Biguá [Wikipédia] |
Entre as coisas que me chamou a atenção, nas minhas últimas férias, foi o flutuo dos biguás[1]. Pela manhã, os bípedes chegavam em revoada e pousavam na lagoa[2]. Tão logo tocavam a superfície da água, começava a pescaria em bando. Como se estivessem organizados, perseguiam um cardume de peixes e faziam sua refeição matinal. Depois de fartos, cada um procurava um lugar seguro, normalmente um poste no meio da lagoa, e repousava até o final da tarde quando se retiravam em nova revoada.
Esta rotina dos pássaros me fez refletir sobre a preocupação que toma conta de cada um. Há sempre uma tensão sobre como será o futuro e como haveremos de nos alimentar no dia seguinte. Para os biguás, este tipo de atitude não existe. Os dias e noites se sucedem e a vida toca o seu ritmo regular. Como se fosse um ritual, dia após dia, os pássaros fazem sempre o mesmo trajeto e partilham, em bando, a mesma refeição.
Parece lugar comum, pois todos sabem que a vida é assim. No entanto, é difícil encontrar um ser humano que não esteja preocupado com o que irá acontecer quando o sol nascer outra vez. Muitas pessoas perdem suas vidas e outras perdem a “vida” em meio à aflição por essa resposta impossível. Quem sabe, o que tem alargado ainda mais a nossa intransigente ansiedade é que sempre acrescentamos necessidade sobre necessidade. Mesmo quando já estamos satisfeitos, descobrimos mais uma insuficiência e lá se vai nossa paz.
“Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mt 6.34)
[1] “O biguá (Phalacrocorax brasilianus) é uma ave da família dos falacrocoracídeos. Tais aves habitam boa parte da região que vai do México à América do Sul, medindo cerca de 75 cm de comprimento e com coloração negra, saco gular amarelo e tarsos negros. Também são conhecidas pelos nomes de biguá-una, imbiuá, mergulhão, miuá e pata-d'água” Biguá. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bigu%C3%A1. Acesso: 05 mar 2011.
[2] Lagoa do Violão – Torres, RS.
Ave palmípede do Brasil. [http://www.priberam.pt/DLPO/]
É vero, querido Mestre e amigo, ficamos tão preocupados com o amanhã que por vezes deixamos de viver o hoje.
ResponderExcluirMas por falar em amanhã, espero que nos encontremos no Pedrini para comemorar a formatura do Sérgio.
Bj de afeto e saudade.
Encantada estou professor,que coisa mais linda não?Obrigada por compartilhar conosco...DEUS o abençoe hoje e sempre....Grande abraço.Beijaflor
ResponderExcluirOi Rejane!
ResponderExcluirque bom te ver novamente por aqui (seria ver?). Bem, é muito bom te perceber aqui no meu blogue. Fiquei sabendo, através do Prof. Attico, que divulgaste o meu blogue no teu facebook: muuuuiito obrigado!
Espero nos encontrarmos amanhã no Pedrini - pelo menos já agendei.
Um abraço caloroso.
Garin
Prezada Beijaflor,
ResponderExcluirobrigado por comentares "Os Biguás". São emocionantes, mesmo.
Um abraço,
Garin
Pois é, pai! Nem precisei assistir ao vídeo que enquanto lia o teu post lembrava dos biguás lá de Torres. Mas o que mais me chamou a atenção foi o que falaste sobra a nossa "paz". E parece que o mundo hoje é regido por um ritmo e uma ansiedade, que não nos permite e nem quer que sejamos capazes de nos sentirmos em paz com nós mesmos. É essa paz que muitas vezes procuro e cada vez mais acho que São Paulo está longe dela...rsrs...beijos da filhota...
ResponderExcluirÉ isso mesmo, filha.
ResponderExcluirQuem sabe a paz também pode ser encontrada no "tumulto" da big city. Às vezes precisamos recordar que o sentido da vida... é viver! As outras coisas são consequêencia disso.
Um beijo.