Por vezes me vejo pensativo. Pela cabeça passa a imagem de uma figueira. Uma árvore frondosa e antiga sobre a qual brincava ao longo de minha infância. Seus galhos se constituíam num verdadeiro parque de diversões. Ora eram balanços, ora cavalo de corrida. Noutros momentos transformavam-se em poltrona de ônibus.
Nestes meus devaneios sempre recordo a velha árvore como um lugar de alegria, segurança e paz. Mentalmente, é muitas vezes ali que repouso para novos embates da vida.
Espiritualmente, também necessitamos desse tipo de refúgio. Só que neste nível, os espaços especiais não resolvem. Não adianta eu entrar para um local, um santuário, um quarto fechado, um campo aberto.
Nesse tempo de coisas incertas, de realidades fluídas, precisamos de algumas respostas que nos ajudem no momento da incerteza. Como nos desgastamos no cuidado do outro (familiar, aluno, cliente, amigo, etc.) necessitamos cuidar de nós mesmos. Não há uma fórmula para isso. Para algumas pessoas, o cuidar de si pode ser assistir a um espetáculo. Para outras, um bom livro, uma boa música, uma boa conversa. Para outros ainda, que colocam a fé como elemento fundamental, uma conversa franca com Deus – uma volta para dentro de si em busca do humano-divino que muitas vezes fica de lado, na correria do cotidiano.
Meu estimado colega e amigo Garin,
ResponderExcluirtermos o nosso refúgio com bem descreveste é algo que remonta a infância. É bom termos a nossa figueira. Ela nos garante a necessária intimidade/identidade.
Uma boa sexta-feira para ti e para cada uma e cada um dos leitores que aumentam neste blogue,
attico chassot
http://mestrechassot.blogspot.com
Caro Chassot,
ResponderExcluiros galhos daquelas figueiras da casa da minha avó eram tão compridos que nos permitia "voar" de uma altura de 80cm até cerca de 3,5m de altura. Nem os modernos parques são capazes de reproduzir a diversão entre folhas, pássaros e frutos: era o paraíso (que ficou para traz).
Boa Sexta-feira!
Um abraço,
Garin