Quando retornava para casa depois do “feriadão” de Páscoa, o GPS[1] do carro, a certa altura, anunciou “recalculando a sua rota”. A cada alteração que fazia, fosse escolhendo uma rua menos movimentada ou mesmo preferindo uma estrada que me proporcionasse uma paisagem mais interessante, a frase sempre se repetia. É claro que o aparelho me oferecia as informações adequadas para que eu não me perdesse. A cada situação de “desobediência” correspondia uma interferência do aparelho. Numa situação específica, quando me desviei radicalmente da rota planejada pelo aparelho ouviu-se uma ordem impositiva e radical: “retorne assim que puder!”
As modernas tecnologias de informação são preciosas e, como escrevi ontem, quase indispensáveis para a vida contemporânea. Em certos momentos a gente se sente tão dependente delas que nosso cotidiano pode se tornar uma “tragédia” sem as TIC[2].
Contudo, nosso destino não pode ser traçado por um aparelho programado para indicar os caminhos. Como sujeitos das máquinas, precisamos determinar o que elas devem fazer. Cada ser humano é senhor do seu destino e construí-lo é tarefa de cada um(a). Mais que as máquinas, preciso saber o que prefiro fazer, mesmo que depois de planejado, possa alterar meu destino.
Seguidamente tenho me deparado com informações completamente inconsistentes do tipo, “infelizmente não podemos lhe atender hoje porque o sistema está fora do ar!” Noutra versão ouvimos, “caiu o sistema, não podemos fazer nada!”
Cá com os meus botões fico na dúvida: como seres humanos, controlamos as máquinas ou, há muito, são elas que nos controlam?
Sabe de uma coisa, resolvi meu problema: desliguei o GPS e curti o meu retorno conforme as alterações que decidi fazer, e pronto![3]
Desejo-lhes uma quarta-feira cheia de realizações!
Meu caro colega,
ResponderExcluirpois o GPS que em boa hora soubeste dispensar (com as consequências que estão na última nota de teu saboroso texto) estará em nossa aula de amanhã, quando nos referimos a Descartes. Esta descoberta que hoje parece obrigatória em qualquer carro (um dia uma neta estranhou que eu não tivesse GPS no carro!) devemos a genialidade de Descartes. As coordenadas cartesianas – algo tão simples – é algo que a mim traduz genialidade.
Tenhamos tu, teus leitores e eu uma quarta-feira,
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Caro Chassot,
ResponderExcluirpois é assim: veja bem como as modernas TIC estão se tornando uma imposição - a tua neta irá considerar indispensável, no seu carro, quando dirigir, o GPS, assim como nós considerávamos indispensável o "motor de partida". Nossos avós estavam felizes com carros com partida à manivela.
Concordo, estamos escrevendo nossa história sobre as heranças de nossos antepassados, como o Renè Descartes.
Um abraço,
Garin