sábado, 8 de outubro de 2011

DIA DE PROVA
ANO 01 – Nº 211
Entrei na aula com toda a minha bagagem. Sempre carrego uma mochila atulhada de livros, laptop, estojos, textos, e, naquela noite, provas. Já estava agendado desde o início do semestre. Nas aulas que a antecederam, havia debatido com os alunos como seria e retomado os conteúdos sobre os quais me reportaria na prova. Tive o cuidado de avisá-los que não cobraria memorização de conteúdos, mas a aplicação, de habilidades e competências. Falei que a prova seria compartilhada em grupo de três componentes, tudo bem esclarecido, pois não gosto de apresentar surpresas estressantes.
Pouco adiantou! Quando coloquei o pé para dentro da sala senti o clima de tensão. Todos me olharam como quem enxerga um monstro carregando, em suas garras, uma arma mortal.
Essa atitude, mais uma vez repetida, me conduziu a refletir sobre essa tensão que todos experimentamos diante de um ‘dia de prova’. Prova não quer dizer, necessariamente uma avaliação intelectual ou de habilidades acadêmico-escolares. Refiro-me a qualquer prova. Quando precisamos ir ao médico, por exemplo; fazer um exame clínico etc. Qualquer que seja a situação na qual precisamos nos expor ou expor uma parte de nós mesmos, a tensão toma conta de cada um.
Mesmo exaustivamente preparados e avisados, repetimos a mesma experiência. Algo mexe conosco quando necessitamos permitir que um ‘outro’ enxergue além daquilo que estamos acostumados a mostrar no cotidiano. Avançar sobre o particular e permitir que esse particular acabe se tornando público, nem que seja apenas para o professor, ou para o médico, nos causa insegurança. Temos uma auto-imagem que a projetamos no público. Ultrapassar isso causa estresse e nos provoca insegurança. Aquilo que contemplamos diante do espelho do banheiro ou espelho da alma, não pode ser alterado. Continuamos a fazer a mesma pergunta da bruxa: espelho, espelho meu...mais bonito que eu? Permitir que o ‘outro’ examine além do apresentável e transcenda o que o ‘espelho’ me diz toda a manhã, me deixa instável.
Quero parecer ‘bonito’ assim como me percebo, mesmo que seja com as lentes do ‘engano’ que cotidianamente acalento.

DESTAQUE DO DIA
Captura de Che Guevara (44 anos)
Ernesto Rafael Guevara de la Serna[1], conhecido como "Che" Guevara[2] nasceu em Rosário a 14 de junho de 1928 e morreu em La Higuera a 9 de outubro de 1967. Político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano, Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou desde então, até 1965, da reorganização do Estado cubano, desempenhando vários altos cargos da sua administração e de seu governo, principalmente na área econômica, como presidente do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais. Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos revolucionários em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi capturado e assassinado de maneira clandestina e sumária pelo exército boliviano, em colaboração com a CIA, em 9 de outubro de 1967. Em homenagem à data, o movimento estudantil socialista, surgido em Niterói, RJ, foi rebatizado como Movimento Revolucionário 
8 de outubro, o MR8.


[1] CHE GUEVARA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Che_Guevara. Acesso em 7 out 2011.
[2] Ilustração disponível em http://www.cheguevara.com/. Acesso em 7 out 2011.




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V FÓRUM DA REDE METODISTA DE INSTITUIÇÕES SOCIAIS 
E DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Aproveito a oportunidade desse espaço para divulgar o V Fórum da Rede Metodista de Instituições Sociais e de Educação Infantil da Segunda Região Eclesiástica da Igreja Metodista:







2 comentários:

  1. Meu caro colega Garin,
    quem de nós, que já acumulamos décadas como alunos, não ficou estressado, já ao levantar quando se dava conta de que ‘hoje tem prova!’
    Este processo inquisitorial, que a Escola traz da Igreja, sua matriz fundadora, não se olvida no imaginário coletivo.
    Um abraço desse Viçosa com votos de um bom sábado

    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    talvez não te deste conta, mas hoje é o dia da 'sabatina', temida todas as semanas. Representava horas de 'decoreba' andando de lá para cá com cadernos, apostilas e livros na mão.

    Um abraço,

    Garin

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