quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

VIVENDO PERIGOSAMENTE

ANO 01 – Nº 272

A noite de quarta-feira foi de Exame Suplementar. Tinha uma turma da qual cinco acadêmicos não obtiveram média suficiente para aprovação. Esse Exame é a última oportunidade que eles têm para demonstrar que entenderam a proposta da disciplina e avançaram no conhecimento e na necessidade da observância dos princípios e valores morais no exercício da profissão e no cotidiano. Olhando para eles posso imaginar como se dedicam a essa avaliação.

Alguns deles perderam alguma avaliação por uma questão de trabalho e depois não conseguiram se refazer. Outros abusaram da sorte e resolveram apostar nessa última chance. Fazem parte do grupo que prefere ‘viver perigosamente’.

Tenho consciência de que uma prova, realizada num momento único, não é capaz de avaliar se a pessoa sabe ou não, se entendeu ou não a construção de uma disciplina desenvolvida no decorrer do semestre. Entretanto, há momentos nos quais precisamos nos concentrar nos regimentos e nas leis construídas por instituições e pela sociedade. Se por um lado podem representar uma fragilidade, por outro representam o exercício da justiça e do direito.

Para mim, que quase toda a vida fui organizado, é difícil entender essa prática de deixar tudo para a última oportunidade. Talvez seja essa habilidade que me falte para conviver, com segurança, nessa época de constantes mutações. Penso nesses jovens como aventureiros de uma época repleta de desafios que aparecem quase que do nada. As chances aparecem pela manhã e à tarde já estão encerradas. Quem sabe, essa ‘mania’ de viver perigosamente sobre o fio da última ocasião seja o diferencial para quem está sob a pressão de múltiplos desafios.

É por essas constatações que entendo o quanto é rico conviver com diferentes gerações, especialmente com essa que já nasceu sob o signo dos bits. De coração, o meu desejo é que esses jovens consigam se realizar prioritariamente como humanos enquanto se constroem como profissionais.

Com os meus votos de uma boa quinta-feira!


DESTAQUE DO DIA

Morte de Spencer (108 anos)

Herbert Spencer[1] nasceu em Derby a 27 de Abril de 1820 e morreu em Brighton a 8 de Dezembro de 1903. Foi um filósofo inglês e um dos representantes do positivismo. Spencer foi um profundo admirador da obra de Charles Darwin. É dele a expressão "sobrevivência do mais apto", e em sua obra procurou aplicar as leis da evolução a todos os níveis da atividade humana. Spencer é considerado o "pai" do Darwinismo social, embora jamais tenha utilizado o termo. Com base em suas ideias, alguns autores procuraram justificar a divisão da sociedade em classes e o Imperialismo europeu, sugerindo que estes seriam exemplos de seleção natural. Atualmente percebe-se que o Darwinismo social não corresponde à realidade e os críticos de Spencer têm clareza no sentido de que essa não era a intenção de Darwin ao produzir sua obra.


[1] HERBERT SPENCER. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_Spencer. acesso em 7 dez 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    tu és testemunho de 'meu gostar de sala de aula', mas submeter alunos a avaliações me desagrada.
    O pior é dar notas que aprovam ou reprovam...
    Esse é o ônus de ser professor.
    Uma boa quinta-feira,
    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    pois é, há aquelas particularidades das quais não temos como abrir mão. Ainda bem que o número das aulas é bem maior que o número das avaliações.

    Um abraço,

    Garin

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