sexta-feira, 16 de setembro de 2011

MARCADOR
ANO 01 – Nº 189
Ontem passei pela biblioteca, precisava apanhar uma nova remessa de livros e deixar outros dois que já havia lido. Os bibliotecários já me conhecem com facilidade, volta e meia ando por ali. Quando estava saindo, lépido e faceiro com os livros debaixo do braço, passei o olho no balcãozinho que fica ao lado da entrada. Sobre ele encontrei diversos marcadores de livros, de diferentes estampas. Hoje são utilizados para divulgar bibliografias, sites etc. Tenho uma variedade deles, de todos os tamanhos, larguras, estampas.
Tem muita gente que não usa marcador, serve-se da orelha da capa ou da contracapa, ou até mesmo, comete aquela agressão repugnante: dobra o cantinho da folha (ela nunca mais voltará a ser igual!). Ao contrário, na minha estante, cada livro possui um, devidamente instalado onde parei e tive que fazer outra tarefa. Só deixa o livro quando acabo a leitura do capítulo que me interessava ou da obra toda, conforme o caso. Já encontrei livro na biblioteca com marcadores que deixei por esquecimento.
Não penses que os marcadores têm o mesmo nível. Há obras que possuem um marcador especial, de couro que eu mesmo fiz. Trata-se de livros cuja leitura é demorada e seu conteúdo saboreado ao longo de um bom tempo. Se eu contar aqui que já demorei três anos para ler um livro, talvez não acredites. Foi uma leitura saboreada, vivida parte a parte. Cada vez que encerrava um capítulo, apunha entre a última página e a primeira do capítulo seguinte, um marcador distinto, de material nobre.
O ato de colocar o marcador tem diversos significados. O primeiro é claro, marca onde paramos a leitura. Entretanto, há outros significados embutidos nessa prosaica ação. A leitura é um diálogo repleto de concordâncias e discordâncias. Há momentos de cólera e outros de júbilo: “viu... não sou o único que penso assim!” O momento que colocamos o marcador que encerra a leitura daquele momento, inaugura o momento da ‘viagem’. Ao nos afastarmos do livro continuamos a relê-lo na mente. O pensamento viaja às diferente páginas e reelabora as ideias e imagens vividas durante a leitura. Dessa revisitação nascem novos entendimentos e uma construção significativa, resultado do conteúdo em contato com a realidade que se segue.
Pois é, quando não localizo o marcador para instalá-lo ao final do capítulo, fico inquieto.

DESTAQUE DO DIA
Protocolo de Montreal[1] (24 anos)
O Protocolo de Montreal sobre substâncias que empobrecem a camada de ozônio[2] é um tratado internacional em que os países signatários se comprometem a substituir as substâncias que se demonstrou estarem reagindo com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera (conhecida como ozonosfera). O tratado esteve aberto para adesões a partir de 16 de Setembro de 1987 e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1989. Ele teve adesão de 150 países e foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. Devido à essa grande adesão mundial, Kofi Annan disse sobre ele: "Talvez seja o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tempos…" Em comemoração, a ONU declarou a data de 16 de Setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.


[1] PROTOCOLO DE MONTREAL. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Montreal. Acesso em 15 set 2011.
[2] Ilustração disponível em http://geografandomundo.blogspot.com/2011/05/buraco-na-camada-de-ozonio-aumenta.html. Acesso em 15 set 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    mais uma vez algo do cotidiano: um despretensioso marcador catalisa belas evocações,

    Um abraço desde o Triângulo Mineiro
    attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    meus votos de ótimas palestras. Os marcadores já me tiraram de alguns apertos, especialmente na hora de abrir um livro para citá-lo em aula.

    Um abraço,

    Garin

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