segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

AEROPORTO: A JANELA

ANO 01 – Nº 283

Quando o altofalante chamou o vôo me posicionei na fila B, conforme instruções dos comissários de solo e indicado no meu bilhete. Apresentei meu ticket e desci a rampa do finger. Minha poltrona era a dezenove A, posicionada junto à janela do avião. O embarque prosseguiu, pessoas entrando enfileiradas, colocando suas bagagens de mão no compartimento sobre as poltronas e ninguém ocupando as outras poltronas da minha fileira.

Pensei, por um instante, acho que terei que viajar sozinho por aqui! Antes de ser encerrado o embarque, quase no último minuto, uma família composta de quatro pessoas adentrou a aeronave. Para minha surpresa ocuparam o restante da fileira e duas poltronas da fileira de trás. Junto ao corredor sentou-se uma bela dama de uns seis anos. Pela sua aparência, família simples, quem sabe estivesse fazendo a sua primeira viagem de avião. Com o rabo dos olhos fique observando a reação da criança. Sentou-se comportadamente, afivelou o cinto com a ajuda do pai, mas insistentemente olhava através da janela. Meu coração não aguentou. Inclinei-me e perguntei o nome. Celina, respondeu, com voz firme demonstrando segurança de personalidade. Então perguntei: gostarias de viajar junto à janela? Imediatamente ela fez um aceno de cabeça e respondeu com um “sim” bem sonoro. Trocamos de lugar.

Num dia claro e esplêndido, nada substitui as belas paisagens que se pode observar da janela do avião, seja na decolagem, no planar sobre as nuvens ou no sobrevoar o Rio de Janeiro antes do pouso. Celina não desgrudava os olhos e até pediu ao pai a câmera para sacar algumas fotos durante a viagem.

Não são comuns as oportunidades para proporcionar algo de bom para as pessoas. Na maioria das vezes queremos fazer uma “pomba” e acabamos fazendo um “urubu”. Mas dessa vez acho que acertei. Desembarquei recompensado, mesmo não sendo uma viagem de recreio, senti-me recompensado pela experiência da Celina, suponho, em sua primeira viagem de avião.


DESTAQUE DO DIA

Dia do Orgulho Ateu

Ateísmo[1], num sentido amplo, é a rejeição ou ausência da crença na existência de divindades e outros seres sobrenaturais. O ateísmo é contrastado com o teísmo, que em sua forma mais geral é a crença de que existe pelo menos uma divindade. Num sentido mais restrito, o ateísmo é precisamente a posição de que não existem divindades. O termo ateísmo, proveniente do grego clássico θεος (transl.: atheos), que significa "sem Deus", foi aplicado com uma conotação negativa àqueles que se pensava rejeitarem os deuses adorados pela maioria da sociedade. Com a difusão do pensamento livre, do ceticismo científico e do consequente aumento do criticismo à religião, a aplicação do termo foi reduzida em seu escopo. Os primeiros indivíduos a identificarem-se como "ateus" surgiram no século XVIII. O ateísmo tem se tornado um significativo desafio, na sociedade contemporânea, no que diz respeito ao diálogo com o teísmo e com mundo das ciências.


[1] ATEU. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ateu. Acesso em 19 dez 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro colega Garin,
    não vou morder a isca. Abstenho-me de comentar a data que celebras. Prefiro vibrar contigo pelo lugar que ofereceste a pequena Celina.
    Tão pouco (para ti), tanto para ela.
    Com admiração

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    o que seria do universo dos crentes, não importa a quem prestam cultos, se não fossem aqueles que são capazes de contradizer status quo religioso dominante? Para mim foi uma surpresa, não tinha ideia de que existia um dia dedicado ao Orgulho Ateu.

    Um abraço,

    Garin

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