficando esta ainda mais naïf.[1]
Meu caro Garin,
ResponderExcluirem tua postagem frui o benefício de me ver em ti representado no I Diálogo Federativo Rumo à Rio+20; obrigado!
Miró é dos artistas de nosso século que mais curto,
attico chassot
Amigo Chassot,
Excluircertamente, não era o Garin que estava lá: todos nós porque comungamos de semelhantes ideias. Também admiro muito Miró.
Um abraço,
Garin