O LUCRO DA HONESTIDADE
ANO 01 – Nº 175
Convivi com uma pessoa que, finalmente, depois de mais de 35 anos de trabalho aposentou-se. Quando esta data chegou, ele me confidenciou: “Trabalhei quase todo este tempo no setor de compras de uma grande empreiteira. Diariamente recebia propostas para alterar valores, favorecer empresas, privilegiar fornecedores. Estou encerrando meu tempo de trabalho sem ter comprado um carro e tendo apenas um modesto apartamento para morar. Sempre resisti às milhares de tentações para ter uma vida mais cômoda.”
A contemporaneidade nos propõe facilidades disfarçadas em vantagens e lucros rápidos. A tentação do coração é pular na frente, ser mais esperto, não ser trouxa.
Contrastando com estas ofertas temos nossos valores morais, aqueles que trazemos de nosso berço, construídos pela educação, pelo testemunho de nossas referências, como pai e mãe. Sobretudo, nossa civilização ocidental tem a referência religiosa, notadamente o cristianismo, que nos fala de amor, de empatia, da compaixão. Porém, a tentação chega sempre com uma música encantadora, falando coisas lógicas, tentando nos seduzir com expressões do tipo “não vai fazer mal a ninguém”. Contudo, um sinal de que a situação não é tão assim fácil não precisaria ser negociada às escuras, em secreto, por telefone de número estranho etc.
Todo o lucro e toda a vantagem conseguidos pelo atalho obscuro da corrupção são vantajosos de imediato. Com o passar do tempo, o preço se torna tão elevado que dificilmente se consegue sair ilesos da situação. Muitas vezes, para se safar de uma enrascada a pessoa é obrigada a se corromper mais ainda, envolver outras pessoas com a mesma sedução torta.
Houve uma coisa que esta pessoa me falou no final do seu depoimento, que marcou muito a sua trajetória profissional e que lhe enchia de satisfação “Tem uma coisa, à noite deito a cabeça no meu travesseiro e durmo leve até o outro dia!”
Ocasionalmente encontro essa pessoa. Ele continua tendo uma vida simples, sem arroubos, sem luxos, mas traz sempre um semblante leve, olhando tudo e a todos com confiança, sempre expressando satisfação e tranquilidade. Poderia estar milionário, mas preferiu o caminho da honestidade e da paz!
DESTAQUE DO DIA
Conforme dispõe a Lei Nº 1931, de 26 de dezembro de 1991, sancionada pelo então Governador Leonel Brizola, o dia 2 de setembro é comemorado como o Dia do Metodismo no Rio de Janeiro, cidade por onde entrou no Brasil, a denominação Metodista, trazida por missionários estadunidenses. Foi no dia 2 de setembro de 1930, que através de uma declaração conjunta, assinada na cidade de São Paulo, a Igreja Metodista do Brasil se separava organicamente da Igreja Metodista Episcopal do Sul (EUA): “Nós, os membros da Comissão Conjunta, rendendo graças a Deus por sua direção e pelo espírito de cooperação que reinou em nossas deliberações, declaramos aberto o primeiro Concílio Geral da Igreja Metodista do Brasil; declaramos, mais, que os membros e ministros da Igreja Metodista Episcopal do Sul no Brasil passam, por este ato, a ser membros e ministros da Igreja Metodista do Brasil; que a Igreja Metodista Episcopal do Sul deixa de existir no Brasil, e que a Igreja autônoma, por esta proclamação, fica constituída. Cidade de São Paulo, 2 de setembro de 1930”[2]
Muito caro Professor Garin,
ResponderExcluirpor mais que me sensibilize com a rela de vida trazido em teu texto, meu comentário não pode ser outro: irmanar-me a cada uma e cada um dos metodistas que nos últimos quatro anos participaram de meu fazer Educação no Centro Universitário Metodista, do IPA. Meu relacionamento com o metodismo tem mais de 40 anos através de nosso amigo e conterrâneo comum: Prof. Edni Oscar Schroeder, exemplo de homem de Fé. Desde agosto de 2007 estou no IPA e encontro a cada dia muitos Edni’s, que são exemplo de coerência de vida e isso é que me encanta no privilégio de trabalhar em uma instituição metodista.
No Brasil e no exterior, em cada uma de minhas falas, na abertura sempre consta o logo do Centro Universitário Metodista, do IPA, e tenho muito orgulho de dizer ‘sou professor de uma instituição metodista’.
Assim, aqui de Guarapuava quero registrar o encantamento por estar entre aquelas e aqueles que vivem ‘métodos wesleyanos’ e hoje vivem os 81 anos de um marco basilar.
attico chassot
Caro Chassot,
ResponderExcluiro meu agradecimento pelo reconhecimento que tens para com os metodistas; a única coisa que posso aditar ao teu expressivo comentário é que esses 81 anos de autonomia não foram sem lutas, sacrifícios em diversos momentos e de alegrias experienciadas por essa 'pequena' comunidade de fiéis (cerca de duzentos mil).
Muito obrigado!
Garin
Caro professor,
ResponderExcluira grande diferença entre as pessoas é a essência (eu chamo assim).Há pessoas que baseiam suas vidas no TER e outras no SER. Quem consegue resistir à todas essas "tentações", é porque percebeu que a felicidade independe de bens materiais, que a felicidade é ter consciência de si, do mundo ao seu redor e do seu papel diante dele.
A corrupção abre um buraco na alma humana, a deixa vazia e aí é preciso ter "coisas", para poder ter a enganosa sensação de felicidade.
Um abraço,
Rosana
Cara Zana,
ResponderExcluiré verdade, o buraco que a busca do ter abre nas pessoas as conduz ao consumo desenfreado na busca de preencher o impreenchível. Por esse descaminho as pessoas se perdem.
Obrigado pelo teu comentário.
Um abraço,
Garin