terça-feira, 12 de abril de 2011

A GAVETA


Um dia desses abri a gaveta da minha escrivaninha e me deparei com um molho de chaves. Estavam ali sem utilidade, algumas enferrujadas. Foram tiradas de uso. Estão guardadas por que um dia poderão ser úteis.
Por um minuto comecei a pensar naquelas chaves. A minha imaginação andou rápido. Fiquei pensando em quantas vezes teriam aberto e fechado portas. Imaginei quantas vezes estas pessoas teriam ficado procurando a chave certa para abrir a fechadura correspondente. De repente lembrei que havia uma certa fechadura que há muito tempo não sabia como abrir. Não deu outra, lá estava a chave!
Esta situação me fez refletir sobre o exercício dos nossos dons. Tenho encontrado pessoas que têm muita facilidade de ‘chegar’ nas pessoas. São simpáticas e cativam os outros. Têm a facilidade de abrir ‘portas’ de relacionamentos com o próximo. São capazes de falar-lhes da suas vidas, de aproximar pessoas. Há outras que não conseguem se relacionar com facilidade, mas conseguem realizar outras tarefas que dão sentido ao seu viver e servem à comunidade.
Quando a pessoa se dispõe a repartir o que recebeu como dom, a vida se torna mais significativa, as outras pessoas conseguem receber o fruto do dom que ela partilha. Dessa forma, aproximando pessoas ou servindo quem necessita, a pessoa consegue “abrir portas” por onde alguém tem acesso a coisas maiores. Entendo que não se deve guardar o dom como quem guarda uma chave numa gaveta – como a chave, o dom poderá enferrujar.
“Disse-lhe o seu senhor: bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.23)

4 comentários:

  1. sempre considerei o ditado "quem não serve para servir não serve para viver" um tanto utilitarista, hoje percebo a sabedoria do estar disposto na simplicidade destas palavras.

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  2. Cara Marília,

    a tua reflexão sobre A GAVETA foi além daquilo que imaginava: é uma alegria descobrir que a discípula ultrapassa o antigo mestre.

    Um abraço,

    Garin

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  3. Leí su referencia en el blog del Profesor Chassot y la curiosidad me ha sido grata. Como Marília, no imaginé que llaves y ganchos pudieran contener tantas reflexiones.. abrir las puertas del corazón o vaivanes de indecisiones.
    No por nada Jesús le dio las llaves del Reino a San Pedro.

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  4. Cara Matilde,

    Me alegro por tu visita a mi blog. Estoy empezando esta práctica y el profesor Chassot, que soy un compañero de la Universidad Metodista IPA, en la disciplina, ha sido mi pareja también en la divulgación de mi página, a quien soy agradecido.

    Bueno, las cosas simples pueden ayudar a entender el mundo que nos rodea y ni sempre nos damos cuenta de eso; a veces pasamos sin perceber los sentidos: la vida puede ser diferente cuando se reflexiona sobre estas cosas.

    Un cordial saludo,


    Garin

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