A QUEDA DO TEMPO
ANO 01 – Nº 197
Normalmente acomodo minha mochila em uma prateleira localizada acima do computador. Fica ali, junto com os livros que manuseio diariamente para preparo de aulas, fundamentação de artigos, consultas rápidas. Um pouco mais acima está um relógio de parede, desses eletrônicos movidos pela energia de uma pilha pequena.
Fica não, ficava. Um dia desses, ao retirar a mochila, esbarrei no relógio e ele despencou da parede. A pilha saltou longe. Uma parte quebrou-se, mas o mecanismo continuou com uma aparência intacta. Recoloquei a pilha e aguardei que retomasse o seu funcionamento. Virei, sacudi, bati e nada. Depois de algum tempo percebi que o relógio não funcionava normalmente. O ponteiro que marcava o segundo avançava cerca de um segundo e retornava. Voltava a avançar e retrocedia novamente.
Não deu mais! O prejuízo já estava contabilizado, mas tive uma sensação diferente sobre a percepção do tempo. Aquele avançar e retroceder dos ponteiros acabaram congelando uma fração do tempo. Exatamente ali, às sete horas, dois minutos e trinta segundos. Naquele ponto o tempo parou, pelo menos para o relógio de parede do meu escritório.
A memória das coisas lindas, do nosso existir, é como o tempo do relógio que caiu, permanece ali. Relembramos com a mesma emoção e experimentamos os mesmos sentimentos do exato momento em que as vivemos pela primeira vez: as mesmas cores, os mesmos cheiros, as mesmas alegrias e lágrimas, os mesmos sabores. A memória tem a capacidade de fazer o nosso tempo particular retroceder e parar. Revive as cenas e encena, na mente, os mesmos instantes sorvidos quando elas aconteceram no tempo real. Depois são guardadas na memória novamente e têm a possibilidade de serem revividas outras vezes assim como o ponteiro do relógio quebrado, que avançava e retrocedia indefinidamente.
DESTAQUE DO DIA
Morte de D. Pedro I (177 anos)
D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal[1] (nome completo: Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon nasceu em Queluz a 12 de outubro de 1798 e faleceu na mesma cidade portuguesa a 24 de setembro de 1834) foi o primeiro imperador e também o primeiro chefe de Estado e de governo do Brasil (de 1822 a 1831), além de ter sido o 28º Rei de Portugal (durante sete dias de 1826), e, portanto, também por sete dias de 1826, o soberano do império ultramarino português.
CAFÉ FILOSÓFICO
Acontece hoje, mais uma edição do Café Filosófico, promoção dos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Filosofia do Centro Universitário Metodista do IPA em parceria com o Curso. A seguir, o convite aberto a todos.
[1] PEDRO I DO BRASIL (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_do_Brasil. Acesso em 23 set 2011.
Meu caro Garin,
ResponderExcluirMinha agenda associada com os transtornos do meu notebook, cuja grandeza da perda ainda é incerta ainda é incógnita ‘não ofereceu tempo’ para ler a sabatina.
Assim só primeiro domingo, que já se faz radioso em nossa Porto Alegre, degusto teu texto.
Obrigado por achares tempo para estes brindes diárias.
achassot
Caro Chassot,
ResponderExcluirmuito obrigado por tua visita. Imagino que estejas defasado com as tuas reações aos comentários. Não te sintas obrigado a comentar minhas postagens.
Bom saldo de domingo.
Garin