OS GANCHOS

É possível refletir sobre situações e momentos de nossas vidas. Por vezes são eventos que nos chamam a atenção, noutros, são objetos que nos mobilizam a consciência.

Um gancho na parede me fez distanciar e colocá-lo diante mim como desafio. Certamente trata-se de um gancho destinado a pendurar uma rede, um belo convite à leitura numa tarde de domingo. Mas a existência desse gancho me faz pensar noutras possibilidades.

Esse gancho na parede pendura a rede, mas há ganchos que criamos para pendurar situações. Todos (as) enfrentamos situações complexas que exigem de cada um, decisões urgentes e, por assim dizer, definitivas e por isso, não se pode tomar uma decisão apressadamente, sem pensar em suas consequencias. É neste momento que recorremos aos ganchos. É comum, ao invés de tomar uma decisão, “pendurarmos” a situação no gancho que fixamos em nossa vida.

Tudo bem, a situação fica lá, pendurada aguardando uma decisão, uma posição definitiva. São situações que envolvem a família, que envolvem nossas relações sociais, nossa profissão, um negócio, etc. Entretanto, ao contrário do objeto que permanece com a mesma massa (peso), as situações que penduramos nos ganchos da vida dobram de “peso” a cada madrugada... e elas aparecem sempre durantes as madrugadas, normalmente solitárias de nossa insônia infernal. Durante a noite eles crescem e se tornam monstros. Buscamos o sono, viramos de lado, vamos ao banheiro, tomamos água, mas nada muda, pois o nosso “gancho” continua a ranger sob o peso do que nele penduramos.

A gente sabe disso sempre, mas insiste em pendurar os problemas para depois... por que será que insistimos?

"Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira."  (Ef 4.26)