sábado, 10 de dezembro de 2011

A MADRUGADA

ANO 01 – Nº 274

Acordei cedo sem uma justificativa aparentemente consistente. Automaticamente, olhei o relógio e percebi que se tratava de quatro horas e vinte e sete minutos. Procurei realinhar meus pensamentos em busca de um motivo para acordar àquela hora. Os compromissos de ontem foram todos correspondidos. A agenda foi cumprida integralmente. As dívidas estão todas pagas ou agendadas para as suas datas de vencimento. O relacionamento com colegas e amigos está encaminhado. Os compromissos de hoje... o dia está apenas começando. Há quase vinte horas para cumpri-los e, portanto não preciso me preocupar com eles. É, está tudo em dia! Então por que acordei de madrugada?

Podem imaginar que já enfrentei essa questão centenas de vezes. Acho que a cada madrugada insone ela retorna com a mesma intensidade. Como não há questão que não provoque uma tentativa de resposta essa também é a minha experiência. A gente sempre pode fazer uma listagem sempre crescente. Vai desde algum alimento que tenha sido ingerido na véspera até o período de maior estresse. Fundamentalmente, nenhuma das respostas se adéqua à questão geradora e todas elas podem estar relacionadas.

A maioria das questões não possui uma correspondente resposta. As questões estão aí porque são elas que movimentam a razão. Até a publicidade já descobriu isso: são as dúvidas que movem o mundo!

Não pensem agora que tenho uma fórmula para resolver o problema das ‘madrugadas insones’. Se alguém a têm que compartilhe conosco para que todos possam ser beneficiados. Entretanto há uma questão que pode importunar boa parte dos insones madrugadores: qual é o sentido desses acordar tão cedo?

Entendo que o primeiro equívoco que cometemos é ‘buscar’ um sentido. Há quem imagine um lugar secreto, e até sagrado, onde o sentido de qualquer acontecimento se esconde: “O esconderijo dos sentidos”. Certamente esse lugar não existe porque não há um sentido a priori. Os sentidos são construtos humanos resultados do conjunto das experiências pessoais e dos contextos sociais e da cultura. Construímos sentidos para o existir a partir daquilo que vivemos no cotidiano. Neles estão inseridos projetos, sonhos, ideais, ideologias etc. Vão de pequenas significações a grandes propostas nas quais empenhamos o alvo maior de nossos viver.

Pronto, criei o sentido do meu madrugar de hoje: escrever essa postagem. Certamente assim será o restante do sábado de todos nós: a criação de sentidos para cada momento.

Votos de um sábado repleto de sentidos!


DESTAQUE DO DIA

Dia Internacional dos Direitos Humanos

O Cilindro de Ciro hoje no British Museum, a primeira
 declaração dos direitos humanos do século VI a.C.
Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a ideia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a igualdade perante a lei. A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, apr[1]ovada em 1948, afirma:

          “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” — Artigo 1º

As ideias de direitos humanos têm origem no conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos por Deus; alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura referência a uma mesma ideia. Outros argumentam ser necessário manter termos separados para eliminar a associação com características normalmente relacionadas com os direitos naturais, sendo John Locke talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.


[1] DIREITOS HUMANOS. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_Humanos. acesso em 10 dez 2011.

4 comentários:

  1. Meu estimado parceiro de blogares,
    em tempos de recrudescimento de SFAs estes madrugares tempestivos são bons para levantar e folhar jornais velhos que ficaram por descartar na hipótese de ainda encontrar algo nos mesmos.
    Um bom saldo de sábado

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    gosto das madrugadas, desde que não sejam muito profundas. É um tempo que se pode ficar a sós e normalmente rende bastante. Sempre há uma fila de coisas que a gente gostaria de fazer e o tempo não permite.

    Obrigado, um abraço,

    Garin

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  3. Meu caro amigo Garin,
    neste ensolarado 3º domingo de advento (deixei nossa Porto Alegre quando o sol nascia) leio tua mensagem no aeroporto de Campinas. Recordas um dos rituais de passagem cíclicos que vivemos: a troca de ano. Nestas os usuais balanços e os sonhado planos.
    Obrigado por animares meu cada dia com tuas reflexões.

    attico chassot

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  4. Caro Chassot,

    acho que preciso dessas rituais, especialmente aquele que se refere ao "recesso" de fim de ano. Não dá para negar que as minhas energias estão reclamando por um reabastecimento.

    Um abraço,

    Garin

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