sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

FAROL

ANO 01 – Nº 322

Enquanto andávamos sobre as pedras dos molhes da barra do Mampituba, minha nora perguntou por que havia dois faróis tão próximos um do outro à entrada do rio. Respondi que os barcos de pesca se deslocam à noite para o trabalho em alto mar. Assim, necessitam se orientar, no meio da escuridão, quando retornam ao porto para descarregar o pescado, lavar e consertar as redes.

Depois fiquei pensando sobre a função dos faróis, não dos semáforos, mas desses que ficam próximos à praia, á desembocadura de rios, junto aos rochedos. São equipamentos importantes, mesmo nesses tempos de GPS, pois ao emitirem uma luz piscante, em freqüência distinta da luz das estrelas, podem ser identificados à distância, orientando os comandantes na condução de suas naus. É uma luz diferente das luzes da cidade e, alimentadas por fontes autônomas, não se apagam mesmo em situações de blackout de energia. Cumprem uma função passiva (estão ali paradas), mas essenciais para a orientação aos navegantes.

Por vezes me surpreendo quando encontro ex-alunos e eles mencionam palavras, atitudes, posturas, que perceberam nas aulas e que eu não faço a menor ideia de ter dito ou assumido. No entanto, para eles, foi determinante para orientação de suas vidas. Percebi que, em muitas ocasiões não é aquilo que faz parte do plano de ensino, do conteúdo, do método pedagógico, do que pretendemos ensinar que faz diferença na formação dos alunos.

Na maioria das vezes, aquela ação considerada passiva do professor, a ação não intencional, mas que reflete a postura ética, marca muito mais do que os conteúdos bem delineados e corretamente ilustrados com exemplos. Dá para comparar com a função dos faróis: não é pelo que se diz em aula, mas por estar ali, naquele lugar, cumprindo um papel adequado que somos entendidos como orientação de vida.

Com votos de uma ótima sexta-feira!
DESTAQUE DO DIA

Nascimento de Schelling (237 anos)

Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling nasceu em Leonberg a 27 de Janeiro de 1775 e morreu em Bad Ragaz a 20 de Agosto de 1854. Foi um filósofo alemão, um dos representantes do Idealismo alemão, assim como Fichte e Hegel. No desenvolvimento do Idealismo Alemão, os Historiadores da Filosofia normalmente situam Schelling entre Fichte, seu mentor antes de 1800, e Hegel, seu amigo e companheiro de quarto na Universidade de Tübingen. Em 1798 foi nomeado professor em Jena, com o apoio de Goethe. Ali mantém relações com Schlegel, Tieck e Novalis, que pertenciam ao movimento romântico alemão. Em 1803 casou-se com Caroline Schlegel. Entre 1803 e 1806 foi professor em Würzburg. Em 1806, assumiu o cargo de Secretário de Belas Artes em Munique. Em 1841 Schelling foi nomeado professor em Berlim, para suceder Hegel, e passou a comandar o movimento contra este filósofo. Em 1847 deixou de lecionar.[1]


[1] FRIEDRICH WILHELM JOSEPH VON SCHELLING. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Schelling. Acesso em 27 jan 2012.

2 comentários:

  1. Meu caríssimo colega Garin,
    linda analogia das marcas que deixamos em nossas aulas.
    Mas, há algo prático não respondido à Ana' (Ana linha para diferenciar a nora da esposa Ana):
    Por que dois faróis tão perto.
    Com votos de uma bom fim de semana
    attico chassot

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Chassot,

      pois é, quem sabe dois faróis na vida do meu filho. Obrigado pela analogia.

      Um abraço,

      Garin

      Excluir