quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A VIAGEM ANO - 02 – Nº 508


A VIAGEM

Não conseguia distinguir bem a estrada. Aliás, nem era estrada. Bem que podia ser classificado como um caminho. Havia mais buracos do que terrenos planos. Chovia bastante e o lusco-fusco confundia as poças com os terrenos mais empedrados. O farol da moto estava com defeito: ora acendia ora apagava e na maior parte do tempo emitia um facho amarelado que mais confundia do que iluminava. Tentava olhar mais adiante buscando ver se estava longe. Só conseguia enxergar a mata que se fechava sobre o caminho quando um relâmpago iluminava o barro.

Fiz um esforço para andar mais depressa, mas mesmo com todo o acelerador aberto a moto parece que não desenvolvia. De repente a roda da frente entrou num buraco mais profundo, cheio d’água e lá fomos, a moto e eu para o chão.

Levantei com dificuldade e tentei continuar a viagem. Na queda, o guidão entortou de modo que precisava andar de lado para conseguir avançar. Tudo ficava cada vez mais escuro e a chuva apertava. Os pingos gelados batiam nas mãos quase enrijecidas como se fossem pedaços de gelo. Estava sem abrigo e sem luvas.

Quando consegui andar um pouco mais a moto atolou de vez e o barro chegava a encostar nos eixos das rodas. Virei para trás e percebi o volto de motoqueiros estranhos, de forma ameaçadora, vindos em minha direção. Não consegui tirar a moto do atoleiro e os motoqueiros se aproximavam rapidamente.

Ufa, finalmente acordei, olhei no celular era quinta-feira, 2 de agosto! Fuuu!!! Ainda bem!

Forte abraço!

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    também o Motociclista!
    ufa: quão tênue são os limites ficção/real!
    Um bom 2 de agosto desde o aeroporto de Guarulhos com POA no horizonte
    attico chassot

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    1. Amigo Attico,
      espero que tenhas feito uma boa viagem. Estou na expectativa de nos encontrarmos na aula inaugural do Stricto Sensu hoje à noite.
      Um abraço,
      Garin

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