domingo, 30 de outubro de 2011

COM ALEGRIA
ANO 01 – Nº 233
Vivemos num mundo ranzinza. Seguidamente ouvimos choros, lamentos e reclamações. Reclama-se de quase tudo e tudo pode se tornar motivo de lamentos. Um dia desses encontrei uma aluna, adulta, num pranto descontrolado por causa da enfermidade do seu animal de estimação. Alguns ranços se perpetuam por todo o lugar. Há pessoas que têm prazer em se lamentar. Acho até que ficam irritadas quando não possuem um bom motivo para chorar.
Ainda bem que há exceções. Convido a refletir sobre a postura da comunidade primitiva de Jerusalém. Diz a Bíblia que ela experimentava uma forma de viver despojada. Uma característica desta comunidade era reunir-se diariamente no templo. Isto fazia parte do seu trabalho evangelístico. Á porta do templo pregavam o Evangelho e testemunhavam sua fé. O livro de Atos dos Apóstolos nos fala que em cada alma havia temor e os sinais da presença de Cristo iam aparecendo a partir de sua maneira simples de viver. Diz também, que as pessoas repartiam o pão de casa em casa e louvavam a Deus. As refeições eram feitas com alegria e com singeleza de coração. Talvez o surpreendente desta narrativa seja que, a partir desta atitude de vida comunitária, do amor que os unia e da alegria com que faziam suas refeições, “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.
Choros, lamentos e reclamações intensos fazem parte de uma comunidade que vive o conflito. Fuxicos, maledicências e desamores são sinais de enfermidade comunitária.  Uma comunidade consegue ter um crescimento consistente, que não desanda, quando possui singeleza de coração e partilha a experiência da vida, com alegria.
Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração. (at 2.46)

DESTAQUE DO DIA
Morte de Lévi-Strauss
Claude Lévi-Strauss[1] nasceu em Bruxelas a 28 de novembro de 1908 e faleceu em Paris a 30 de outubro de 2009, antropólogo, professor e filósofo francês é considerado fundador da antropologia estruturalista, em meados da década de 1950, e um dos grandes intelectuais do século XX. Professor honorário do Collège de France, ali ocupou a cátedra de antropologia social de 1959 a 1982. Desde seus primeiros trabalhos sobre os povos indígenas do Brasil, que estudou em campo, no período de 1935 a 1939, e a publicação de sua tese As estruturas elementares do parentesco, em 1949, publicou uma extensa obra, reconhecida internacionalmente. Dedicou uma tetralogia, as Mitológicas, ao estudo dos mitos, mas publicou também obras que escapam do enquadramento estrito dos estudos acadêmicos, dentre as quais, o famoso Tristes Trópicos, publicado em 1955, que o tornou conhecido e apreciado por um vasto círculo de leitores.


[1] CLAUDE LÉVI-STRAUSS (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_L%C3%A9vi-Strauss. Acesso em 29 out 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    tua meditação dominical, ao encerrar com um passagem dos Atos dos Apóstolos – Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração – evoca algo de nosso papo na noite sexta-feira acerca de como eram os ‘cultos’ na nascente comunidade cristã.
    Obrigado e um bom domingo

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    pois é, havia um sentido comunitário socializado, onde o que imperava era o bem comum. Claro que se considerarmos a idealização que passou para a narrativa bíblica. De fato, esse sistema encontrava suas contradições, como é o caso de Ananias e Safira (At 5.1-11).

    Um abraço,

    Garin

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