domingo, 11 de setembro de 2011

QUE BOBAGEM!
ANO 01 – Nº 184
É comum encontrarmos pessoas dispostas a discutir questões de fé.  Por vezes formam-se longos debates, com os mais diferentes argumentos. Lembro-me de uma pergunta que se fazia, quando eu era seminarista: será que Deus poderia criar uma pedra tão grande que Ele não conseguisse carregar? Assim como estas, outras perguntas sem sentido eram elaboradas e geravam longas discussões.
Na ansiedade de compreender ou explicar os mistérios divinos, os seres humanos perdem o seu tempo, tentando aprisionar a fé nos esquemas teológicos e filosóficos. Nossos discursos a respeito das questões da fé são, na maioria, pobres tentativas de justificar nossa falta confiança. 
A fé não se restringe aos nossos argumentos. Tudo o que dissermos a respeito dela é muito menos do que ela é de fato. Ela não cabe nas nossas falas. Todos os nossos sermões e literaturas não correspondem à sua amplitude. Também não é um sentimento. Jamais podemos dizer que estamos sentindo uma fé muito grande ou uma pequena fé. Não tem um lugar determinado. É impossível dizer que a fé está no coração ou no cérebro, ou que fica no espírito. Não tem dimensão. Ainda que possamos encontrar afirmações, na Bíblia, a respeito de grande ou pequena, há quem julgamos ter uma ‘pequena fé’ que faz coisas gloriosas, assim como há quem julgamos ter uma ‘grande fé’ que se desespera com facilidade. Ela não pode ser presa no cárcere do pensamento humano. Ela tem uma dimensão divina e humana ao mesmo tempo. Numa expressão, a fé transcende nossa compreensão. Fundamental é tê-la e cultivá-la.

DESTAQUE DO DIA
Proclamação da República Rio-grandense (175 anos)
A República Rio-Grandense[1] foi um Estado-nação formado ao sul do Brasil, deflagrando o atual estado brasileiro do Rio Grande do Sul, sendo a mais longa revolta brasileira da qual se tem conhecimento. Proclamada em 11 de setembro de 1836, pelo general Antônio de Sousa Neto, como consequência direta da vitória obtida por forças gaúchas na Batalha do Seival, durante a Revolução Farroupilha. O Uruguai, através de tratado de cooperação mútua, reconheceu a legitimidade desta república. Os principais líderes rio-grandenses eram estancieiros, que haviam aprendido a arte da guerra nas guerras platinas, mais precisamente na Guerra da Cisplatina, como Bento Gonçalves. A Constituição da República Rio-grandense foi aprovada em 1843, em Alegrete, RS.

Nascimento de Adorno (108 anos)

Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno[2] nasceu em Frankfurt am Main a 11 de setembro de 1903 e faleceu em Visp a 6 de agosto de 1969. Foi filósofo, sociólogo, musicólogo e compositor alemão. É um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Jürgen Habermas e outros. A Filosofia de Theodor Adorno, considerada uma das mais complexas do século XX, fundamenta-se na perspectiva da dialética. Uma das suas importantes obras, a Dialética do Esclarecimento, escrita em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica da razão instrumental, conceito fundamental deste último filósofo, ou, o que seria o mesmo, uma crítica, fundada em uma interpretação negativa do Iluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista (que Adorno chama de "indústria cultural"). Também uma crítica à sociedade de mercado que não persegue outro fim que não o do progresso técnico.


[1] REPÚBLICA RIO-GRANDENSE (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Rio-Grandense. Acesso em 10 set 2011.
[2] THEODOR W. ADORNO (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Theodor_Adorno. Acesso em 10 set 2011.

2 comentários:

  1. Meu caro Garin,
    já ouvira de ti a pergunta (bizantina) acerca de Deus fazer uma pedra tão pesada que ele não pudesse carregar. Pode parecer ‘besteira’ mas há um nó filosófico/teológica.
    Mas obrigado por recordar-me Adorno e os feitos farrapos.
    Um bom saldo deste badaladíssimo 11 S.


    attico chassot

    ResponderExcluir
  2. Caro Chassot,

    pois é, esse nó se resolve quando nos damos conta de que as diferentes formas de abordar o conhecimento pode nos trazer também percepções distintas das realidade.

    Obrigado pelo teu comentário.

    Garin

    ResponderExcluir