segunda-feira, 10 de outubro de 2011

E A GAITA
ANO 01 – Nº 213
O tema da aula de sábado era sobre aborto, dentro da disciplina de Bioética. Posso assegurar que foi uma aula de constante debate e não poderia ser diferente. Tudo o que envolve a vida, e a vida humana especialmente, não consegue ficar circunscrito ao campo da racionalidade, o emocional se manifesta. Não tem como ser diferente, estamos vivos e nos sentimos responsáveis por essa chama tão tênue quanto envolvente.
Durante os debates surgiu a informação sobre as placas penduradas em árvores e postes da cidade há algum tempo, sobre conserto de gaitas. Corria o comentário de que esse misterioso anúncio referia-se a clínicas clandestinas de abortos. Confesso que ainda não tinha escutado essa associação e minha curiosidade me levou à pesquisa. Descobri, e compartilho com vocês, um trabalho realizada pela jornalista Cláudia Aragón, sobre o assunto.
A matéria é de agosto de 2008, mas vale pela informação e trabalho de pesquisa da jornalista:

CONSERTA(VA)-SE GAITA[1]
Terça-feira, 12 de agosto de 2008
Promessa é dívida. Consegui a página da revista Wonderful que, em 1995, fez o perfil da família que espalhou mais de 500 placas dizendo “Conserta-se gaita” em Porto Alegre. Muito antes do marketing viral, os Ameijeiras descobriram um jeito baratésimo de divulgar seu ganha-pão.
A coisa funcionou tão bem que até hoje, apesar das placas terem sumido, ainda se fala no assunto. No Orkut, há uma comunidade onde os jovens batem boca e não conseguem chegar a uma conclusão – seria tráfico de drogas ou fachada de clínica de aborto? Como vocês podem ver, não era uma coisa, nem outra.
Norberto, Eclemira e Cândido, que também era médico
Conheço o Paulo Pitanga, autor da foto. Além do Ricardo Baptista e da Claudia Tajes, que resolveram conferir o endereço de perto. Na virada dos anos 90, meus amigos bateram na casa da rua Tapuias com uma gaita de boca, mas não conseguiram dar jeito no mini-instrumento. Com sangue portenho nas veias, a família só arrumava acordeons.
Para quem quer saber por que o endereço não está no meu livro: liguei para o Norberto em 2006, no início das pesquisas, horas antes de voltar para São Paulo. Feliz da vida, o consertador combinou a entrevista para dois meses depois e contou que seus pais tinham falecido recentemente. Quando liguei de novo, atendeu um homem que se dizia chileno e que eu só sei que era mal educado - me mandou esquecer o assunto, quase desligou na minha cara. Com o Norberto, criador da propaganda eficientíssima, consegui falar um tempo depois. Ele desistiu do ofício. E negou qualquer contato.
Mas que consertava-se gaita, consertava-se.

DESTAQUE DO DIA
Morte de Zwinglio (480 anos)

Ulrico Zuínglio[2], em alemão Ulrich (ou Huldrych) Zwingli, nasceu em Wildhaus, Cantão de São Galo a 1 de Janeiro de 1484 e faleceu em Kappel am Albis a 10 de Outubro de 1531,um teólogo suíço e principal líder da Reforma Protestante na Suíça, foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças. Independentemente de Martinho Lutero, que era doctor biblicus, Zuínglio chegou a conclusões semelhantes pelo estudo das escrituras do ponto de vista de um erudito humanista. Zuínglio não deixou uma igreja organizada, mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas.



[1] CONSERTA(VA)-SE GAITA. Disponível em http://www.portoalegrequemdiria.com.br/2008/08/consertava-se-gaita.html. Acesso em 9 out 2011.

[2] ULRICO ZUÍNGLIO (ilustração e texto). Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ulrico_Zu%C3%ADnglio. Acesso em 9 out 2011.

2 comentários:

  1. Muito estimado colega Garin,
    fiquei surpreso com minha ingenuidade acerca dos anúncios. Lamento, mas o texto da jornalista Cláudia Aragon não me esclareceu.
    Digo como Goethe: “Mais Luzes!”;
    Uma boa segunda-feira.
    Attico chassot

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  2. Caro Chassot,

    pois eu também não tinha feito qualquer conexão entre 'gaita' e 'ventre' de mulher grávida. Pelo jeito, criou-se uma lenda urbana sobre isso que aquela plaqueta que indicava a Rua Tapúias, 135m seria uma possível clínica clandestina de abortos. A matéria da Jornalista esclarece que não se tratava de lenda, mas de uma oficina de conserto de sanfonas.

    Um abraço,

    Garin

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