ESTÁS COM SEDE?

Rio Piratini

Quando era menino chegava a qualquer fonte, no meio de campo, e bebia água sem preocupações. Quando tinha sede, até nas pequenas poças de água, que sobravam nos cantos das lavouras de arroz, era possível beber seguramente. Nunca tive problemas de saúde por causa disso.

Conversando com agricultores do interior de Cachoeira do Sul, onde me criei, descobri que isto hoje é impossível. Os mananciais estão contaminados por diversos ‘venenos’. Suas águas podem gerar enfermidades. Em alguns casos, a morte. Mesmo quando temos sede, precisamos tomar muito cuidado com o tipo de água que estamos bebendo. Em alguns casos, até mesmo as ‘águas minerais’ estão contaminadas.

Era meio-dia. Jesus estava com sede. Chegou ao poço de Jacó e sentou-se à beira. Quando uma mulher, sem nome, se aproximou, pediu água. Ela protestou. Ele ofereceu uma maneira diferente de saciar a sede: a ‘Água viva’. Tratava-se de outra água para saciar outra sede! Ao contrário da água que Jesus necessitava, a água que Ele oferecia saciava sedes maiores, mais profundas. Eram sedes da existência. Sedes nascidas da falta de sentido. Sedes que ressequiam homens e mulheres consumidas pelo vazio de quem não se sente significativo para ninguém. Sedes que se manifestavam na calada das noites mal dormidas, das madrugadas de insônia. Sedes que apareciam em vidas mal construídas, repletas de ansiedades. Enfim, sedes que apareciam nas pessoas que não tinham Deus!

Mas afinal, quem era a referida ‘mulher’?

O Evangelho não registrou nome nenhum porque ela representava toda a humanidade. Representava desde os/as discípulos/as até os/as opositores/as de Jesus. Naquela mulher também nós estávamos representados/as. Todos/as necessitamos matar a sede de Deus.

“Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” (Jo 4.10)